terça-feira, 30 de setembro de 2025

OPERAÇÂO KAABA, UM LIVRO EXTRAORDINÁRIO SOBRE O SEQUESTRO DE UM PAPA POR TERRORISTAS ISLÂMICOS



O livro Operação Kaaba é extraordinária narrativa do sequestro de um papa de nacionalidade brasileira  por terroristas islâmicos no ano de 2045, em circunstâncias dramáticas. Veja como isso foi planejado em seus mínimos detalhes. no texto que segue. Para  conhecer a história toda, compre o livro no seguinte endereço: atendimento@clubedeautores.com.br

"Eram 18h quando o comandante do grupo, depois de dar alguns telefonemas, saiu de seu quarto e se dirigiu à sala de reuniões, onde cumprimentou com um aperto de mão os dois recém-chegados, chamando cada um pelo nome. Depois, sentou-se à cabeceira da mesa e iniciou a conversa:

– Vamos acabar com os  segredos, amigos, e ir direto  ao assunto. Neste momento, declaro o início da Operação Kaaba, que tem por objetivo silenciar um dos maiores, senão o maior símbolo do Ocidente, o representante máximo dos infiéis. A missão a nós confiada pelo Presidente Abu al-Raschid é se-questrar o papa, sua santidade Pedro Paulo I.

Todos os presentes se entreolharam espantados. Omar Kahled fez uma pausa,  enquanto  saboreava o impacto de suas palavras sobre a pequena plateia. Em seguida, continuou:

– Sim, o objetivo é sequestrar o papa. E vocês talvez me perguntem o motivo e eu direi. Estamos em guerra com o Ocidente, principalmente com a Europa e os Estados Unidos, o grande Satã. E o papa é o principal símbolo dos cristãos. Ele tem feito declarações contundentes contra as Nações Árabes Unidas, hoje a maior força do Islã. Ele se tornou o líder de um grande complô internacional contra os nossos países, é visceralmente contra os nossos modos de vida e métodos de trabalho, defende uma política abertamente favorável ao Estado de Israel, hoje um país com relações estreitas com o Vaticano. Vocês sabem muito bem que uma fração significativa dos judeus já aceita a figura de Jesus de Nazaré como o Messias prometido. Eles são vinho da mesma pipa, rezam pela mesma bíblia e se unem quando se trata de combater os povos islâmicos.

– Por que Operação Kaaba ? – perguntou Mara.

– Como boa seguidora de Alá, você sabe que a Kaaba é um dos nossos maiores símbolos. Inicialmente, era uma pedra alva e imaculada, depois enegrecida pelos pecados dos homens. Daí, o nome Kaaba – pedra negra. Operação Kaaba é uma homenagem ao santuário de Meca, que atrai milhões de fiéis islâmicos para adorar a pedra que nos foi enviada por Alá, pelas mãos do Patriarca Abraão.

– Mas onde está o papa?  – perguntou Abdel.

– Ainda não sabemos e é para isso que estamos aqui. Depois do bombardeio de Roma, feito pelos nossos mísseis, ele foi resgatado por um comando americano e embarcado num submarino nuclear, que navegou em direção ao Atlântico. A seguir, foi transferido para um navio, provavelmente da marinha brasileira, que se dirigiu ao litoral do Nordeste. A partir desse momento, não temos mais informações. É só isso o que sabemos. Mas como o papa é brasileiro, os nossos agentes acham que ele deve  estar  no  Brasil,  possivelmente nas Regiões Sudeste ou Nordeste, onde seria mais fácil escondê-lo e defendê-lo. O Presidente Abu al-Raschid emitiu uma ordem para caçá-lo onde quer que esteja e considera sua prisão ponto de honra para a causa islâmica.

– Mas como achar o papa num país imenso, com mais de oito milhões de quilômetros quadrados? – perguntou Ricardo Fuad.

 – Se fosse fácil, vocês não seriam os escolhidos. Ini-cialmente, faremos um trabalho de prospecção. Mara seguirá para Brasília, onde tem alguns contatos no Ministério das Relações Exteriores. Você, Fuad, seguirá para São Paulo e Abdel ficará no Rio de Janeiro. Eu ficarei aqui, onde estará o nosso quartel general. Receberei todas as informações e as passarei para vocês onde quer que se encontrem. Se Mara não conseguir nenhuma pista em Brasília, irá em seguida para São Paulo onde trabalhará junto com Ricardo Fuad.

