quarta-feira, 25 de abril de 2012

MADEIRA - MAMORÉ, A ESTRADA DO DIABO




No início do século XX, o atual  estado do Acre era um território pertencente à Bolívia, mas ocupado por seringueiros brasileiros que se rebelaram contra o governo boliviano que arrendara as terras da região ao  Bolivian Syndicate para extração da borracha de seus riquíssimos seringais. O governo brasileiro , pelo tratado de Petrópolis (1903), conduzido pelo barão do Rio Branco, comprou o referido território pela quantia de 2 milhões de libras esterlinas, cedendo à Bolívia algumas terras no Mato Grosso e indenizando o Bolivian Syndicate em 110 mil libras pela rescisão do contrato. O Brasil comprometia-se também a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para escoamento da produção boliviana, principalmente de borracha, pelo rio Amazonas, dando-lhe acesso ao oceano Atlântico, pois aquele país perdera sua saída para o mar (Oceano Pacífico) na guerra travada com o Chile.

A construção da ferrovia ficou a cargo de uma empresa norte-americana constituída para tal, sob o nome de Madeira-Mamoré Railway Co. pertencente ao conglomerado do  magnata Percival Farquhar que operava diversas ferrovias no Brasil e no exterior.
Uma primeira tentativa de construção  dessa  ferrovia tinha sido feita em 1872 pela Public Works Construction, de Londres, que entrou com uma ação rescisória do contrato, pois toda  a sua equipe de trabalhadores foi dizimada pela malária e pelos índios Caripuna. A empresa alegou que “aquele ponto da Amazônia era um antro de podridão, onde nossos homens morrem como moscas”.
Mesmo diante de tais dificuldades, Percival Farquhar aceitou a empreitada, embora os mosquitos, as formigas-de-fogo, a malária e o ataques dos índios Caripuna transformassem a região num verdadeiro inferno.

A notícia da construção da ferrovia se espalhou pelo mundo e para lá acorreram operários portugueses, espanhóis, alemães, italianos, russos, cubanos, mexicanos, porto-riquenhos, árabes, índios norte-americanos e brasileiros.

Com apenas alguns meses de trabalhos, as doenças começaram a abater os operários e até mesmo médicos que foram contratados para trabalhar nos acampamentos e no hospital  erguido pela companhia. Três desses médicos morreram e dois ficaram inutilizados.
Além das doenças, os índios Caripuna durante a noite arrancavam dormentes e trilhos, tentando expulsar os operários de suas terras. Os engenheiros da ferrovia passaram a eletrificar os trilhos e centenas de índios morreram eletrificados.

O tipo de malária que atacava as pessoas levava-as à loucura e ao delírio, deixando os médicos atordoados, sem saber o que fazer.
Em 30 de abril de 1912 foram instalados os últimos trilhos da ferrovia. O balanço final indicava: 366 quilômetros de trilhos assentados sobre 450.000 dormentes, dos quais 90.000 importados na Austrália. Mais de 30.000 operários mortos, ou seja – quase a totalidade dos que participaram da obra.
Custo total da obra: 82.000 contos de réis, sendo que o Governo brasileiro só pagou a metade à construtora.

No mesmo ano da inauguração da ferrovia, chegava ao fim o ciclo da borracha, transformando a ferrovia do diabo numa obra sem nenhuma utilidade.

O presidente dos Estados Unidos, Theodoro Roosevelt, à época, declarou “que as duas maiores obras realizadas na América eram o canal do Panamá e a Madeira-Mamoré”, sem mencionar os elevados custos humanos e financeiros das referidas obras.




terça-feira, 10 de abril de 2012

UM PRESENTE FANTÁSTICO PARA O REI DE PORTUGAL





No auge da exploração do ouro no Brasil colônia, fortunas nasciam da noite para o dia e histórias e lendas andavam na boca do povo, como o episódio (tido como verdadeiro) que irei contar a seguir.

Um rico minerador português, de nome Manuel Branco, tomou um navio e foi visitar a terra natal, levando um presente para o rei português. Levava o presente num grande saco, carregado por um escravo,  e assim se apresentou às portas do palácio real em Lisboa.  Quando os guardas do palácio lhe perguntaram o que desejava, ele falou:
- Quero falar com Sua Majestade, o Rei, pois lhe  trouxe um presente lá do Brasil.
- Podemos saber que presente é esse – perguntou o chefe da guarda?...
- Ora, pois... pois... é um cacho de banana.
- Vieste de tão longe para trazer um cacho de banana para sua majestade real? Podemos ver essas bananas?
- De maneira alguma. Só as mostrarei na presença de sua majestade.

