sábado, 22 de agosto de 2020

FICAMOS JUNTOS DURANTE 62 ANOS E, AGORA, ELA FOI EMBORA ...



Gilda, no vigor de seus 20 anos. Ela morreu com 80.
Para nós, que a conhecemos, valem aquelas palavras do filme:
"Nunca houve uma mulher como Gilda".

Gilda, uma esposa dedicada, uma mãe amorosa, uma avó especial,  mulher de muitos... muitos amigos. A doença a levou, mas ficamos com a lembrança de sua personalidade marcante, de seu temperamento dinâmico, de seu coração generoso. A seguir, um texto em que ela mesma se revela.

 

"Gilda é o meu nome! É de origem teuto germânica, quer dizer valorosa e foi escolhido pelo meu pai. Na Europa pronuncia-se Guilda e na França também é nome masculino. Minha mãe, gostaria de ter me chamado de Leonor mas sinceramente, prefiro o meu nome. Apesar de achar Leonor muito bonito e delicado gosto mais de Gilda por ser menos comum e de bonita grafia. Leonor me lembra uma jóia antiga e muito delicada com pedras verdes. Gilda tem mais a minha cara.

 Nasci em abril, portanto sou ariana um sério problema, pois sou teimosa, explosiva, arrebatada, passional, (agora nem tanto, pois já sou uma mulher madura, mas isso quer dizer apenas que fiquei mais esperta e mais velha também), sou muito apegada a detalhes acho até que exagero, cobrando mais do que devia de mim mesma. Sou muito crítica em relação a minha pessoa.

Sou impulsiva, rebelde, contestadora, ansiosa como só eu mesma. Sou apaixonada pela vida, pela natureza, pelas pessoas. Meu marido costuma dizer que eu me acho. Mas, aquilo que sou realmente capaz de fazer bem feito aí, eu me acho mesmo, não somente por orgulho ou vaidade mas pelo prazer de saber fazer com esmero, capricho, com cuidado. Amorosamente. Meu Deus! Como sou vaidosa! Acho que tenho senso de justiça aguçado mas sou apenas um ser humano passível de erros. Aliás sou cheia de defeitos mas também tenho algumas raras qualidades. 

Sou amiga das pessoas, ajudo no que me for possível, sou amorosa, extremamente romântica, receptiva, não guardo rancores. Enfim, sou de Áries!

 Meus pais foram: Mario, um belo tipo brasileiro. Alto, moreno, esguio e Maria da Piedade uma bonita portuguesinha, baixinha, de cabelos louros e olhos muito azuis que,quando nova era chamada de russa por ser tão loura. Tive apenas um irmão de nome Mario, de quem gosto muito. 

Aos dezoito anos casei-me com meu querido amor, Reinaldo, que tinha à época 27 anos. Isso aconteceu há quase quarenta e oito anos. Reinaldo é filho de Aristotelina Gomes de Sousa e Heitor Sousa, naturais do estado de Santa Catarina no sul do Brasil. Tivemos cinco filhos que nos proporcionaram até o presente momento cinco netos. Por ordem de nascimento são eles: Pedro Henrique de 21 anos, Nina e João Felipe de 19, Fernanda de 17 e o mais novo de todos Ricardo Augusto de 10 anos.* Três filhos nossos moram aqui no Rio, os outros dois moram uma em São Paulo e outro em Santana do Livramento.


Pedro e Nina são morenos e de biotipo bem magro. João, Fernanda e Ricardo são bem claros lembrando tipos europeus. Todos são extremamente bonitos, inteligentes e saudáveis nessa mistura maravilhosa de raças que cambiam em nosso país. Realmente, abaixo da linha do Equador tudo é diferente. Somos mais ardentes, passionais, apaixonados e apaixonantes. Somos assim!


