terça-feira, 21 de outubro de 2025

CURIOSIDADES HISTÓRICAS SOBRE A ATIVIDADE DE VENDAS EM TODO O MUNDO


                                        Mercado na Roma antiga

 A atividade de vendas é tão antiga quanto o homem. Ao se organizar em sociedade, o homem  tinha que trocar aquilo que produzia por outros produtos de que precisava. Esse sistema, denominado escambo, era uma atividade de vendas, durante a qual os envolvidos desenvolviam suas habilidades para defender as qualidades de seus produtos.

Certamente que o progresso de muitos povos foi o resultado de grandes negócios efetuados no decurso de sua história. Os fenícios, por exemplo, eram grandes mercadores e levaram seus produtos aos portos do Mediterrâneo. Chegaram à costa atlântica da Espanha e fizeram a viagem de circum-navegação da África, por volta do ano 600 aC. Eles vendiam pratos e vasos de ouro, prata e bronze, garrafas de marfim, cerâmica fina, perfumes, unguentos, lãs, tecidos de linho e também armas.

A expansão do império romano certamente contribuíu para o desenvolvimento de comércio em larga escala.

A primeira venda de que se tem notícia aconteceu ainda no paraíso, quando a serpente vendeu a Adão e Eva a famosa maçã, fruto da árvore proibida, usando falsos argumentos. Eles comeram a maça e só então perceberam que foram enganados por aquele vendedor ardiloso e se deram mal.

Outra venda  desastrada,  relatada  na  Bíblia,  foi feita por Esaú, que vendeu ao irmão Jacó o seu direito à primogenitura, em troca  de  um  prato  de  lentilhas. O comprador, Jacó, foi muito esperto, enquanto Esaú, obsecado pela fome, abriu mão de seus direitos à herança do pai, Isaac. Mais tarde, o próprio Jacó foi vítima de outro vendedor esperto, Labão, que lhe vendeu a filha Raquel em troca de servidão de sete anos e depois mai sete. E os filhos de Jacó não tiveram dúvida e venderam como escravo o irmão José, conhecido como José do Egito, que se destacou na corte do Faraó.

Também temos na Bíblia a história daquele outro vendedor que vendeu seu Mestre por 30 moedas de prata e mudou o curso da história, não chegando mesmo a usufruir do pagamento.

No início do século XVI, conhecemos um negócio que deu muito o que falar, quando o Papa Júlio II instituiu a venda das indulgências para levantar fundos para a construção da basílica de São Pedro. Segundo os vendedores, a cada pagamento das indulgências, o comprador tinha automaticamente seus pecados perdoados. Esses vendedores percorriam a Europa de Norte a Sul, oferecendo sua mercadoria e arrecadando milhões para as obras de Júlio II. Tal procedimento provocou a ira de Lutero, estabelecendo-se um grande cisma religioso e o surgimento do protestantismo, com graves consequências políticas e religiosas para todo o continente europeu, com a diminuição do poderio papal que, pela primeira vez, sofria contestação.

Nas sociedades primitivas, quando o número de produtos a serem trocados ainda era limitado, as trocas se realizavam  por  escambo, isto é, os produtos eram diretamente comercializados pelo povo em geral. Trocavam-se peles por cerâmica, sal por conchas, tecidos por animais. Com o aumento de produtores e de produtos, para facilitar as transações, começaram a ser criadas as primeiras moedas, como por exemplo, o sal, do qual se derivou a palavra salário. Também o gado era usado como moeda. Gado em latim é pecus, de onde veio a palavra pecúnia que significa dinheiro. Nas  sociedades mais   avançadas   começaram  a  circular  as moedas feitas de metais, como cobre, prata e ouro. E o dinheiro se tornou tão importante que reis e monarcas mandaram gravar a sua efígie numa de suas faces.

Na Idade Média surgiram os artesãos que produziam mercadorias sob encomenda e, em troca, recebiam um pagamento em dinheiro, geralmente, moedas de ouro. Na produção artesanal, cada produto atendia às exigências do comprador que, de maneira geral, acompanhava as etapas de fabricação do mesmo, adequando-os às suas exigências pessoais. Eram roupas, calçados, móveis, armas, carruagens, jóias e até palácios e castelos.

No século XIX, assistimos ao início da era industrial, mudando os padrões comerciais em todo o mundo, criando uma classe operária responsável pela produção de produtos em larga escala, além da concentração de grandes capitais no chamado mundo capitalista. Com o advento da máquina, foi iniciada a produção em série, com a padronização dos produtos. O crescimento da produção aumentava também a competição, com centenas de empresas fabricando uma gama variada de produtos no mundo inteiro, produtos esses com características impostas pelo próprio fabricante e não mais pelo comprador, como na era artesanal, fato que alterou profundamente as atividades do mercado, pois logo se percebeu que não adiantava fabricar produtos se as pessoas não gostassem deles e não quisessem comprá-los. 

Foi assim que surgiu nos países industrializados uma nova disciplina denominada marketing, termo adotado nos diversos idiomas. O marketing nasceu com o objetivo de estabelecer uma ponte entre fabricante e consumidor, facilitando a atividade de vendas. Ele passou a funcionar como uma verdadeira bússola que orienta a empresa por entre os recifes que pontilham ao longo do mercado. Sem essa bússola, muitos navegam sem rumo, em mar encapelado, e outros podem mesmo sofrer a desventura do naufrágio.

(Texto extraído do livro VENDER É PRECISO de RH Souza)



Foto de moderno centro comercial



 

 

 

 

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