Estou publicando aqui o Capítulo 3 de meu livro, AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES, no qual mostro como era a vida num seminário franciscano na década de 40, onde os alunos dividiam seu tempo entre os estudos, as orações, e as práticas esportivas. Era o Seminário São Luis de Tolosa, depois desativado e onde hoje funciona um parque ecoturístico, com as instalações do velho seminário ocupadas pela Prefeitura de Rio Negro, Paraná, além de numerosas secretarias. O antigo seminário é hoje uma atração turística, pois manteve sua estrutura original, formada por construções estilo europeu, cercadas por uma exuberante vegetação. A foto foi extraída do material de divulgação da Prefeitura de Rio Negro, Paraná.
"Numa tarde do mês de novembro de 1941, Frei Cipriano, reitor do Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, situado próximo à cidade de Rio Negro, no Paraná, lia em sua cela a correspondência do dia, quando se deparou com uma carta um tanto inusitada. Fora postada na cidade catarinense de Campos Novos, assinada por um cidadão de nome Virgílio Monteiro, carta cujo conteúdo era, em termos gerais, o seguinte:O missivista declarava que era o preceptor de um menino de nome Júlio César Antunes dos Santos, filho de Libório Antunes dos Santos, um opulento fazendeiro da região. O menino já aprendera tudo referente ao ensino básico e precisava agora ingressar no ginásio. Tinha uma inteligência arguta e demonstrava interesse em estudar num seminário, porque sua vocação estava direcionada para o sacerdócio. A carta acrescentava que as intenções do jovem eram apoiadas pelo pai, que poderia, inclusive, contribuir financeiramente para as despesas do seminário. Finalizava, perguntando o que deveria ser feito para o jovem concretizar o seu sonho.
Frei Cipriano respondeu à carta dizendo de sua
satisfação em receber o jovem no seminário franciscano, mas que era necessário
entrevistá-lo, primeiramente, para avaliar melhor sua vocação e esclarecê-lo
sobre os rigores da vida de seminarista.
Ao tomar conhecimento da resposta do reitor do
seminário, Libório Antunes falou para o professor:
– Quero que leves Júlio César para essa entrevista
no seminário.
– Mas a viagem até Rio Negro é muito longa –
respondeu o preceptor. – Teremos que ir de ônibus até a cidade de Cruzeiro e
depois pegar o trem que vai até Porto União e, em seguida, para Mafra e Rio
Negro, já no Paraná. Acho que dá uns dois dias de viagem, pelo menos.
– Não importa – disse Libório –, pois Júlio César não é mais
criança. Agora, já tem idade suficiente para conhecer um pouco do mundo e, se
conseguir estudar no seminário, será ótimo para sua formação, pois soube que os
frades são muito rigorosos e competentes.
Virgílio não quis perguntar mais nada ao patrão,
pois se acostumara a aceitar as coisas
como elas eram. Embora não
concordasse com o que via diariamente, passou a se restringir às suas
obrigações, sem discutir, pois era bem pago para isso. Quando Libório Antunes
ordenou que ele preparasse a carta para o reitor do seminário, no Paraná,
escreveu o que lhe foi ditado, sem
discutir, mas achava que o
jovem Júlio César tinha
vocação para tudo, menos para padre. Não acreditava que ele, acostumado
com a liberdade e as mordomias da fazenda, teria condições de suportar a severa
disciplina de um seminário.
Antes da partida para Rio Negro, Libório chamou o
filho a seu escritório e lhe deu as últimas instruções sobre como se comportar
durante a entrevista com o padre reitor. Ele foi incisivo:
– Quero que entres para o seminário, filho, para
que se cumpra um juramento que fiz à tua mãe em seu leito de morte. Se, com o passar do tempo,
achares que não é isso o que procuras, tomarás o teu próprio rumo, ao alcançar
a maioridade. Até lá, quem dita as ordens sou eu. Durante a entrevista com o
padre reitor, deves demonstrar humildade e confirmar tua intenção de se tornar
um padre franciscano. Mostre-se um menino piedoso, com muita vontade de
estudar.
– Seguirei à
risca seus conselhos, meu Pai.
– O que aprenderes no seminário, te será muito útil
pela vida afora, meu filho.
A viagem até Rio Negro foi demorada. Virgílio e Júlio
César foram de ônibus até Cruzeiro, onde pegaram o trem para Rio Negro, no
Paraná. Para o menino, a viagem era uma festa, pois vivia fechado na fazenda.