Parece que o verão chegou afinal para nosso tormento. Tanta bobagem escrita apenas para treinar o teclado do computador. Aos poucos vou me acostumando novamente com a posição dos dedos sobre o mesmo. Afinal,eu possuía um diploma (como era chamado nos anos cinquenta) de datilografia. Media quase um metro, um horror! Estou mesmo enferrujada mas vou conseguir. Hei de vencer!  Por hoje é só, pois estou um pouco tonta, mas a posição dos dedos já está se tornando mais fácil. Ontem dia 13 de setembro se completaram 48 anos da morte do meu pai, algo tão distante. Nós éramos muito próximos, gostávamos de sair juntos. Meu pai era tão novo. Quando faleceu tinha apenas 48 anos e eu 18. Ele sentia imenso prazer em apresentar-me às pessoas suas conhecidas. Quando eu tinha 14, 15 anos ele sempre me acompanhava à escola e além de ser, possuía uma aparência tão jovem que as outras alunas achavam que ele era meu namorado. Meu pai morreu muito novo. Não tivemos tempo de nos conhecermos melhor. Ele não pôde ser meu pai por mais tempo.


Hoje já estou um pouco mais ambientada com o teclado mas nem de leve posso imaginar que algum dia conseguirei bater algum texto sem que não possa olhá-lo. Preciso aprender a fazer isso o mais rápido possível, pois o tempo urge, passamos por ele muito depressa. Enquanto espero a hora da novela vou me habituando a digitar, vagarosamente. Quero aprender a passar e-mails para todos. Não quero ser uma pessoa que ficou parada no tempo apenas olhando e limpando a poeira dessa máquina de fazer loucos. Quero ser uma também! Apesar de achar que o computador ainda é uma trapizonga muito cheia de fios, estou começando a gostar da brincadeira, pois assim sinto-me um pouco inserida nesse mundo da informática coisa que jamais pensei que veria. 


Hoje é sexta-feira e faz três dias que comecei esta tarefa insana de querer aprender a digitar. Só mesmo sendo louca! Mas, apesar de tudo vou indo bem.Comecei a usar os sinais que pareciam um grande mistério mas na verdade não são. Agora, vou assistir à novela. Amanhã tem mais."



*Quando ela faleceu, já tinha dois bisnetos: Gael, filho de Fernanda e Lohan, filho de Pedro Henrique.



O mãezona, amiga, incentivadora, guerreira, brigona, colo, sorriso, força, amor, carinho. São tantas coisas que a senhora foi e sempre será em nossa vida que não cabe em palavras todo o privilégio de ter sido um dos passarinhos do seu grande ninho. Passarinho emprestado, nesse grande e generoso ninho. Vou lutar aqui para não deixar a tristeza me invadir, eu sei que a senhora não gostaria e diria com sua voz doce e firme, cara levanta a cabeça, acalma esse coração, estou bem, a vida é uma benção. Fica comigo o imenso carinho, o abraço que era conforto e esse gigantesco amor por todos nós. Mãezinha segue a viagem e que na imensa generosidade divina nos encontraremos para as mais deliciosas risadas. O peito aperta e a responsabilidade aumenta de ser digno do amor que recebi da senhora dona Gilda.







quarta-feira, 17 de junho de 2020

A REVOLTA DA VACINA QUE ABALOU O GOVERNO BRASILEIRO






    • Cena de destruição no centro do Rio de Janeiro,  provocada pela revolta da Vacina




No momento  em que o mundo sofre diante do perigo do coronavirus,  todos correm em busca de uma vacina para nos livrar desse terrível mal. E quando sair a primeira vacina, multidões se formarão em filas em busca da prevenção contra o terrível mal. Mas nem sempre foi assim. No Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, quando foi criada a vacina contra a varíola, obrigando o povo a se vacinar, houve uma tremenda revolta, apoiada pela opinião pública,  políticos e imprensa. Vejamos o relato feito pela revista NOSSO SÉCULO, uma extraordinária publicação da Editora Abril  do ano de 1980.

" A 31 de outubro de 1904, por iniciativa de Oswaldo Cruz, o congresso aprovou a lei que tornava obrigatória a vacina contra a varíola. Aplicada com êxito na Europa, a vacina era desconhecida do povo brasileiro e encarada com desconfiança. A imprensa atiçava os ânimos, fazendo correr boatos de que a vacina, em vez de imunizar, provocaria a varíola. E as Brigadas Sanitárias, acompanhadas de policiais, entravam nas casas e vacinavam seus ocupantes a força.

No dia 10 de novembro, o descontentamento popular explodiu numa revolução. Por mais de uma semana, as ruas centrais da capital federal encheram-se de barricadas. Bondes foram incendiados, lojas foram depredadas e saqueadas, e postes de iluminação foram destruídos. A Escola Militar da Praia Vermelha aliou-se ao povo, comandados por altos escalões do exército. Os alunos saíram armados à rua, enquanto o prédio era bombardeado por navios fiéis ao Governo. Morreram centenas de pessoas. O que haveria por trás disso?

