D. Pedro II era um homem inteligente, que acreditava na ciência. Ele passava cinco meses por ano na cidade de Petrópolis, fugindo do calor inclemente do Rio de Janeiro, mas a cidade serrana já sofria, naquela época, das catástrofes causadas pelas enchentes, de acordo com relato do próprio imperador:
“Ontem de noite houve grande enchente. Subiu três palmos acima da parte da Rua do Imperador do lado da Renânia; acordou o Câmara (sic), e um homem caiu no canal, devendo a vida a saber nadar e aos socorros que lhe prestaram. Conversei hoje com o engenheiro do distrito; pouco se fez do ano passado para cá. Os estragos que fez a enchente levaram dois meses a reparar, segundo me disse o engenheiro. (…)
O imperador sabia que o desmatamento das encostas era um grande problema da cidade imperial, tanto é que destinava uma parcela de seus rendimentos para o reflorestamento dos morros da cidade. Se ele hoje voltasse à cidade de seus sonhos, ficaria impressionado com o que fizeram seus governantes com a cidade imperial: a completa favelização das encostas.
O resultado dessa política atual é a perda de vidas humanas, além dos prejuízos materiais, que são incalculáveis.
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