O título desta matéria parece estranho, mas o Paraguai já teve o melhor exército sul-americano. Isso, foi antes da Guerra do Paraguai, quando o país enfrentou Brasil, Argentina e Uruguai. A opinião pública internacional, principalmente a europeia, era naturalmente, a favor do Paraguai, um pequeno país encrustado entre dois gigantes: Brasil e Argentina, mais o pequeno Uruguai. O fato é que eles não sabiam o que se passava naquela região. O texto que publicamos a seguir, extraído da coletânea Nosso Século, da Abril Cultural, nos dá a dimensão do problema, com os antecedentes que culminaram no maior conflito que o continente sul-americano conheceu.
Guerra do Paraguai: uma vitória feita de dívidas.
O filósofo francês Auguste Comte, ao fazer a galeria positivista dos benfeitores da humanidade, incluiu a figura do Doutor Gaspar Francia, fundador da nação paraguaia. Líder das campanhas que libertaram o Paraguai do domínio espanhol em 1811, Francia tornou-se Mandatário Supremo do país, concentrando em si toda a autoridade nacional. E sua ditadura, voltada para a ordem e o progresso - lema positivista -, tomou as terras dos grandes senhores rurais e eliminou a aristocracia: o povo praticamente trabalhava para o Governo, em regime comunitário.
O prudente isolacionismo do Doutor Francia, El Supremo, herdeiro laico do pulso jesuítico que formou o país, fechou o acesso do Paraguai aos países estrangeiros.
O sucessor de Francia, Carlos Antonio Lopez continuou sua oba, mas mostrou-se mais maleável com relação à diplomacia externa: embora se mantivesse a distância dos interesses britânicos (que dominavam absolutos, o resto da América do Sul), preferiu estreitar laços com outras potências europeias, como França e Prússia.
Com a morte de Carlos Antonio Lopez em 1862, chega ao poder seu filho, Francisco Solano Lopez. Nessa época, o regime político inaugurado por Francia dava seus frutos: o Paraguai progredia, como nenhuma outra nação da América do Sul. Havia indústrias e fundições, e o Exército do país, graças a missões militares estrangeiras, tornava-se o primeiro do continente.
Mas, encravado na América, o Paraguai dependia do Uruguai para escoar seus produtos pelo estuário do Prata. Em 1850, esses dois países firmaram um tratado em que o Paraguai se comprometia a intervir, caso a soberania uruguaia fosse ameaçada.
O cumprimento desse tratado provocou a Guerra do Paraguai (1865-1870), em que o país se confrontava com a Tríplice Aliança - Brasil, Uruguai e Argentina – alimentada por armas e capitais ingleses.
Em 1864, o Império intervém no Uruguai contra o governo do partido blanco, que pressiona os proprietários brasileiros estabelecidos na fluida fronteira entre os dois países. Apoiando a oposição colorada, que lhe oferece garantias, bloqueia Montevidéu. O Paraguai protesta, aprisionando um navio brasileiro em Assunção. O Império declara-lhe guerra.
Após efêmera invasão do território brasileiro (Rio Grande do Sul, Mato Grosso) as tropas paraguaias refluem para o próprio território. Apesar da aliança que se estabelece entre os governos do Rio de Janeiro, Buenos Aires e Montevidéu , a evidente superioridade paraguaia só aos poucos vai cedendo à investida dos invasores. Mas a guerra é lenta, com longas pausas na época das chuvas.
Em 1866, na Batalha de Curupaiti, brasileiros e argentinos sofrem grande derrota. A guerra se prolonga, e só em 1868 os aliados conseguem silenciar as fortificações paraguaias de Humaitá, o que lhes abre as portas de Assunção.
Após pelejas e escaramuças várias (em Acosta-Nhu – agosto de 1869 – desaparecem 3.500 soldados paraguaios recrutados entre a população de nove a quinze anos), a capital de Lopez é ocupada (dezembro de 1869). Somente dois meses mais tarde terminaria o conflito, com a morte do ditador em Cerro Corá, onde valentemente recusa se entregar aos vencedores.
Em 1870, o Paraguai estava destruído, e morta a maior parte de sua população masculina. A história brasileira tomaria novo rumo: para fazer frente à guerra, o Exército imperial, que até então recrutava seus escalões superiores na elite escravocrata, teve que abrir seus quadros a outras parcelas da população, recrutando filhos de uma nascente classe média para posições de comando, e milhares de negros alforriados para os escalões inferiores, o que o tornou permeável a ideias abolicionistas e republicanas. A própria organização do Exército imperial foi alterada no esforço de guerra, pois antes ele não passava de um desarticulado corpo de milícias regionais. Tornou-se preciso unificá-lo, dando-lhe âmbito nacional.
Os seis anos de guerra aumentaram vertiginosamente a dívida externa brasileira para com a Inglaterra – fornecedora de armas e capitais para os combatentes. Preso a essa dívida e corroído por crescente inflação, o Império brasileiro não teria mais real estabilidade econômica.
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