Ele agora se sentia livre para conhecer o mundo. Depois de dois dias
sacolejando no maria-fumaça, chegaram, finalmente, a Mafra, ainda em Santa Catarina. O
trem atravessou a ponte sobre o Rio Negro e fez uma parada na estação da cidade
do mesmo nome, onde os nossos viajantes desembarcaram. Dirigiram-se a um ponto
de automóveis de aluguel e embarcaram rumo ao seminário, que ficava no alto de
um monte, a setecentos metros acima do nível do mar. A viagem demorou trinta
minutos, quando o carro parou em frente a um prédio de estilo tipicamente
europeu. Era uma construção em arco, com uma grande fachada e três andares,
encimada por três torres, uma no centro, de tamanho maior, e as duas menores nas
extremidades. À esquerda, ficava a capela dedicada a São Luis de Tolosa,
padroeiro do seminário e, à direita, um grande salão para festas e reuniões.
Os
viajantes desembarcaram e se dirigiram à portaria, onde foram atendidos por um
velho frade. Anunciaram o objetivo
da visita e o porteiro mandou que se acomodassem numa sala ao lado, o
parlatório, onde seriam atendidos pelo reitor da instituição.
Alguns minutos depois chegou Frei Cipriano. Era um
frade alto e magro, cujo semblante irradiava simpatia e bondade. Cumprimentou
os recém-chegados e iniciou a entrevista com o candidato a seminarista,
perguntando como fora a viagem.
– Foi uma longa viagem – falou Virgílio -, enquanto
Júlio César permanecia calado, tomado de grande nervosismo.
– Aqui, hoje – disse o padre
reitor –, está tudo
muito tranquilo, porque nossos alunos estão de férias. Foram visitar
suas famílias, o que fazem de dois em dois anos, no mês de dezembro. No final
de janeiro, todos estarão de regresso para iniciarmos o ano letivo.
Frei Cipriano fez uma pausa e perguntou:
– Mas qual o nível escolar do nosso prezado Júlio
César?
– Ele completou o primário comigo – respondeu
Virgílio. – Acho que está bem preparado, pois se destacou em todas as matérias.
Já lhe ensinei inclusive um pouco de francês e noções de latim.
– O senhor é professor formado? – perguntou o
padre.
– Sim, Frei Cipriano. Sou professor do Estado e dei
aulas em escolas do governo. Fui contratado pelo pai do nosso jovem Júlio César
para ser o seu preceptor, em tempo integral e exclusivo.
– É preciso também que conheças um pouco do nosso sistema
de vida, Júlio César – continuou o reitor. – Os alunos de nossa instituição
estão divididos em três categorias. São os menores, os médios e os maiores.
Cada grupo dorme em dormitórios separados, sentam-se em mesas separadas, no
refeitório, têm salas de estudo também separadas. E o importante é que cada
grupo não deve se relacionar com o outro, pois seus membros, inclusive, são
proibidos de manterem conversações entre si.
– Quantos alunos tem o educandário? – perguntou o
professor.
– Atualmente, são 320 alunos, oriundos de vários
estados brasileiros. Se acolhermos o jovem Júlio César, serão 321. Mas quero
que o jovem me diga por quê deseja entrar para o seminário?
O filho de Libório ficou
calado por alguns instantes, mas lembrou-se das palavras do
pai, e respondeu, contrito:
– Porque pretendo servir ao Senhor, nosso Deus
e Criador.
– Muito boa resposta – completou Frei Cipriano. –
Entretanto, é preciso que saibas, meu jovem, que a vida aqui é muito difícil. O nosso tempo é
integralmente dividido entre as orações, os estudos, o trabalho e a prática de
esportes, pois o nosso lema é Mens
sana in corpore sano, ou seja, mente sadia num corpo sadio.
– Por que todo esse rigor? – indagou Virgílio.
– Porque – disse o padre –, a nossa experiência
indica que assim é melhor para todos. E tem mais. Exercemos uma vigilância
constante sobre os nossos alunos. Toda correspondência para a família, amigos
ou conhecidos, tem que ser lida antes pelo padre prefeito, o responsável direto
pela disciplina. Também as cartas que recebem passam pelo mesmo processo.
– Mas é uma forma de censura sobre a liberdade de
pensamento dos alunos – contrapôs Virgílio.
– Nós não chamamos isso de censura, mas de
vigilância necessária à formação moral dos nossos jovens, além do que, ninguém é
obrigado a vir para cá, meu caro professor.
Júlio
César ouvia tudo com espanto. Acostumado a viver com o pai, na fazenda, em
total liberdade, tudo lhe parecia sufocante e não sentia nenhuma vontade de
adotar aquele sistema de vida. O padre reitor prosseguiu:
– O nosso tempo aqui é preenchido minuto a minuto.
Levantamos às 5h30 da manhã, assistimos à santa missa na capela anexa ao
seminário, depois tomamos café e temos uma hora de estudo. A seguir, todos vão
para as aulas, que duram até o meio-dia, hora do almoço, seguido por um tempo
de recreação, depois do qual voltamos às salas de estudo para fazer as lições.
