Irmão Carmelo era um curioso vigário, numa paróquia sui generis, na qual ele tinha Batista como seu principal auxiliar. "Cala a boca, Batista" era um constante refrão no convívio dos dois personagens. Era Batista, inclusive, quem marcava os casamentos, mas a reposta do irmão Carmelo era negar aos nubentes o direito de se casarem na referida paróquia, porque ele alegava: casa, descasa, casa, descasa. E, então, eu não caso!
Num determinado domingo, irmão Carmelo fez um contundente sermão sobre os jogos de azar, que tantos prejuízos causavam às famílias e aos praticantes do diabólico vício. Falou dos estragos causados aos cidadãos e ao país, com a destruição dos lares e perda de renda para todos, inclusive para a sua paróquia.
No final do sermão, com voz embargada pela emoção, ele convidava os paroquianos a participarem da TÔMBOLA (1) que se realizaria, a seguir, no salão paroquial, cuja renda se destinava às obras sociais da paróquia.
- Tômbola é jogo de azar que consiste num tabuleiro com várias cavidades de cores diferentes e que se pratica acionando um dispositivo que impele uma esfera de marfim para uma dessas cavidades; ganha o jogador que previamente escolheu a cor da cavidade onde a esfera se deteve.
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