quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

QUEM FOI O INVENTOR DO PRESÉPIO?







O inventor do presépio foi são Francisco de Assis. O fato aconteceu na localidade de Greccio, na Itália, no ano de 1223. Conta-se que, naquele ano, o Poverello resolveu celebrar o natal de uma maneira inusitada. Solicitou a um amigo seu, de nome João, homem de posses, que lhe arrumasse um local com uma manjedoura, além da vaquinha e do burro. Na noite de natal, o povo chegou iluminando a paisagem com tochas. No local foi celebrada missa por um sacerdote e São Francisco que era diácono (não quis ser ordenado sacerdote por não se julgar digno), fez uma pregação que emocionou os presentes. Conta-se que, ao tomar em seus braços a imagem do menino, este lhe sorriu, o que foi testemunhado por muitas pessoas presentes. Seus biógrafos relatam que, enquanto fazia sua pregação, ao pronunciar  o nome do menino, o santo passava a língua pelos lábios como se estivesse degustando um mel de sabor celestial e que, ao pronunciar a palavra Belém, sua voz parecia o balido de um cordeiro.
Em razão daquela celebração do natal em Greccio,  São Francisco é considerado o criador do presépio como conhecemos hoje, uma tradição que se espalhou por todo o mundo cristão.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EM GUARDA PARA A DEFESA DAS AMÉRICAS








                                 

Na minha adolescência, durante a Segunda Guerra Mundial, eu trabalhava numa farmácia em minha cidade natal, Lages, Estado de Santa Catarina. Eu acompanhava a guerra através de uma revista que era distribuída gratuitamente, sob o título: Em Guarda para a Defesa das Américas. A referida revista era publicada pelo governo americano e tinha por objetivo unir os povos das Américas contra os países do Eixo. Na verdade, os americanos precisavam da cooperação de todos, principalmente das matérias primas que alimentavam sua gigantesca indústria bélica. A revista era muito bem impressa, pelo sistema de rotogravura,  e trazia reportagens sobre a guerra, cenas de combate, vitórias dos aliados, matérias sobre os grandes generais americanos, como George S. Patton. Em Guarda era publicada em português e também em espanhol, distribuída em diversos países sul-americanos. Foi através dela que eu me informava sobre o que acontecia no mundo lá fora, durante a grande guerra, cujas consequências sentíamos nos longínquos campos de Lages, pois havia racionamento de carne e de outros produtos, principalmente de gasolina, com o surgimento dos carros a gasogênio que trafegavam lentamente pelas estradas do interior, movidos a carvão vegetal, cuja combustão produzia o gás que alimentava os motores dos diversos tipos de veículos.
A cooperação brasileira com os americanos era evidente, principalmente pela cessão pelo governo brasileiro da base aérea de Natal através da qual os americanos fizeram uma verdadeira ponte aérea para o Norte da África para abastecer os aliados durante o conflito. Era um projeto gigantesco que movimentava em torno de 500 aeronaves por dia que seguiam carregados de armas e munições, além de alimentos,  rumo ao continente africano. A seguir, o Brasil entrou na guerra com o envio da Força Expedicionária Brasileira que lutou na Itália, ao lado de americanos e aliados.
E existia um outro grande projeto de mútua cooperação entre os dois países, do qual pouco se fala e que tinha por objetivo a produção de alimentos. Para tanto, um grupo de agrônomos brasileiros  foi levado aos Estados Unidos para ali absorverem as mais avançadas práticas agrícolas. Os americanos sabiam que, se a guerra se prolongasse além do ano de 1945, eles não teriam mais condições de produzir alimentos em quantidade suficiente para abastecer a Europa devastada. O Brasil, então, foi escolhido para participar desse esforço de guerra, com o aproveitamento de suas imensas áreas agricultáveis. Conheci um agrônomo que, àquela época, fez parte da equipe que  foi enviada aos Estados Unidos e me disse que o projeto era grandioso e faria o Brasil dar um gigantesco salto na sua produção de alimentos, fato que só iria acontecer quase meio século depois.
A revista Em Guarda foi o retrato de uma época.






LIVROS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER
 O FILHO DE ANITA, VENDER É PRECISO, OPERAÇÃO KAABA, AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES E  MENINO TROPEIRO
Para comprar estes livros, acesse: atendimento@clubedeautores.com.br

                                                                       
 
             
         

terça-feira, 29 de novembro de 2011

50 ANOS DE LUZ NAS TREVAS

       



 Frei Anselmo Fracasso mora hoje no 
  convento de Santo Antônio, Rio de Janeiro.