Depois das instruções gerais, Omar Kahled exibiu um documentário sobre a vida do papa, no qual o mostrava em solenidades no Vaticano e em visitas a diversos países do mundo cristão. Simulações feitas em computador indicavam que aparência o pontífice poderia apresentar, usando disfarces. Cópias dessas simulações foram entregues aos presentes, bem como um longo dossiê sobre as relações de Juliano Monteverde desde os tempos em que fora Cardeal Arcebispo de São Paulo, até aquela data. O texto falava de suas relações com prelados brasileiros, com políticos, empresários, líderes católicos e membros de outras religiões, com as quais sempre procurou manter um bom relacionamento. Juliano Monteverde era adepto entusiasta do ecumenismo, iniciado por seus antecessores, principalmente por João Paulo II, que governou a Igreja na virada do segundo para o terceiro milênio.

Em resumo, era isso o que dizia o texto fornecido pelo líder terrorista. O dossiê informava que o cardeal era amigo de rabinos e pastores, mas chamava a atenção para o fato de o papa ter também inimigos no Brasil. Citava os membros da seita Legionários do Nazareno, constituída por grupos de fanáticos, que tinham  como mandamento número um, a defesa da moral e dos bons costumes. Eles formavam uma espécie de força paramilitar e atacavam até fisicamente aqueles que não estivessem de acordo com seus princípios. As atrizes que posavam nuas para revistas masculinas ou aquelas que apareciam nuas na internet, eles as chamavam de prostitutas virtuais e achavam que deviam ser punidas com rigor. Depredavam boates, atacavam bancas de jornais e revistas que expunham material por eles chamados de pornográfico. No litoral de  Santa Catarina, atacaram uma praia de nudistas e o saldo foi um morto e muitos feridos entre os frequentadores da mesma. O papa, quando cardeal de São Paulo, condenou com veemência as atitudes dos Legionários do Nazareno e eles passaram a chamá-lo de representante do Diabo, bem como a outros membros do clero, que se opunham a tais métodos. O dossiê informava sobre a possibilidade de a Operação Kaaba contar com o auxílio dos legionários na caçada ao pontífice em território brasileiro, o que certamente daria maior velocidade à missão.

– Se descobrimos o esconderijo do papa – perguntou Mara – como iremos atacá-lo? Ele certamente estará protegido por um forte esquema de segurança.

– Nesse momento, nós contaremos com reforços de pessoal e equipamentos que virão de nossas bases na Tríplice Fronteira formada pelo Brasil, Paraguai e Argentina, cujo comando está localizado em Foz do Iguaçu, no Brasil. O ataque final não pode falhar, sob pena de comprometermos a causa islâmica no mundo inteiro. A Operação Kaaba se desenvolverá em três etapas: a primeira é de prospecção, para localização do esconderijo do papa. A segunda etapa é a formação de um comando fortemente armado e treinado para o ataque. Finalmente, a terceira etapa será o ataque, com o sequestro do pontífice e a retirada dos guerrilheiros em segurança para suas bases e a volta da maioria para suas casas, pois imaginem a caçada que sofreremos, se bem sucedidos. E fracasso, vocês sabem, é palavra que não existe para um guerrilheiro islâmico.

– Como você sabe, eu tenho uma amiga em Brasília, de nome Lúcia, que é casada com um diplomata do Itamaraty – falou Mara. – Eu a conheci há alguns anos atrás quando seu marido era o embaixador na embaixada brasileira no Irã. Lúcia não sabe das minhas atuais atividades. Poderei fazer contato com ela, pois me deve alguns favores daqueles tempos, quando eu tinha a função de intérprete na chancelaria iraniana.

– Pode ser um bom começo. Use sua intuição feminina e procure levantar o máximo de informações que nos auxilie nessa gigantesca tarefa.

 – E se a guerra se prolongar –, falou Ricardo Fuad – não corremos o risco de perder os nossos contatos no Oriente Médio, principalmente na Arábia?

– Sim, corremos, mas  a missão  continuará.  Recursos  não nos faltarão, pois temos uma soma considerável depositada em bancos de Foz do Iguaçu, onde contamos também com o apoio de patrícios, que defendem a mesma causa. Ali, teremos também a ajuda de importantes traficantes de drogas e armas que fazem negócios milionários com a NAU. É importante que saibam que a Operação Kaaba é formada por um grupo numeroso de agentes. Na Arábia, temos o comando central, subordinado diretamente ao nosso Presidente Abu al-Raschid. Temos homens  espalhados pela Europa e até nos Estados Unidos, na coleta de informações. Nós formamos a linha de frente.

– E será que podemos contar com a ajuda desses Legio-nários do Nazareno? – perguntou Abdel.

