segunda-feira, 14 de maio de 2012

OS ESCRAVOS AMERICANOS E O LIVRO





No ano de 1660, Carlos II da Inglaterra decretou que  
os proprietários de terras nas colônias britânicas deveriam promover a instrução dos nativos, servos e escravos, nos preceitos do cristianismo. Ele teria se inspirado em ensina-mentos de Lutero que afirmava que a salvação da alma dependia da capacidade de cada um de ler a palavra de Deus por si mesmo. Naturalmente que essa não era a opinião dos senhores de escravos nas colônias britânicas, pois temiam que uma população negra alfabetizada poderia encontrar nos livros ideias revolucionárias perigosas. A leitura da própria bíblia poderia lhes fornecer noções incendiárias de revolta e liberdade.

A oposição ao decreto de Carlos foi mais forte nas colônias americanas e mais forte ainda na Carolina do Norte, onde, um século depois, criaram-se leis proibindo a alfabetização de todos os negros, escravos ou livres, leis essas que perduraram até a metade do século XIX.

O escritor Alberto Manguel, em seu livro Uma História da Leitura (Companhia das Letras) escreveu:

“Durante séculos, os escravos afro-americanos aprenderam a ler em condições extraordinariamente difíceis, arriscando a vida, mum processo que, devido às dificuldades, levava às vezes vários anos. Os relatos desse aprendizado são muitos e heróicos.Entrevistada aos noventa anos pelo Federal Writers´Project (Projeto Federal dos Escritores), uma comissão criada na década de 1930 para registrar entre outras coisas, as narrativas pessoais de ex-escravos, Belle Myers Carothers relembrou que aprendeu as letras enquanto cuidava do bebê do dono da fazenda, que brincava  com cubos alfabéticos. O dono, ar ver o que ela estava fazendo, chutou-a com as botas que calçava. Meyers perseverou, estudando às escondidas as letras da criança, bem como algumas palavras numa cartilha que achara. Um dia, disse ela, “achei um hinário [...] e soletrei: ‘Quando Posso Ler Meu Título Claro’. Fiquei tão contente quando vi que podia realmente ler que fui correndo contar para todos os outros escravos”.
O senhor de Leonard Black, encontrando-o uma vez com um livro, açoitou-o tanto “que superou minha sede de conhecimento, e eu abandonei a busca até que fugi”.
Doc Daniel Dowdy lembrava que “a primeira vez que você era surpreendido tentando ler ou  escrever, você era açoitado com um relho de coro cru; na segunda vez, com um chicote de nove tiras; na terceira vez cortavam a ponta de seu dedo indicador”. 

Em todo o Sul, era comum os donos de fazendas enforcarem os escravos que tentassem ensinar os outros a soletrar".

No Brasil, o panorama foi um pouco diferente, face aos trabalhos dos jesuitas e de outras ordens religiosas que, no afã de catequisar brancos, índios e escravos, permitiam que os  filhos desses últimos também frequentassem suas escolas.

Termino com uma estrofe do famoso poema de Castro Alves, intitulado: O Livro e a América:

“Por isso na impaciência
Desta sede de saber, 
Como as aves do deserto
As almas buscam beber... 
Oh! Bendito o que semeia 
Livros... livros à mão cheia... 
E manda o povo pensar! 
O livro caindo n'alma 
É germe — que faz a palma, 
É chuva — que faz o mar”.


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LIVROS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER 
 O FILHO DE ANITA, VENDER É PRECISO, OPERAÇÃO KAABA, AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES E  MENINO TROPEIRO
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CONTEÚDO DOS LIVROS :

O FILHO DE ANITA -   Uma história que beira o fantástico. Um rico fazendeiro que  incorpora o Malvado, desenvolve um intenso trabalho para seduzir uma bela jovem, Anita, criando situações inusitadas. A história reúne frades, médicos, vaqueiros, mulheres inteligentes e o povo simples dos vilarejos. E tem um final surpreendente. Só lendo, para crer. Mas, se você é impressionável, compre o livro, mas não leia, para não perder o sono. Deixe que outros o leiam.

VENDER É PRECISO-  Um livro para treinamento de vendedores e empresários, mostrando as melhores técnicas de vendas, desenvolvidas no país e no exterior. Agora, em segunda edição.

OPERAÇÃO KAABA - Uma  história extraordinária, que se passa no ano de 2045, num conflito internacional de graves consequências e o sequestro de um papa por terroristas islâmicos. O livro fala do surgimento de uma nova ordem religiosa - os Novos Templários, em cujos votos está, agora incluído, o voto de Preservação, com o objetivo de minorar os graves  problemas ambientais que surgirão no futuro. A história envolve terroristas, jornalistas, políticos, fanáticos religiosos, personagens do clero e a figura de um papa - Pedro Paulo I, além de uma bela jovem que dá um colorido especial à narrativa.

AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester.

MENINO TROPEIRO - é a biografia da infância do autor, filho de um professor primário,  que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os  alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos.

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