Num determinado dia do ano de 1950, um grupo de jovens seminaristas do seminário franciscano Santo Antônio, situado em Agudos, São Paulo, conversava animadamente durante o recreio. Os assuntos eram os estudos, os problemas e dificuldades enfrentados, a atuação dos professores, os esportes e outros  de menos importância. Entre esses alunos estava um jovem gaúcho, simpático, bem falante com muitos amigos no recém inaugurado seminário, cuja construção  estava em andamento com muitos anos para ser concluída. O nome desse jovem era  Irahy Fracasso. Em determinado momento da conversa, ele falou que estava com dificuldade de visão e que não estava conseguindo ver nem mesmo o que os professores escreviam no quadro negro das salas de aula. Quando ele acabou de falar, o grupo ficou por alguns momentos em silêncio até que um dos companheiros o advertiu:
- Fracasso (era assim que 0 chamavam), você precisa ver isso com muita urgência. Procure o padre prefeito e peça que o levem imediatamente a um oculista, em Agudos. Com a vista não se brinca.

Esse diálogo foi o ponto de partida para o grande e prolongado calvário do jovem Irahy. Consultando um oculista em Agudos, esse percebeu que se tratava de um problema grave de visão para o qual ele não tinha solução. Aconselhou que o levassem a Campinas, São Paulo, para ser examinado num renomado centro oftalmológico de fama nacional e internacional que funcionava na cidade. Isso foi feito e os especialistas daquele centro constataram  que o problema não tinha mais solução, pois a visão do jovem Fracasso estava totalmente comprometida pela ação de uma terrível bactéria resistente aos medicamentos da época.  Uveíte é o nome dessa doença, responsável pela maioria dos casos de cegueira em todo o mundo.

Quando a notícia chegou a Agudos, a consternação dos companheiros de Fracasso foi muito grande. Todos rezaram por ele, pois  achavam que chegara o fim da linha para o jovem seminarista. Mas aconteceu exatamente o contrário: mergulhado nas trevas, ele encontrou a luz.

Irahy aprendeu a linguagem dos cegos, o braile, e conseguiu apoio de seus superiores para continuar seus estudos. Fez o curso de filosofia e teologia, conseguiu autorização de Roma para ser ordenado sacerdote, o que era proibido pelo Código Canônico,  tornando-se o primeiro padre cego do Brasil e o segundo do mundo, pois só existia um outro na Alemanha, nas mesmas condições. Ao entrar para a ordem franciscana, recebeu o nome de Frei Anselmo e, depois de ordenado, foi designado para o convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, onde reside há quase meio século, exercendo seu apostolado, dando assistência espiritual a numerosas pessoas que  o procuram com os mais variados problemas. Nesse período, tornou-se um autor consagrado com numerosos livros publicados no Brasil e no exterior, sendo um conferencista muito solicitado em todo o país. Seus livros têm repetidas edições, sendo que um deles – Ajude seu filho a ser feliz – já está em sua 34ª. Edição.

O título de um dos livros de Frei Anselmo Fracasso bem expressa toda a sua trajetória de vida:” 50 anos de luz nas trevas – Deixei de enxergar e comecei a ver.”

Ainda em sua juventude, Irahy foi atingido por uma grande tragédia familiar. Foi o assassinato de seu pai, vítima de uma covarde emboscada. No site do convento de Santo Antônio, do Rio de Janeiro, encontramos a narrativa emocionada do episódio feita pelo próprio Frei  Anselmo  ao jornalista Moacir Beggo, além da história completa de sua vida, com a relação de seus livros. 
Acesse, pois vale a pena:
(www.conventosantoantonio.org.br/.../entrevistafranselmo.../index.ph...)



LIVROS EXTRAORDINÁRIOS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER. LEITURA IMPERDÍVEL !!!

                     

O FILHO DE ANITA - Uma história que beira o fantástico. Um rico fazendeiro que incorpora o Malvado, desenvolve um intenso trabalho para seduzir uma bela jovem, Anita, criando situações inusitadas. A história reúne frades, médicos, vaqueiros, mulheres inteligentes e o povo simples dos vilarejos. E tem um final surpreendente. Só lendo, para crer. Mas, se você é impressionável, compre o livro, mas não leia, para não perder o sono. Deixe que outros o leiam.