Em primeiro lugar, uma razão política: os positivistas, civis e militares, que junto com Deodoro e Floriano, haviam proclamado a República  e participado de sua direção nos primeiros anos, tinham sido alijados pelos cafeicultores de São Paulo, que impunham seus políticos ao Governo.

De outro lado, a política de saneamento econômico de Campos Salles reerguera as finanças do país, mas causara o rápido aumento do custo de vida das cidades. Os pobres tornavam-se cada vez mais pobres, e mais abertos à pregação antigovernamental. A vacina obrigatória foi o estopim. Com a imprensa a seu serviço, os positivistas a chamavam de "violadora dos lares" e "túmulo da liberdade". Aproveitando-se da revolta popular, políticos como o senador Lauro Sodré e militares como o general Travassos pretendiam derrubar o Governo. Lauro Sodré seria "proclamado ditador". Mas a revolução frustrou-se.

Ameaçado, o Governo agiu rápido e com dureza. Tropas federais foram chamadas para atacar os revolucionários e percorreram os cortiços, capturando não apenas os que haviam participado do motim, mas todos aqueles encontrados desocupados. E enfiou-os todos, sem ouvi-los, em porões de navios, despachando-os para o Território do Acre, que o Brasil acabava de conquistar da Bolívia. Terminava o levante positivista. Começaria a vacinação em massa da população carioca. Em alguns meses, a varíola desapareceria do Rio."


                                         

“A lei da vacina obrigatória é uma lei morta.(...)
 Assim como o direito veda ao poder humano invadir-nos a consciência, as “A lei da vacina obrigatória é uma lei morta.(...)
  sim lhe veda transpor-nos a epiderme. (...) Logo não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania, a que ele se aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução, no meu sangue, de um vírus, em cuja influência existem os mais fundados receios de que seja condutor da moléstia, ou da morte”.
(Discurso de Ruy Barbosa no Senado.)

O presidente Jair Messias Bolsonaro pode se consolar, porque Ruy Barbosa, o baiano mais famoso, também não acreditava em vacina. Como dizem os italianos: cáspite!


                                                          

LIVROS EXTRAORDINÁRIOS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER. LEITURA IMPERDÍVEL !!!

                     

O FILHO DE ANITA - Uma história que beira o fantástico. Um rico fazendeiro que incorpora o Malvado, desenvolve um intenso trabalho para seduzir uma bela jovem, Anita, criando situações inusitadas. A história reúne frades, médicos, vaqueiros, mulheres inteligentes e o povo simples dos vilarejos. E tem um final surpreendente. Só lendo, para crer. Mas, se você é impressionável, compre o livro, mas não leia, para não perder o sono. Deixe que outros o leiam.

VENDER É PRECISO- Um livro para treinamento de vendedores e empresários, mostrando as melhores técnicas de vendas, desenvolvidas no país e no exterior. Agora, em segunda edição. Um professor de vendas sobre Vender é Preciso, disse o seguinte:” Este livro deveria estar no porta-luvas do carro de todo vendedor, pois também Ler é Preciso”.

 OPERAÇÃO KAABA - Uma história extraordinária, que se passa no ano de 2035, num conflito internacional de graves consequências e o sequestro de um papa por terroristas islâmicos. O livro fala do surgimento de uma nova ordem religiosa - os Novos Templários, em cujos votos está, agora incluído, o voto de Preservação, com o objetivo de minorar os graves problemas ambientais que surgirão no futuro. A história envolve terroristas, jornalistas, políticos, fanáticos religiosos, personagens do clero e a figura de um papa - Pedro Paulo I, além de uma bela jovem que dá um colorido especial à narrativa. 

 AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester. 

 MENINO TROPEIRO - é a biografia da infância do autor, filho de um professor primário, que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos. 

 Para comprar, acesse: Atendimento@clubedeautores.com.br

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sexta-feira, 12 de junho de 2020

A ROSA DE OURO PARA A PRINCESA ISABEL


                     
  A morte brutal do negro americano George Floyd desencadeou uma avassaladoura reação no mundo inteiro, com passeatas e protestos nos Estados Unidos e em muitos países do mundo. Estátuas de antigos traficantes de escravos foram arrancadas de seus  pedestais e lançadas aos rios. O filme E o Ventou Levou foi retirado do serviço de streaming em meio a protestos antirracistas.


