Certamente que o progresso de
muitos povos foi o resultado de grandes negócios efetuados no decurso de sua
história. Os fenícios, por exemplo, eram grandes mercadores e levaram seus
produtos aos portos do Mediterrâneo. Chegaram à costa atlântica da Espanha e
fizeram a viagem de circum-navegação da África, por volta do ano
A expansão do império romano
certamente contribuíu para o desenvolvimento de comércio em larga escala.
A primeira venda de que se tem
notícia aconteceu ainda no paraíso, quando a serpente vendeu a Adão e
Eva a famosa maçã, fruto da árvore proibida, usando falsos argumentos. Eles
comeram a maça e só então perceberam que foram enganados por aquele vendedor
ardiloso e se deram mal.
Outra venda desastrada, relatada na Bíblia,
foi feita por Esaú, que vendeu ao irmão
Jacó o seu direito à primogenitura, em troca de um prato de
lentilhas. O comprador, Jacó, foi muito
esperto, enquanto Esaú, obsecado pela fome, abriu mão de seus direitos à
herança do pai, Isaac. Mais tarde, o próprio Jacó foi vítima de outro vendedor
esperto, Labão, que lhe vendeu a filha Raquel em troca de servidão de sete anos
e depois mai sete. E os filhos de Jacó não
tiveram dúvida e venderam como escravo o irmão José, conhecido como José do
Egito, que se destacou na corte do Faraó.
Também temos na
Bíblia a história daquele outro vendedor que vendeu seu Mestre por 30 moedas de
prata e mudou o curso da história, não chegando mesmo a usufruir do pagamento.
No início do século XVI,
conhecemos um negócio que deu muito o que falar, quando o Papa Júlio II
instituiu a venda das indulgências para levantar fundos para a construção da
basílica de São Pedro. Segundo os vendedores, a cada pagamento das
indulgências, o comprador tinha automaticamente seus pecados perdoados. Esses vendedores
percorriam a Europa de Norte a Sul, oferecendo sua mercadoria e
arrecadando milhões para as obras de Júlio II. Tal procedimento provocou a ira
de Lutero, estabelecendo-se um grande cisma religioso e o surgimento do protestantismo,
com graves consequências políticas e religiosas para todo o continente europeu,
com a diminuição do poderio papal que, pela primeira vez, sofria contestação.
Nas sociedades
primitivas, quando o número de produtos a serem trocados ainda era limitado, as
trocas se realizavam por escambo, isto é, os produtos eram diretamente comercializados pelo povo
Na Idade Média surgiram os
artesãos que produziam mercadorias sob encomenda e, em troca, recebiam um
pagamento em dinheiro, geralmente, moedas de ouro. Na produção artesanal, cada produto atendia às exigências do
comprador que, de maneira geral, acompanhava as etapas de fabricação do mesmo,
adequando-os às suas exigências pessoais. Eram roupas, calçados, móveis, armas,
carruagens, jóias e até palácios e castelos.
No século XIX,
assistimos ao início da era industrial, mudando os padrões comerciais em todo o
mundo, criando uma classe operária responsável pela produção de produtos em
larga escala, além da concentração de grandes capitais no chamado mundo
capitalista. Com o advento da máquina, foi iniciada a produção em série, com a
padronização dos produtos. O crescimento da produção aumentava também a
competição, com centenas de empresas fabricando uma gama variada de produtos no
mundo inteiro, produtos esses com características impostas pelo próprio
fabricante e não mais pelo comprador, como na era artesanal, fato que alterou
profundamente as atividades do mercado, pois logo se percebeu que não adiantava
fabricar produtos se as pessoas não gostassem deles e não quisessem
comprá-los.
Foi assim que surgiu nos países industrializados uma nova disciplina denominada marketing, termo adotado nos diversos idiomas. O marketing nasceu com o objetivo de estabelecer uma ponte entre fabricante e consumidor, facilitando a atividade de vendas. Ele passou a funcionar como uma verdadeira bússola que orienta a empresa por entre os recifes que pontilham ao longo do mercado. Sem essa bússola, muitos navegam sem rumo, em mar encapelado, e outros podem mesmo sofrer a desventura do naufrágio.
(Texto extraído do livro VENDER É PRECISO de RH Souza)
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