VENDER É PRECISO- Um livro para treinamento de vendedores e empresários, mostrando as melhores técnicas de vendas, desenvolvidas no país e no exterior. Agora, em segunda edição. Um professor de vendas sobre Vender é Preciso, disse o seguinte:” Este livro deveria estar no porta-luvas do carro de todo vendedor, pois também Ler é Preciso”.

 OPERAÇÃO KAABA - Uma história extraordinária, que se passa no ano de 2035, num conflito internacional de graves consequências e o sequestro de um papa por terroristas islâmicos. O livro fala do surgimento de uma nova ordem religiosa - os Novos Templários, em cujos votos está, agora incluído, o voto de Preservação, com o objetivo de minorar os graves problemas ambientais que surgirão no futuro. A história envolve terroristas, jornalistas, políticos, fanáticos religiosos, personagens do clero e a figura de um papa - Pedro Paulo I, além de uma bela jovem que dá um colorido especial à narrativa. 

 AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester. 

 MENINO TROPEIRO - é a biografia da infância do autor, filho de um professor primário, que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos. 

 Para comprar, acesse: Atendimento@clubedeautores.com.br




Você que faz parte dos quase 200 mil leitores do meu blog com quase 180 mil inserções, num trabalho de  15 anos, infelizmente não compra os meus livros. Estou quase desistindo, mas se comprar, não vai se arrepender. Se achar caro o preço da versão impressa, compre a versão e-book, pela metade do preço e receba o livro pela internet.

O Autor

 


 


terça-feira, 22 de novembro de 2011

COMO CONHECI FREI JOSÉ MOJICA



No ano de 1950, nascia a televisão no Brasil, com a inauguração da TV Tupi de São Paulo. Para essa inauguração, foi convidado um personagem famoso no mundo musical. Era o frade franciscano Frei José Francisco de Guadalupe Mojica, conhecido simplesmente como frei Mojica. A essa época, eu estudava no Seminário Santo Antônio dos padres franciscanos, em Agudos, São Paulo. Frei Mojica visitou o educandário, fez palestra para os seminaristas e nos proporcionou um show com suas mais belas canções. Ele era uma pessoa simpática, alto, olhos verdes, um boa pinta que ainda arrancava suspiros das mulheres por onde passava, apesar de trajar o humilde hábito franciscano.
Ele fez palestra para os seminaristas, presenteando o seminário com uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do México, sua terra natal. Fez um resumo de sua carreira artística antes de se tornar frade, carreira essa marcada pelo sucesso e pela riqueza. Quando sua mãe faleceu, entrou em profunda depressão e resolveu se desfazer de todos os seus bens e entrar para o seminário franciscano de Cusco, no Peru. Depois de ordenado padre, foi residir no convento franciscano da mesma cidade.
A mãe de Jose Mojica, Dona Virginia Montenegro,  tinha sido a grande companheira e incentivadora de sua vida. Ele não conheceu o pai, um médico, que mantivera um relacionamento com sua mãe, abandonando-a depois, por ser um homem casado e com filhos.  
No show que realizou nas dependências do seminário Santo Antônio, Frei Mojica cantou muitas de suas canções famosas, como Maria a la-Ô, Jura-me, Solamente una vez, Besame Mucho, a maioria de sua autoria. Seus confrades peruanos tiraram proveito de sua fama e permitiram que ele se apresentasse em muitos países, angariando fundos para a construção de um seminário em Arequipa, o que ele conseguiu com relativa facilidade, tal a popularidade que desfrutava nos países sul-americanos. Apesar de ter se tornado um frade franciscano, foi autorizado pelos superiores a cantar as dolentes canções românticas que o tornaram famoso em todo o mundo, o que ele fazia com a maior naturalidade, embora alguns de seus confrades franciscanos, mais antiquados, torcessem o nariz para essa atividade, dita mundana, de Frei Mojica.
A carreira de José Mojica foi marcada pelo sucesso, como cantor, compositor e ator. Participou de dez filmes nos Estados Unidos, seis no México e um na Argentina. Cantou óperas e realizou espetáculos, exibindo sua maravilhosa voz como grande cantor popular. Foi muito incentivado por Enrico Caruso, a maior celebridade do mundo operístico, àquela época.
Como frade franciscano, ele costumava dizer: "Eu tive em abundância tudo o que a juventude persegue, por isso digo que todo o ouro do mundo, a fama, o poder, o aplauso e o prazer não equivalem a uma hora a serviço de Deus”. Em 1958, escreveu um livro intitulado Yo Pecador que foi um grande sucesso editorial, sendo também transformado em filme. Nesse livro, ele narra a trajetória de sua vida até se tornar um frade franciscano.
José Mojica  Faleceu em 20 de setembro de 1974, na cidade de Lima, Peru.