Estabeleceu-se uma grande confusão às portas do palácio, até que chegou um importante cortesão e, diante da insistência do visitante, resolveu introduzi-lo nas dependência da corte. Ao tomar conhecimento do incidente, o rei ficou curioso e resolveu conhecer o estranho visitante que lhe trazia lá do distante Brasil, um cacho de banana como presente. E, assim, foi feito.
- Quereis me dizer, meu prezado súdito – disse o monarca –, que viajastes através dos mares bravios, desde a nossa longínqua colônia brasileira, para me trazeres um cacho de bananas?
- Exatamente, Majestade! Mas, como vereis, são bananas diferentes.
- Então, mostrai-as – disse o rei -, pois todos aqui estamos muito curiosos.

O minerador português mandou que seu escravo arriasse o pesado saco que levava às costas, abri-o e, diante dos presentes atônitos,  surgiu um grande cacho de bananas, só que eram bananas de ouro... de ouro maciço. Um grito de espanto se elevou no recinto e o rei desceu de seu trono e veio abraçar o fiel súdito que lhe presenteava com um presente tão valioso.

Essa história, descrita em outras palavras, se encontra num livro do famoso escritor paulista Paulo Setúbal (1893-1937), que escreveu numerosas obras sobre esse e outros  períodos da história brasileira, como O Ouro de Cuiabá, A Marquesa de Santos, As Maluquices do Imperador, El-dorado, O Romance da Prata, O Príncipe de Nassau, Os Irmãos Leme.




                                                          Foto do escritor Paulo Setúbal

Paulo Setúbal, oriundo de uma família pobre, de nove irmãos, ficou órfão de pai, ainda criança. Ele é pai de Olavo Setúbal, fundador do Banco Itaú, que transformou em ouro verdadeiro as histórias fantásticas narradas por seu progenitor, criando um dos maiores bancos do país. Paulo Setúbal era advogado e jornalista, foi membro da Academia Brasileira de Letras. Como escritor, seus livros, à época, alcançaram grande sucesso. A nova geração de brasileiros devia conhecê-los, pois são verdadeiras obras-primas. Alguns deles estão disponíveis na Internet.




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LIVROS EXTRAORDINÁRIOS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER. LEITURA IMPERDÍVEL !!!

                     

O FILHO DE ANITA - Uma história que beira o fantástico. Um rico fazendeiro que incorpora o Malvado, desenvolve um intenso trabalho para seduzir uma bela jovem, Anita, criando situações inusitadas. A história reúne frades, médicos, vaqueiros, mulheres inteligentes e o povo simples dos vilarejos. E tem um final surpreendente. Só lendo, para crer. Mas, se você é impressionável, compre o livro, mas não leia, para não perder o sono. Deixe que outros o leiam.

VENDER É PRECISO- Um livro para treinamento de vendedores e empresários, mostrando as melhores técnicas de vendas, desenvolvidas no país e no exterior. Agora, em segunda edição. Um professor de vendas sobre Vender é Preciso, disse o seguinte:” Este livro deveria estar no porta-luvas do carro de todo vendedor, pois também Ler é Preciso”.

 OPERAÇÃO KAABA - Uma história extraordinária, que se passa no ano de 2035, num conflito internacional de graves consequências e o sequestro de um papa por terroristas islâmicos. O livro fala do surgimento de uma nova ordem religiosa - os Novos Templários, em cujos votos está, agora incluído, o voto de Preservação, com o objetivo de minorar os graves problemas ambientais que surgirão no futuro. A história envolve terroristas, jornalistas, políticos, fanáticos religiosos, personagens do clero e a figura de um papa - Pedro Paulo I, além de uma bela jovem que dá um colorido especial à narrativa. 

 AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester. 

 MENINO TROPEIRO - é a biografia da infância do autor, filho de um professor primário, que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos. 

 Para comprar, acesse: Atendimento@clubedeautores.com.br



Você que faz parte dos quase 200 mil leitores do meu blog com quase 180 mil inserções, num trabalho de  15 anos, infelizmente não compra os meus livros. Estou quase desistindo, mas se comprar, não vai se arrepender. Se achar caro o preço da versão impressa, compre a versão e-book, pela metade do preço e receba o livro pela internet.

O Autor

 




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