– Acho perfeitamente possível, mas precisamos agir com cautela, pois não conhecemos bem essa gente.  Iremos fazer sondagens, antes de qualquer contato com eles.

Encerrada a reunião, ficou acertado que, no dia seguinte, Mara, Fuad e Abdel partiriam em busca de informações. Era o início da caçada. Omar Khaled ficaria na casa de pedra à espera de notícias da área internacional. Quando tivessem um quadro mais concreto da situação, se reuniriam novamente em Petrópolis ou em outro local para traçarem os planos para o ataque final.

Os meios de comunicação de todo o  mundo  especulavam sobre o paradeiro do papa e na internet surgiam as conjecturas mais absurdas. Aventava-se a hipótese de ele estar preso no Oriente Médio, onde seria julgado e condenado à morte. Outros diziam que estaria numa fazenda na região do Pantanal Brasileiro, onde fora visto por turistas, a passeio pela região. Ele estaria viajando num pequeno barco com dois guarda-costas. Alguém, julgando-se bem informado, afirmava que o papa fora resgatado por um comando americano e estava escondido numa base militar no Texas.

  Na grande imprensa brasileira, muitos jornalistas tinham informações não confirmadas de que Juliano Monteverde estaria escondido no Brasil, em local ignorado, pois era um segredo guardado a sete chaves pelo Governo Brasileiro. Corriam também boatos sobre um grupo terrorista, a soldo das Nações Árabes Unidas. Esse grupo teria entrado no País para sequestrar o papa, pois, com ele nas mãos, os governantes da NAU contariam com um excelente trunfo no desenvolvimento do conflito. Entretanto, a imprensa do Brasil mantinha silêncio sobre o assunto para não colocar em risco a vida do pontífice. Tinha feito um pacto com o Governo.

Aliás, foi esse o conteúdo de uma informação confidencial emitida pela Chancelaria Brasileira e enviada ao Presidente da República. O documento dizia o seguinte:

“Temos informações dos serviços secretos americanos e também da Polícia Federal Brasileira, que um grupo de terroristas provenientes de países árabes já entrou ou tenta entrar em território brasileiro com passaportes falsificados. O chefe deles deve ser um terrorista de grande experiência internacional, cujo nome ainda não é conhecido, nem a facção à qual pertence. Seriam quatro os participantes da operação em território brasileiro, pertencentes ao mesmo grupo, que, anos atrás, ficou famoso pela prática de diversos atos terroristas praticados na Europa e Estados Unidos. A missão desses terroristas teria por objetivo sequestrar e até mesmo matar o papa, exilado em nosso país.”

A partir das informações do Itamaraty, o Governo Bra-sileiro acionou todos os  serviços de  inteligência, inclusive o Ministério da Defesa. A Polícia Federal redobrou a fiscalização nos portos e aeroportos, com a realização de batidas em rodovias, no exame rigoroso da lista de passageiros de todos os aviões que chegavam ao território nacional, principalmente aqueles pro-venientes da Tríplice Fronteira ao Sul do Brasil, onde era certo que existiam células terroristas patrocinadas pela NAU. Sabia-se, outrossim, que os membros da NAU mantinham estreitas relações comerciais com organizações criminosas da região, com destaque para os traficantes de armas e narcotraficantes. Com os primeiros, eles faziam negócios de milhões de dólares na compra de armas para uso de suas tropas, na Guerra do Oriente Médio, pois os aliados exerciam um verdadeiro bloqueio nos oceanos para que carregamentos de armas provenientes da China e da Rússia não chegassem à região. Os negócios de armas na América Latina eram feitos com uma organização denominada CIN, Consórcio Internacional de Negócios, cujo chefão era o argentino Don Juan López Herrera, residente no Paraguai, mas com negócios também em território brasileiro, próximo à fronteira do Estado do Mato Grosso do Sul.

O Consórcio Internacional de Negócios era uma poderosa organização, cujos tentáculos alcançavam vastas regiões do território da América Latina, com forte influência política em inúmeros países. Juan López Herrera tinha uma grande mansão no Paraguai, próximo à cidade de Pedro Juan Caballero, onde dava suntuosas festas com a presença de políticos, empresários, policiais e até pessoas dos meios artísticos internacionais. Era um homem culto e refinado, que mantinha relações com o chamado grand monde internacional.

A essa altura do século XXI, o crime organizado na América Latina ganhara status de empresa multinacional, pois  adotavam práticas modernas na gestão dos negócios, com a presença de núcleos em diversos países da região."


                                                                               

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