LIVROS EXTRAORDINÁRIOS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER. LEITURA IMPERDÍVEL !!!

                     

O FILHO DE ANITA - Uma história que beira o fantástico. Um rico fazendeiro que incorpora o Malvado, desenvolve um intenso trabalho para seduzir uma bela jovem, Anita, criando situações inusitadas. A história reúne frades, médicos, vaqueiros, mulheres inteligentes e o povo simples dos vilarejos. E tem um final surpreendente. Só lendo, para crer. Mas, se você é impressionável, compre o livro, mas não leia, para não perder o sono. Deixe que outros o leiam.

VENDER É PRECISO- Um livro para treinamento de vendedores e empresários, mostrando as melhores técnicas de vendas, desenvolvidas no país e no exterior. Agora, em segunda edição. Um professor de vendas sobre Vender é Preciso, disse o seguinte:” Este livro deveria estar no porta-luvas do carro de todo vendedor, pois também Ler é Preciso”.

 OPERAÇÃO KAABA - Uma história extraordinária, que se passa no ano de 2035, num conflito internacional de graves consequências e o sequestro de um papa por terroristas islâmicos. O livro fala do surgimento de uma nova ordem religiosa - os Novos Templários, em cujos votos está, agora incluído, o voto de Preservação, com o objetivo de minorar os graves problemas ambientais que surgirão no futuro. A história envolve terroristas, jornalistas, políticos, fanáticos religiosos, personagens do clero e a figura de um papa - Pedro Paulo I, além de uma bela jovem que dá um colorido especial à narrativa. 

 AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester. 

 MENINO TROPEIRO - é a biografia da infância do autor, filho de um professor primário, que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos. 

 Para comprar, acesse: Atendimento@clubedeautores.com.br


Você que faz parte dos quase 200 mil leitores do meu blog com quase 180 mil inserções, num trabalho de  15 anos, infelizmente não compra os meus livros. Estou quase desistindo, mas se comprar, não vai se arrepender. Se achar caro o preço da versão impressa, compre a versão e-book, pela metade do preço e receba o livro pela internet.

O Autor

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O RIO DE JANEIRO E A IMPLACÁVEL ROLETA DO TEMPO









Em 1956, quando cheguei ao Rio de Janeiro, a cidade ainda era a capital da república e tinha uma intensa atividade econômica e cultural. Naqueles dias, o presidente da república era Nereu Ramos,  um conterrâneo meu, da cidade de Lages. Assumiu a presidência, sob estado de sítio, depois do suicídio de Getúlio Vargas, e nela permaneceu de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, quando Juscelino Kubitschek assumiu o poder, sob os auspícios do General Teixeira Lott que garantiu a posse dos eleitos.

Com a mudança da capital federal para Brasília, aliado a outros fatores, o Rio de Janeiro sofreu prejuízos irreparáveis. Só na área da mídia, grandes foram as perdas ao longo dos anos. Vejamos os nomes de alguns órgãos de imprensa e comunicação que desapareceram. Jornais: Correio da Manhã, O Jornal, Diário de Notícias, Jornal do Brasil, Jornal do Comércio, O Jornal, Última Hora, Luta Democrática. Revistas: O Cruzeiro, Cruzeiro Internacional, Manchete, Fatos e Fotos, Mundo Ilustrado, Revista do Rádio e outras de menor circulação. Emissoras de televisão: TV Tupi, TV Continental, TV  Excelsior, TV Manchete, TV Rio.
Hoje, os meios de comunicação do Rio de Janeiro se concentram praticamente nas Organizações Globo, um gigantesco conglomerado, mas a cidade perdeu em definitivo sua diversidade cultural na área da informação.
Na área do comércio, as perdas também foram significativas. Sumiram do mapa importantes empresas comerciais, como Mesbla, uma gigantesca organização que tinha até uma foto de todos os prédios da empresa no Brasil que eles chamavam orgulhosamente de A Cidade Mesbla. Já tinham desaparecido a famosa Casa Canadá, o Grupo Ducal, O Rei da Voz, Lojas do Charque, Os Supermercados Disco, pioneiro na área de auto serviço, Casa José Silva, Casas Tavares. Depois, desapareceu o grupo Casas da Banha, com lojas que, do Rio de Janeiro, se espalharam por diversos estados. Com a mudança da capital para Brasília, muitas empresas multinacionais que aqui tinham suas diretorias, mudaram-se para São Paulo.
Mas, como dizia o comercial de uma transportadora: O mundo gira e a Lusitana roda.