Tela do pintor Vitor Meireles sobre o momento
da entrega da Lei Áurea
 ao parlamento brasileiro pela Princesa Isabel.

O momento é oportuno para lembrarmos a figura da Princesa Isabel que, através da Lei Áurea, libertou os escravos brasileiros no dia 13 de maio de 1888. Ao entregar a lei com sua assinatura ao Barão de Cotegipe, este teria lhe dito:" Vossa Alteza imperial ganhou a aposta, redimiu uma raça, mas perdeu o trono". Na verdade, um ano depois era proclamada a república e a família imperial enviada ao exílio.

O ato da princesa teve repercussão internacional, pois o Brasil era um dos últimos países do mundo a se livrar da escravatura.O papa Leão XIII, outro defensor dos direitos humanos , através da encíclica Rerum Novarum, enviou à princesa brasileira a rosa de ouro (foto) com a qual o Vaticano homenageava pessoas no mundo, que se destacavam em prol dos direitos humanos. Junto com a rosa ele também lhe enviou uma carta na qual exalta a grandeza de seu ato. 


"Leão XIII, Papa

 

À muita amada em Cristo Filha Nossa, Saúde e Benção Apostólica.

 

As preclaras virtudes que adornam Tua pessoa e as brilhantes demonstrações de singular dedicação que Nos deste a Nós e a esta Sé Apostólica, pareceu-nos merecer sem dúvida um testemunho particular e insigne de Nosso Apreço e paternal afeto para contigo.

 

Para te apresentarmos porém esse testemunho, nenhuma oportunidade mais favorável podia dar-se, conforme entendemos, do que a atual. Com efeito, novo esplendor acaba de realçar ainda mais os Teus louvores por ocasião da Lei que aí foi recentemente decretada e por Tua Alteza Imperial sancionada, relativa àqueles que, achando-se nesse Império Brasileiro, sujeitos à condição servil, adquiriram em virtude da mesma lei a dignidade e os direitos de homens livres.

 

Assim, pois, muito amada em Cristo Filha Nossa, Nós te enviamos de mimo a Rosa de Ouro que, ao pé do altar, consagramos com a prece apostólica e os demais ritos sagrados, consoante a usança antiga de Nossos Predecessores.

 

Por esta razão investimos do caráter de Nosso Delegado apostólico ao amado Filho Francisco Spolverini, Nosso Prelado Doméstico e Protonotário Apostólico, que exerce as funções de Internúncio e de Enviado extraordinário Nosso e desta Santa Sé, junto ao muito amado em Cristo Filho Nosso Pedro II Imperador do Brasil, e na ausência dele junto à Tua Alteza Imperial, com o fim de levar-Te a referida Rosa e de exercer o honrosíssimo ministério de fazer-Te a tradição dela, observando as sagradas cerimônias do estilo.

 

Nesse mimo, porém, que Te ofertamos, é desejo Nosso que Tua Alteza Imperial não olhe para o preço do objeto e seu valor, mas atenda aos mais sagrados mistérios por ele significados. Assim é que nessa flor e no esplendor do ouro se manifesta Jesus Cristo e sua suprema Majestade. É Ele que se denomina a flor do campo e o lírio dos vales. Na fragrância da mesma flor se exibe um símbolo do bom odor de Cristo, que ao longe reascendem todos os que cuidadosamente imitam as suas virtudes.

 

Daí é impossível que o aspecto deste mimo não inflame cada vez mais o Teu zelo em respeitar a religião e em trilhar a vereda árdua, sim, mas esplêndida da virtude.

 

No entanto, implorando toda a sorte de prosperidades e venturas para Ti, e todo o Império Brasileiro, muito afetuosamente no Senhor outorgamos a Benção Apostólica a Ti, muito amada em Cristo Filha Nossa, e à Tua Imperial Família.

 

Dado em Roma, junto a São Pedro, sob o anel do Pescador, no dia 29 de maio do ano de 1888, IIº no Nosso Pontificado.

 




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terça-feira, 9 de junho de 2020

TODO REINO DIVIDIDO CONTRA SI MESMO SERÁ ARRUINADO ...

