Seu nome
completo era Nair de Teffé von Hoonholtz. Nasceu em 10 de junho de 1886 na
cidade de Petrópolis e faleceu em 10 de
junho de 1981, no Rio de Janeiro, com 95 anos de idade. Era o dia de seu
aniversário. Foi pintora, cantora, atriz e pianista. De 1913 a 1914, foi a
primeira-dama do Brasil, casada com
o presidente Marechal Hermes da Fonseca.
A publicação Nosso Século da Editora Abril, assim resumiu a biografia dessa extraordinária mulher
brasileira.
“ Nair de
Teffé foi uma pioneira. Filha do Almirante Antônio Luís Hoonholtz, Barão de
Teffé, estudou na França, como toda a boa moça de elite. Desde adolescente, sua
inteligência e sua personalidade independente a levaram a quebrar os tabus da
época. Falando vários idiomas, era apaixonada pelo teatro (revelando-se atriz
de talento) e pela música popular (gostava de tocar violão, instrumento
considerado pela elite como “coisa de populacho”). Para escândalo da “boa sociedade”,
a jovem Nair costumava frequentar o bar do Jeremias, reduto da intelectualidade
boêmia do Rio. Revelou-se também brilhante na caricatura – gênero em que se
iniciou ainda menina, quando estudou num colégio de freiras em Paris e fazia
“retratos” humorísticos de suas professoras. Aos 24 anos, já era famosa na
imprensa colaborando em publicações como Gazeta
de Notícias, Careta, Fon-Fon!, O Malho, Le Rire, Fantasio, Excelsior (estas três
últimas francesas). Primeira mulher a fazer caricaturas na imprensa brasileira,
Nair de Teffé tornou-se conhecida em Paris e Londres pelo seu traço moderno,
captando com argúcia e ironia o lado cômico da vida.
Em 1913, aos
27 anos, Nair se tornaria a primeira dama do Brasil. Ela própria conta seu
namoro com o presidente Hermes da Fonseca: ”Papai avisou-me: ´Nair, hoje o
Marechal Hermes vai chegar naquele trem que você batizou de trem dos maridos. Vamos à estação espera-lo´.
(...)
[A cena se
passa em Petrópolis, RJ, onde a elite passava o verão.] Quando o Marechal
desembarcou, achei-o abatido, triste (...) [Quando me viu,] notei que seus
olhos ficaram diferentes. Apertou minha mão e olhou-me com viva ternura. No dia
18, o Presidente telefonou, marcando um passeio para o dia 20, dia de São
Sebastião. Veio acompanhado de seu filho Euclides, do Ajudante de Ordens e do
cocheiro Luís. Saímos a passeio em companhia de papai, em direção ao Bairro
Caxambu, onde meu selim virou e eu caí em pé. Estava em frente do grupo,
distanciada de todos. O Presidente acelerou o seu cavalo, veio em meu socorro e
perguntou-se gentilmente:´Machucou-se mademoiselle?´´Não!´ Antes que cheguem os outros, eu quero lhe falar uma coisa depressa.
Tive um sonho, mas acho quase impossível a sua realização. Não devo dizer-lhe´.
Emparelhamos os nossos cavalos e insisti para contar-me o sonho (...) E ele, encabulado,
olhando para o chão, falou-me: “Estou encantado com a beleza de mademoiselle. Queria fazê-la minha esposa".
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