**************************************                 


terça-feira, 25 de outubro de 2011

A FANTÁSTICA HISTÓRIA DOS SINOS DA CATEDRAL DE LAGES


Autor: R.H. Souza
(Dramatização baseada em fatos e personagens reais, mostrando a verdadeira epopeia que foi a construção da catedral de Lages, com a instalação de seus famosos sinos, numa época em que os recursos eram precários). Foto extraída do site:
 
Naquela manhã de setembro de 1915, o fazendeiro Oscar de Brito, do alto da varanda de sua casa, contemplava a paisagem, formada pelos imensos campos de sua propriedade, onde milhares de reses pastavam sob a temperatura tépida daquele dia. O inverno tinha sido rigoroso e fora preciso levar os animais para as grandes invernadas que ficavam nos limites de sua fazenda, situada nos campos de Lages. Agora, com a chegada da primavera, as pastagens cresciam abundantes e o gado, em pouco tempo, estaria pronto para o abate. Compradores não lhe faltavam e eles chegavam de toda a região. Muitos vinham do litoral de Santa Catarina, subiam a serra do Rio do Rastro em busca da carne suculenta dos rebanhos da região serrana. As manadas, então, eram tangidas até o litoral, através da serra, e dali para os grandes centros consumidores do país.  
Enquanto admirava a paisagem, o fazendeiro tomava o seu chimarrão matinal, um hábito que o acompanhava desde a mocidade. Era um ritual diário que ele praticava com prazer. Uma criada da fazenda trazia uma chaleira de ferro com a água quente, enquanto ele colocava a erva-mate na cunha de porongo, ricamente adornada com adereços em prata. Depois, colocava a água quente no recipiente e, através da bomba, também de prata, sorvia o líquido amargo, mas comprovadamente benéfico para a saúde.
Depois de tomar três cuias de chimarrão, Oscar de Brito dirigiu-se para o grande salão da fazenda, onde iria tomar o café da manhã, em companhia da esposa, Dona Alice, momento em que eles colocavam a prosa em dia.
- Sabe, Oscar – disse Alice, enquanto servia o café para o marido – Esta noite eu tive um sonho muito estranho.
- Estranho, como?
- Eu estava num grande descampado, sob um céu cheio de estrelas, quando ouvi o toque de vários sinos que vinha de muito longe. Só que era um som diferente... muito diferente do que estamos acostumados a ouvir. Aliás, um som que parecia uma música... uma música divina.
- Deve ser o jantar de ontem que te fez mal, minha querida – comentou o fazendeiro.
- Ontem, eu não comi nada que pudesse me fazer mal. Só sei que foi um sonho muito estranho que me deixou um pouco atordoada.
- Esqueça...porque um sonho é simplesmente um sonho.
Quando terminou o café, Oscar de Brito trocou de roupa e se preparou para montar seu cavalo preferido, pois estava na hora de fazer a ronda da fazenda. Ele confiava em seus empregados, tinha um capataz muito competente, mas trazia sempre em mente aquele antigo provérbio: “O que engorda o boi é o olho do dono”. E as preocupações de um fazendeiro como ele, eram numerosas, principalmente com a alimentação e a saúde de seu rebanho. Tinha que ficar atento às numerosas doenças que podiam atingi-lo, como a aftosa, a brucelose, o carbúnculo, além de carrapatos e bernes que também  acarretavam prejuízos aos animais.
Algumas semanas mais tarde, o casal de fazendeiros descansava na grande varanda da casa, quando entrou um peão para avisar que tinha um padre no portão da fazenda. Ele queria falar com o proprietário. Oscar de Brito mandou que o empregado introduzisse no salão o visitante e comentou com a mulher:
- Se é padre, deve vir atrás de dinheiro. Sei que estão visitando diversas fazendas da região para levantar fundos para a construção da Catedral de Lages. É negócio de muito dinheiro.
 - E tu não achas que a nossa cidade deva ter uma bonita catedral? Será uma igreja dedicada à Nossa Senhora dos Prazeres, de quem sou muito devota.
- Sim, concordo contigo. Os padres não estão construindo a catedral para eles, mas para a cidade. Dizem que será uma obra extraordinária que vai  levar 10 anos para ser concluída. Será toda em pedra... aliás o que não falta na região ... daí o nome da própria cidade: Lages ... lages são pedras...
Nesse ponto, a conversa foi interrompida com a entrada do visitante. Era um frade, de estatura mediana, de pele muito clara e cabelos alourados, indicando sua origem germânica. Vestia o tosco burel de frade franciscano, bem amarrotado, pelas andanças que fazia em lombo de burro, de fazenda em fazenda, em buscas de recursos para a construção da grande obra de sua vida: a Catedral de Lages. Dona Alice introduziu o visitante no recinto, enquanto ele se apresentava:
 - Bom dia, Sr. Oscar e Dona Alice. Louvado seja Jesus Cristo!
- Para sempre seja louvado – respondeu Dona Alice!