 
 "Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado e uma casa dividida contra si mesma, ruirá". (Lucas (11:16.17


Ato e manifesto denominado Pró-Bolsonaro leva centenas de pessoas a se reunirem no posto 5 na orla da praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Jorge Hely/Framephoto / Estadão Conteúdo


Estou prestes a completar 9 décadas de existência e assisti a todas as grandes crises pelas quais o este país passou, mas nada se compara à crise atual que vivemos. Hoje, o país está dividido.
 
Nasci sob a égide da revolução de 30, quando, nas escolas, tínhamos que praticar o culto à personalidade .  Getúlio Vargas era  o chefe da nação e a ele devíamos render as nossas homenagens. Depois, veio a guerra,  com o afundamento de dezenas de navios brasileiros e a perseguição aos colonos alemães e italianos, perseguição que, no Sul do Brasil,  foi muito acirrada. Com a guerra,  tivemos a escassez de produtos. Faltava gasolina e,  então, inventarem os famosos carros a gasogênio, que andavam bem ladeira abaixo e tinham grande dificuldade ladeira acima.

E passamos por diversas outras crises, com a oposição a Vargas e o seu suicídio. Tivemos a grande crise que foi a renúncia de Jânio Quadros e a posse de Jango, resultado da grande campanha dos Jan/Jan. E veio o movimento de 64, com os militares assumindo o poder.

 Foram grandes e pequenas crises, mas nada assisti que se compare ao que  está acontecendo agora. O país está dividido. Dizem que estamos às vésperas de uma guerra civil, quando o supremo mandatário da nação estimula a população   a se armar. 

Para quem acredita em profecias, vamos transcrever o texto por nós já publicado sobre uma aparição da Virgem Maria a duas meninas no sertão nordestino, no ano de   1936. 

Segundo essa profecia, a Virgem Maria teria afirmado que o Brasil passará por uma sangrenta revolução promovida pelo comunismo. Se meditarmos sobre a atual conjuntura por que passa o país, parece que estamos perto de um grande desastre. 

A Virgem Maria afirma que o Brasil passará por uma sangrenta revolução promovida pelo comunismo. A seguir, vou publicar o relato sobre as referidas aparições de Nossa Senhora, descritas por Francisco Almeida Araújo, ex-pastor batista, convertido ao catolicismo e ordenado diácono. Ele faleceu em 2012. Eis o seu relato: 

"Naquele dia, enquanto trabalhavam na colheita de mamona, conversavam sobre o que se passava na região e é neste momento que Maria da Conceição, olhando para uma pequena montanha bem próxima do local onde estavam, disse para Maria da Luz: “Veja lá uma Senhora”. Era uma Senhora com um belo menino segurado pelo braço esquerdo e que acenava para elas, chamando-as. Enquanto falavam entre si como chegariam até o local, a mãe de Maria da Luz chamou-as para almoçarem. Eram onze horas da manhã. As meninas disseram-lhe que queriam antes subir até a montanha, contando tudo o que viam para a mãe de Maria da Luz. O assunto chegou ao conhecimento do pai de Maria da Luz, o senhor Artur. Este interrogou as meninas e dando crédito às meninas, tomou uma foice para abrir uma trilha e foi com elas até o local. Logo seguiu a eles a mãe de Maria da Luz com demais filhos menores.
Maria da Luz e Maria da Conceição alegavam estarem vendo diante delas uma bela senhora com um belíssimo menino. Nada, no entanto viam os demais. O pai de Maria da Luz mandou então que perguntassem àquela senhora o que desejava. Ao fazerem a pergunta, a senhora respondeu: “Minhas filhas, virão tempos calamitosos para o Brasil! Dizei a todo o povo que se aproximam três grandes castigos, se não fizer muita penitência e oração”.Logo a notícia se espalhou por toda a redondeza, chegando ao conhecimento do Pároco e do Bispo da Diocese.

As advertências de Nossa Senhora eram reiteradas. Ela sempre pedia insistentemente que era preciso rezar e fazer penitência caso contrário o Brasil receberia um severo castigo.

O bispo diocesano designou um sacerdote para investigar o caso e este padre entregou às meninas, seis perguntas que elas deveriam apresentar à Senhora. Mencionarei apenas a quarta e a sexta pergunta e as respostas dadas pela Senhora.

