Judas recebendo o pagamento
pela traição de seu mestre
A primeira venda de que se tem
notícia aconteceu ainda no paraíso, quando a serpente vendeu a Adão e
Eva a famosa maçã, fruto da árvore proibida, usando falsos argumentos. Eles
comeram a maça e só então perceberam que foram enganados por aquele vendedor
ardiloso e se deram mal. Essa foi uma venda em
sentido lato.
Outra venda desastrada, relatada na Bíblia,
foi feita por Esaú, que vendeu ao irmão
Jacó o seu direito à primogenitura, em troca de
um prato de lentilhas. O comprador, Jacó, foi muito
esperto, enquanto Esaú, atormentado pela fome, abriu mão de seus direitos à
herança do pai, Isaac. Mais tarde, o próprio Jacó foi vítima de outro vendedor
esperto, Labão, que lhe vendeu a filha Raquel em troca de servidão de sete anos
e depois mais sete. E os filhos de Jacó não
tiveram dúvida e venderam como escravo o irmão José, conhecido como José do
Egito, que se destacou na corte do Faraó.
Também temos na
Bíblia a história daquele outro vendedor que vendeu seu Mestre por 30 moedas de
prata e mudou o curso da história, não chegando mesmo a usufruir do pagamento.
No início do século XVI,
conhecemos um negócio que deu muito o que falar, quando o papa Júlio II instituiu a
venda das indulgências para levantar fundos para a construção da basílica de
São Pedro. Segundo os vendedores, a cada pagamento das indulgências, o
comprador tinha automaticamente seus pecados perdoados. Esses vendedores percorriam
a Europa de Norte a Sul, oferecendo sua mercadoria e arrecadando milhões
para as obras da basílica. Tal procedimento provocou a ira de Lutero,
estabelecendo-se um grande cisma religioso e o surgimento do protestantismo,
com graves consequências políticas e religiosas para todo o continente europeu,
com a diminuição do poderio papal que, pela primeira vez, sofria contestação.
O vendedor de indulgências, em seu balcão de negócios
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