- Meu nome é Frei Gabriel... Gabriel Zimmer. Sou o pároco da paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Lages...
- Sei quem é o senhor – falou Oscar. É o responsável pela construção da nova catedral.
- Isso mesmo.
- Já ouvi falar muito de seu trabalho. Dizem que por onde passa, constrói uma igreja.
- Sim, fui responsável por algumas construções nas paróquias que dirigi. Acho que o nosso Salvador merece uma casa digna de seu nome.
- Não há dúvida – completou Dona Alice.
- Bem, Reverendo - falou Oscar -, a que devemos a honra de sua visita?
- É o assunto de que falávamos: a nova catedral. Como os amigos sabem, iniciamos a sua construção há cinco anos, ela está bem adiantada, mas ainda tem muita coisa por fazer. Meu confrade, Frei Egydio Lother, o arquiteto construtor, tem feito um trabalho extraordinário, com muita competência. Enquanto ele se dedica à construção, eu trato de levantar o dinheiro para a obra.
- Sei - disse Oscar - que  muitos fazendeiros da região contribuíram com elevadas somas.
- Exatamente. O nosso orçamento total é de trezentos e quarenta e cinco mil contos de réis, fora o custo dos sinos. E esses, que serão em número de três, deverão estar à altura da construção e seu preço representará 10 por cento do total da obra.
- Isso daria quase 35 mil contos de réis – falou Oscar.
- Aproximadamente... mas os preços de cada sino são diferentes, dependendo do peso de cada um. O menor, que pesa 610 kg,  já foi doado por Dona Julinha Ramos. O Médio tem 920 kg e  é um presente de Dona Baselissa Alves de Brito.
- Sei quem é – completou Oscar.
- Bem ­- concluiu Frei Gabriel –, falta agora o mais pesado, que terá 1.520 kg com um custo de 17 mil contos de réis. É para a compra desse sino que estou visitando novamente os fazendeiros, pedindo contribuições. Sei que o seu preço é muito elevado e deve ser rateado entre diversos doadores.
- Onde vai fundir esses sinos, Frei Gabriel – perguntou Oscar?
- Serão fundidos na Alemanha, na cidade de Bochum, onde existe empresa especializada que produz os melhores sinos do mundo. Aliás, quase tudo o que teremos na nova catedral, virá da Alemanha: decoração, altares, confessionários, vitrais, órgão, imagens de santos e outros materiais.
- Mas como o reverendo trará esses sinos através da serra?. O senhor deve conhecer os perigos da Serra do Rio do Rastro, com suas curvas e despenhadeiros. Eu já perdi muito boi ali quando mandei gado para o litoral.
- Sei desses perigos, mas tudo foi muito bem planejado. Cada sino virá numa carreta preparada previamente, puxada por diversas juntas de mulas, sob o comando de carreteiros de inteira confiança. É gente acostumada a esse tipo de viagem. Eles irão, inclusive, examinar previamente as estruturas das pontes por onde passarão as carretas para ver se aguentam o peso dos sinos, que estarão entre os maiores do mundo.
- Frei Gabriel - disse Dona Alice -, o senhor não está construindo somente uma catedral, mas escrevendo uma epopeia que ficará entre os episódios mais importantes da história da nossa região serrana.
- Faço isso para a maior glória de Deus, Dona Alice, pois não tenho outra motivação. Hoje, sou o pároco de Lages, amanhã poderei ser removido para outro lugar, de acordo com as determinações de meus superiores.
- Admiro seu espírito empreendedor, frei Gabriel - falou Oscar - e espero que permaneça em Lages ate o término da sua obra.
- Mais importante do que a minha presença é a do arquiteto, Frei Egydio, pois ele é o cérebro da construção. O projeto dele se inspirou na monumental catedral de Magdeburg (templo de São Maurício e Santa Catarina), considerada a primeira construção gótica da Alemanha, erguida por volta do ano de 1209. A minha função é garantir os recursos financeiros para a obra, o que, graças a Deus, estou conseguindo. Devo isso à bondade do povo lageano, principalmente de seus fazendeiros. Tudo indica que ficarei à frente do empreendimento até sua conclusão.
- É o que todos esperamos – concluiu Dona Alice.
Como estava na hora do almoço, o casal de fazendeiros convidou o frade para partilhar com eles a refeição, o que ele aceitou com satisfação, pois a peregrinação, em lombo de burro, de fazenda em fazenda, exigia todo o seu estoque de energia. E nada melhor para recuperá-la do que uma farta refeição como era preparada na fazenda do casal Oscar de Brito e Alice. Quando veio a sobremesa, Oscar falou:
- Frei Gabriel, estou inteirado de todo o projeto da futura catedral e acho que ela merece sinos de qualidade europeia. Iremos contribuir para a compra do sino principal. Quanto ao valor da minha contribuição, vai depender de alguns levantamentos que farei nos próximos dias. Dentro de 10 dias, estarei em Lages e prometo levar o dinheiro em espécie para que o Sr. feche o contrato com essa fundição da cidade de... como é mesmo o nome?