º Dizei quem sois e que quereis? – “ Sou a Mãe da Graça e venho avisar ao povo que se aproximam três grandes castigos”.
º Que significa o sangue das vossas mãos? – “Representa o sangue que será derramado no Brasil”.

O mesmo sacerdote designado pelo bispo, por várias vezes, interrogou as meninas, em separado e por fim foi ao local com elas e fez cerca de noventa perguntas em alemão, língua que as meninas nada compreendiam e a Senhora respondia, através das videntes, em português. Dentre estas perguntas, em alemão, o padre procurou saber por que Nossa Senhora estava aparecendo ali e esta respondeu: “Para avisar ao povo que três grandes castigos cairão sobre o Brasil”. Por mais duas vezes, em dias diferentes, a mesma pergunta foi feita e a mesma resposta foi dada. O sacerdote perguntou também, sempre em alemão, o seguinte:

º Que é necessário fazer para desviar os castigos? – “Penitência e oração”.
º Qual a invocação desta aparição? – “Das Graças”.
º Que significa o sangue que corre das vossas mãos? – “O sangue que inundará o Brasil”.
º Virá o comunismo a penetrar no Brasil? – “ Sim”.
º Em todo o País? – “Sim”.
º Os padres e os bispos sofrerão muito? – “Sim”.
º Será como na Espanha? – “Quase”.
º Quais as devoções que se devem praticar para afastar esses males? - “ Ao coração de Jesus e a mim”.
º Esta aparição é a repetição de La Salette? – “Sim”.

Aqui termino o resumo que fiz do texto do intrépido Pe. Júlio Maria, conclui Francisco Almeida Araújo” 


 


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terça-feira, 14 de abril de 2020

A PESTE NO DECORRER DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

                               

Gravura da peste negra que dizimou milhões em todo o mundo


Em tempos de coronavirus, vamos publicar um texto sobre as principais pandemias que assolaram a humanidade no decorrer de sua história. Para isso, transcrevemos um texto da Enciclopédia Abril em sua edição de 1978.

UMA HISTÓRIA DE MORTES

Uma das mais antigas ocorrência de peste é narrada em Samuel ( I, 5,6). Calcula-se que isso tenha se passado uns mil anos antes de Cristo, e a Bíblia fala em 50 070 vítimas - um número modesto se comparado com os 25 mihões de pessoas que morreram na epidemia européia do século XIV. Esta parece ter sido de caráter bubônico e pneumônico  e acredita-se que haja se manifestado primeiro na Ásia, de onde alcançou os europeus via China e Índia. Entre o castigo registrado pelo hagiógrafo hebreu e a "morte negra" que eliminou um quarto da população da Europa,  houve pelo menos um ciclo de cinqüenta anos de peste em todo o mundo romano, no século VI.

Entre 1400 e 1720, novos surtos assolaram os europeus. Em 1664-1665, a "Grande Peste" matou 68 596 dos 460 000 londrinos da época. A última epidemia de vulto registrada foi a de Marselha, cujas 50 000 mortes marcaram o ano de 1720.

Depois disso, a incidência de peste declinou a ponto de quase desaparecer,  na Europa, em decorrência de hábitos de higiene, da desratização das residências e mesmo pela evolução natural do ciclo das epidemias.

Não obstante, o mal continuou a afligir outras  regiões. Nos séculos XVIII e XIX, as vítimas foram o Oriente Médio, a Rússia e, com grande intensidade, a Índia e a China. Nas duas primeiras décadas do século XX, os portos chineses funcionaram como centros de irradiação, contaminando a Índia, Japão,  Filipinas, Oceania, América do Norte e do Sul, África e portos europeus como Glasgow, Odessa, Nápoles e Marselha.

Posteriormente, registraram-se apenas manifestações endêmicas de peste, ou surtos de menor importância, sempre ligados a condições precárias de higiene.





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terça-feira, 31 de março de 2020

MEDICINA DE ANTANHO: MÉDICO É OBRIGADO A SERRAR BRAÇO DE MENINO SEM ANESTESIA






O texto que segue foi extraído do livro Menino Tropeiro de autoria de R.H. Souza, autor deste blog e narra um fato acontecido num povoado do planalto catarinense, nos anos trinta, uma narrativa incrível da história da medicina daqueles tempos.