Às 18 horas, é servido o jantar e depois temos um momento de recreação. Das 20
às 21 horas, temos mais um tempo de estudo, quando é chegado o momento de todos
se recolherem aos dormitórios. Uma vez por semana, temos aula de ginástica e,
às quintas-feiras, promovemos uma tarde esportiva, na qual os seminaristas se
dedicam a seus esportes prediletos. Nos feriados, organizamos excursões ao campo
ou vamos tomar banho no rio, que fica nas terras do seminário.
– E quem faz os serviços de limpeza e manutenção
das dependências do seminário? – perguntou Virgílio.
– Os
próprios alunos, em turmas que se revezam, mensalmente. Podem observar que é
uma vida difícil, um estilo alemão de viver, pois os padres da nossa província
são oriundos, em sua maioria, da Alemanha. Mas levamos aqui uma vida saudável,
convivemos em grande harmonia com a natureza, respeitando-a. Basta olhar para
os nossos parques e jardins que são mantidos pelos próprios alunos. Dedicamos também boa parte
do nosso tempo às atividades culturais. Temos uma pequena orquestra, uma
excelente banda de música e um coral
muito apreciado. Nas grandes
festividades, organizamos grupos teatrais, que se apresentam para o público
interno e até para os moradores da cidade de Rio Negro. Para isso, temos um
grande auditório com palco bem equipado.
Frei
Cipriano concluiu a sua preleção sobre a vida no seminário e deu alguns
conselhos ao jovem Júlio César. Recomendou que ele só tomasse a decisão de ali
ingressar, se estivesse convencido de que era isso o que desejava. Passou às
mãos de Virgílio uma lista de peças de roupas a serem trazidas pelo candidato.
Informou que todo o material escolar, como livros e cadernos, eram fornecidos
pelo seminário e disse qual o preço mínimo das mensalidades a serem pagas
pelos pais dos candidatos. Concluíu que quantias maiores seriam bem recebidas,
pois só com o dinheiro arrecadado dos alunos não era possível manter a
instituição. Ela só era viável, porque alguns benfeitores de São Paulo, Paraná
e Rio de Janeiro contribuíam com quantias expressivas para aquela obra de Deus,
além, naturalmente, dos recursos fornecidos pela Ordem Franciscana.
– O meu patrão – acrescentou Virgílio – certamente
contribuirá com uma quantia, bem além da mensalidade estipulada, pois ele tem
condições financeiras para isso. É um fazendeiro muito bem sucedido.
– Se assim for – disse Frei Cipriano –, agradecemos
de coração, pois dinheiro nunca é demais, diante da ingente tarefa que nos
propomos, pois é preciso acrescentar que, de cada cem alunos que aqui estudam,
somente vinte a trinta são ordenados sacerdotes. Os outros desistem ao longo do
percurso.
– Por quê? – perguntou Virgílio.
– Porque, além dos sete
anos de seminário, os candidatos fazem, a seguir, o noviciado, quando são
admitidos na Ordem Franciscana. Depois, estudam dois anos de filosofia e três
de teologia, quando, então, são ordenados sacerdotes. É um longo caminho a
percorrer e muitos desistem diante dos obstáculos.
– Por que esse percentual
tão baixo de alunos, que chegam ao final da carreira? – perguntou Virgílio mais
uma vez.
– Porque nem todos suportam carregar o fardo e,
além do mais, como disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Muitos são os chamados
e poucos os escolhidos”. E
também é bom frisar,
meu caro professor, que nós
não forçamos ninguém a ficar. Todos são livres para saírem quando bem
entenderem.
– Assim – retrucou o Professor –, o ônus financeiro
da educação de tantos jovens se perde
– Absolutamente, não! Além de formarmos sacerdotes,
também estamos contribuindo para a formação de cidadãos, porque aqueles que vão
embora daqui levam consigo uma sólida bagagem intelectual e cristã e estão
aptos a desempenharem importantes papéis na vida secular. Muitos dos nossos
ex-seminaristas são, hoje, professores, advogados, médicos, juízes,
jornalistas, escritores. É essa a nossa contribuição para um mundo melhor,
embora alguns deles, às vezes, percam o rumo.
Com as últimas palavras, o padre Reitor deu por
encerrada a reunião, mas fez uma última ressalva:
– Já me esquecia: é proibido o uso de dinheiro
entre os alunos. Qualquer importância em seu poder deve ficar sob guarda da
reitoria.
Virgílio e
seu pupilo retornaram à cidade de Rio Negro, no final do dia, onde dormiram num
pequeno hotel, enquanto aguardavam a manhã seguinte para pegar o trem e voltar
para Campos Novos. Ao chegarem à fazenda, o professor fez um minucioso relato
da viagem ao patrão, que se mostrou satisfeito com as informações. Libório não
se preocupava com a rígida disciplina adotada no seminário, fator que seria
positivo para a formação do filho, embora Júlio César pensasse exatamente o
contrário."
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AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester.
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