- Bochum
          - Isso mesmo... Bochum. Nunca esquecerei esse nome. O Sr. pode voltar tranquilo para a sua paróquia que não lhe faltará o dinheiro para comprar esse sinão de tonelada e meia, cujas badaladas espero ouvir, um dia, ecoando por esses campos e coxilhas da nossa querida terra. Ademais, acho que a mão de Deus guiou o reverendo até nossa fazenda, porque minha mulher teve um estranho sonho dias atrás... Conta para ele, Alice.
Dona Alice, um tanto encabulada, narrou para o frade, muito atento, o sonho que tivera, quando, sob um céu estrelado, ouvira badalas de sinos como ela jamais ouvira.
- Até hoje - concluiu –, fico toda arrepiada quando me lembro do sonho.
- Um anjo de Deus deve ter lhe demonstrado os maravilhosos sons que os sinos da futura Catedral de Lages farão ecoar sobre a paisagem, alcançando os mais longínquos rincões. Esqueci de lhes dizer que cada sino terá um nome e representará uma nota musical. O sino maior, de 1.520 kg e badalo de 87 kg, terá o nome de Cristo Salvador e tocará a nota Mi da escala musical. O casal Oscar e Alice serão os seus  padrinhos.  O sino médio, de 920 kg e badalo de 66 kg, terá o nome de Santa Maria e tocará a nota Sol. Finalmente, o menor, de 610 kg e badalo de 48 kg, terá o nome de nosso pai São Francisco. Sua nota será o Lá. A combinação das três notas, segundo conceituados músicos, produzirá sons harmoniosos.
Aquela tarde, quando Frei Gabriel chegou a Lages, dirigiu-se imediatamente ao canteiro de obras da nova catedral, onde encontrou seu irmão de hábito, frei Egydio, a quem transmitiu os resultados de sua jornada.
- Estive com um casal de fazendeiros, Oscar de Brito e Alice Wendhausen. Estou certo que farão uma boa contribuição para a compra do sino principal. Se faltar alguma coisa, já tenho gente que também contribuirá.
 - Com isso – disse frei Egydio – estarão praticamente assegurados os recursos para a conclusão da obra. Laudetur Jesus Christus!
- Para sempre seja louvado!
Depois de uma longa conversa com Alice, Oscar de Brito resolveu fazer um levantamento de suas reservas monetárias que eram guardadas em espécie no grande cofre que  tinha no escritório, pois, àquela época, não existia banco na região. As trocas comerciais eram feitas na base do toma-lá-dá-cá. Depois de um tempo, contando o dinheiro que tinha no cofre, Oscar de Brito dirigiu-se à mulher e falou:
- Minha velha, acho que podemos patrocinar sozinhos o grande sino de Frei Gabriel. Fiz uns levantamentos e temos dinheiro suficiente para a empreitada.
- Acho ótimo, meu querido. Assim, quando não estivermos mais aqui, o badalar daquele sino vai lembrar sempre a Nossa Senhora dos Prazeres que fomos nós os padrinhos dele e ela estenderá sobre nossas cabeças o seu manto celestial, permitindo que nossas almas descansem na paz do Cristo Salvador...
- Estou de acordo contigo, minha querida. Deus sempre nos deu muito mais do que precisamos e está na hora de retribuirmos um pouquinho pelo muito que recebemos. Amanhã, partirei para Lages com o dinheiro para a aquisição do sino Cristo Salvador .
As obras da catedral de Lages prosseguiram e, em 24 de dezembro de 1920, foram batizados os três sinos, sendo os mesmos içados para o alto das grandes torres de pedra. No natal de 1921, Frei Gabriel declarou concluídas as obras da catedral, isso 10 anos depois de seu início. Alguns dias depois, em 1º; de janeiro, foi realizada a consagração da nova matriz pelo bispo de Florianópolis, D. Joaquim Domingues de Oliveira. Nessa oportunidade, os sinos tocaram pela primeira vez diante da multidão extasiada que acorreu para assistir à cerimônia, sendo que a onda sonora alcançou os mais longínquos recantos da região.
Dona Alice e o marido vieram assistir à cerimônia de consagração da nova matriz. Quando ouviu os sinos tocarem, Dona Alice se emocionou. Virou-se para o marido e falou:
- Foi este o som que ouvi em meu sonho naquela noite, Oscar... sim foi exatamente este.
- Agora, acho que Deus, à vezes, nos manda um recado através dos sonhos. Foi o teu relato que me convenceu a contribuir para essa grandiosa obra de Nosso Senhor Jesus Cristo Salvador.
Em 18 de outubro de 1929 foi instalada definitivamente a diocese de Lages, sendo seu primeiro bispo Dom Daniel Hostin. Passados mais de 90 anos e a Catedral de Nossa Senhora dos Prazeres com seus magníficos sinos continua se destacando na paisagem da cidade serrana. Em 05 de abril de 1990, a Lei Orgânica do Município de Lages, declarou-a como seu patrimônio cultural.
(Se você quiser ouvir os maravilhosos sons dos sinos da Catedral de Lages, chame pelo google:  
Sinos da Catedral de Lages SC.wmv-YouTube  e encontrará um vídeo com a respectiva gravação.