"Deixando um pouco de lado os pendores de inveterado conquistador de corações do nosso doutor De Negri, vamos destacar um fato demonstrativo da sua grande competência como médico, acostumado a trabalhar em condições precárias.
Era uma segunda-feira de sol, quando uma pequena carreta entrou no povoado puxada por dois cavalos, numa velocidade bem além das possibilidades dos pobres animais. Eles estavam suados e cansados. Na boleia vinha um rapaz jovem e dentro da carreta um senhor amparava um menino de seus treze anos de idade se contorcendo de dor. Dirigiram-se à casa do médico. Dr. De Negri veio recebê-los no portão.
– Dr. – disse o homem –, pelo amor de Deus, salve o meu guri. Ele está muito mal...
– Mas o que aconteceu?
– Ele trabalhava na atafona, moendo mandioca, quando seu braço foi esmagado pela engrenagem.
Dr. De Negri mandou que o menino fosse levado até o consultório, onde, com a ajuda de d. Talita,  lhe examinou o braço já tomado em grande parte pela gangrena. O médico pediu à mulher que desse uma injeção no enfermo para tentar aliviar-lhe um pouco a dor, enquanto conduzia o pai até um cômodo próximo ao consultório para lhe explicar a gravidade da situação.
– A situação de seu filho – disse – é desesperadora, porque a gangrena já tomou conta de grande parte do braço. Deviam tê-lo trazido mais cedo para cá.
– Foi impossível, porque o nosso sítio fica muito longe. Para chegar aqui, quase matamos os cavalos.
– Bem, só temos uma saída: a amputação de seu braço.
– Se for para salvá-lo, doutor, não faço nenhuma objeção.
– O problema é o seguinte: aqui não temos nenhuma condição de fazê-lo, pois não disponho dos meios neces-sários, como clorofórmio para a anestesia. A amputação terá que ser feita com ele acordado e o sofrimento será muito grande. Não sei se ele vai aguentar.
– E se não amputar?...
– Ele morre, porque a gangrena já está bem adiantada, tomando-lhe quase todo o braço.
– Faça o que for preciso, doutor,  mas salve a vida do meu piá. Deixei a mãe dele desesperada.
Dr. De Negri chamou um garoto, responsável por algumas tarefas na propriedade e mandou-o percorrer diversas casas da vila e chamar, com urgência, alguns homens para ajudá-lo na terrível tarefa. Meu pai foi um dos primeiros a chegar ao consultório do médico, juntamente com mais três vizinhos. Ele reuniu os ajudantes na sala principal e explicou:
– Chamei-os  para  me  ajudar numa autêntica operação de guerra. Se não amputarmos já o braço desse menino, ele morre.
– Em que podemos ajudá-lo, doutor? – perguntaram em uníssono.
– Preciso de vocês para segurá-lo, enquanto vou lhe serrar o braço, sem anestesia. Ele irá sofrer muito.
O que se passou no consultório do médico eu não sei, mas todo o povoado ficou em silêncio,  rezando, enquanto os gritos do menino ecoavam até as casas mais distantes.
Apesar da delicada situação, a operação foi um sucesso. O menino ficou durante muitos dias na residência do médico, que lhe prestou toda a assistência. Quando voltou para casa estava sem um braço, mas são e salvo.
Meu pai assistiu a tudo e ficou muito impressionado com o sangue frio do doutor e a perícia com que executou sua tarefa. A notícia correu por toda a região e o nome do dr. Giovanni De Negri passou a ser ainda  mais respeitado. 

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LIVROS DE R.H. SOUZA, AUTOR DO BLOG SCRIPTA
E VIRTUAL
Para comprar estes livros, acesse: vsom01@yahoo.com.br

       

OPERAÇÃO KAABA – A sensacional narrativa do sequestro de um papa por terroristas islâmicos, no ano de 2035. L

O FILHO DE ANITA – uma narrativa repleta de mistério e suspense. Impróprio para pessoas impressionáveis. Link: 

MENINO TROPEIRO – As aventuras de um menino, no interior da Região Sul do Brasil. 

PROVÉRBIOS LATINOS – Sã0 440 dos mais famosos prevérbios da cultura humanística, com a tradução, pronúncia e exemplos de seu uso correto.

 

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