LIVROS EXTRAORDINÁRIOS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER. LEITURA IMPERDÍVEL !!!

                     

O FILHO DE ANITA - Uma história que beira o fantástico. Um rico fazendeiro que incorpora o Malvado, desenvolve um intenso trabalho para seduzir uma bela jovem, Anita, criando situações inusitadas. A história reúne frades, médicos, vaqueiros, mulheres inteligentes e o povo simples dos vilarejos. E tem um final surpreendente. Só lendo, para crer. Mas, se você é impressionável, compre o livro, mas não leia, para não perder o sono. Deixe que outros o leiam.

VENDER É PRECISO- Um livro para treinamento de vendedores e empresários, mostrando as melhores técnicas de vendas, desenvolvidas no país e no exterior. Agora, em segunda edição. Um professor de vendas sobre Vender é Preciso, disse o seguinte:” Este livro deveria estar no porta-luvas do carro de todo vendedor, pois também Ler é Preciso”.

 OPERAÇÃO KAABA - Uma história extraordinária, que se passa no ano de 2035, num conflito internacional de graves consequências e o sequestro de um papa por terroristas islâmicos. O livro fala do surgimento de uma nova ordem religiosa - os Novos Templários, em cujos votos está, agora incluído, o voto de Preservação, com o objetivo de minorar os graves problemas ambientais que surgirão no futuro. A história envolve terroristas, jornalistas, políticos, fanáticos religiosos, personagens do clero e a figura de um papa - Pedro Paulo I, além de uma bela jovem que dá um colorido especial à narrativa. 

 AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester. 

 MENINO TROPEIRO - é a biografia da infância do autor, filho de um professor primário, que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos. 

 Para comprar, acesse: Atendimento@clubedeautores.com.br



Você que faz parte dos quase 200 mil leitores do meu blog com quase 180 mil inserções, num trabalho de  15 anos, infelizmente não compra os meus livros. Estou quase desistindo, mas se comprar, não vai se arrepender. Se achar caro o preço da versão impressa, compre a versão e-book, pela metade do preço e receba o livro pela internet.

O Autor

 



Nenhum comentário:

Postar um comentário