"Alguns
personagens se destacavam na vida da população da região, naqueles velhos
tempos. Um deles se chamava Firmino Constantino. Um nome sinistro. Ele era um
fazendeiro, morador no distrito de Campo Belo. Era conhecido pelos numerosos
crimes praticados, sendo temido por todos, face ao destemor com o qual encarava
os inimigos e ele os tinha em grande quantidade. A polícia tinha medo de
enfrentá-lo, pois ele andava sempre acompanhado de numerosos capangas. Era um
bandido com certas peculiaridades em seu comportamento. Cotava-se uma história
a seu respeito, que bem definia o caráter do nosso generoso malfeitor. Eis o
relato:
Firmino teve um desentendimento com um
pequeno fazendeiro da região e acabou matando-o, depois de uma séria discussão.
O pobre homem deixou uma viúva com numerosos filhos. Após a morte do chefe da
família, eles chegaram a passar fome, pois não tinham como comprar alimentos e
a fazendinha não tinha mais quem dela cuidasse. Firmino soube do fato e mandou
um empregado levar uma carroça cheia de mantimentos para socorrer à
desventurada viúva. E mandou também um recado para a ela: “Eu tinha uma desavença era com seu marido, minha senhora, e não com a
sua família. Quando precisar de qualquer coisa, não se acanhe. Mande um recado
e eu irei atendê-la.” E, daquele dia em diante, Firmino Constantino tornou-se o provedor da família de seu
desafeto. Era essa a história contada pelo povo.
Otacílio
Couto morava num casarão do outro lado da estrada, que passava ao lado da
escola onde meu pai dava aulas e nós morávamos. Ele era o titular da coletoria,
onde se pagavam os impostos da região. Firmino soube que Otacílio andou falando
mal dele a respeito de questões políticas, numa reunião com outros fazendeiros.
Ele tomou conhecimento do fato pela boca de um amigo e isso foi
suficiente para desencadear a sua ira. Uma noite, acompanhado de seus
capangas, chegou em frente à casa de Otacílio e começou a esbravejar:
– Otacílio, seu vagabundo, se
for homem, levanta da cama e vem cá fora para eu lhe dar uma sova com meu rabo
de tatu. Vou te quebrar as guampas, seu corno, e tu vais aprender a falar cara
a cara com Firmino Constantino.
Seguiu-se um pesado silêncio e nenhuma luz
foi acesa no casarão de Otacílio. E Firmino continuou:
–
Eu soube que tu bateste com a língua nos dentes, falando mal da minha pessoa.
Se for homem, vem cá pra fora e vamos fazer um corpo a corpo. Prometo que
nenhum de meus homens vai interferir ...
Firmino Constantino ficou ainda um bom
tempo a esbravejar impropérios, mas
Otacílio não teve coragem de abrir uma janela do casarão, até que o bandido e seus capangas se cansaram e foram embora. Da
nossa casa, ouvimos os seus gritos, mas
ficamos em absoluto silêncio, pois meu pai conhecia bem o temperamento do
famigerado bandido.
Firmino
tinha um irmão, Pedro Constantino, homem também violento, que teve um fim
trágico. Um dia, bêbado, entrou a cavalo numa bodega na localidade de Campo
Belo, dando tiros para todos os lados. Os frequentadores do estabelecimento,
muitos deles seus desafetos, não tiveram dúvidas: sacaram suas armas e crivaram
de balas o corpo do pobre valentão. Era o fim trágico de um importante membro
da família Constantino, fato que originou muitos outros enfrentamentos com o
irmão Firmino.
Anos
mais tarde, acompanhei minha mãe para ser internada no hospital municipal de
Lages. Fiquei hospedado na casa de uma tia de nome Jurema. Um dia, ela me pediu
para ir até um armazém próximo para fazer umas compras. Quando cheguei ao estabelecimento,
me deparei com um homem sentado ao lado do balcão. Trajava um pala vistoso,
chapéu de abas largas, lenço vermelho no pescoço, preso por um anel com pedra
amarela, botas de cano curto com esporas reluzentes. Era um indivíduo
simpático, muito sorridente. Ele mantinha uma animada conversa com o dono do
estabelecimento. Enquanto eu era atendido por um balconista, ele se voltou
para mim e perguntou:
– Guri,
posso saber quem é teu pai?
– Meu
pai é o professor Heitor...
– Professor
Heitor, que dava aulas em Cerro Negro?
– Isso
mesmo, respondi.
– Conheço bem o professor. Um homem muito
inteligente e esforçado. Leve um abraço meu para ele... diga que foi do Firmino
Constantino. Ele sabe quem é.
Eu
levei um grande susto, lhe dei até logo e saí correndo do estabelecimento, pois
era a primeira vez que me deparava com o famigerado personagem, causador de
tanto medo ao povo da região onde passei a minha infância.
Quando
me encontrei com meu pai, dei-lhe o recado de Firmino e ele estranhou, pois
achava que o bandido, depois de tantos anos, ainda estivesse solto. Era a
justiça daqueles tempos."
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Para escrever o livro Operação Kaaba, o autor se inspirou nas profecias de São Malaquias que se refere ao último papa da Igreja Católica (Petrus Romanus), que sofre violenta perseguição, com Roma destruída. A narrativa se inicia com um navio das NAU (Nações Árabes Unidas) torpedeado por Israel, tendo mísseis enviados pelos árabes contra o país judeu. Países ocidentais dão apoio a Israel e inicia-se a Guerra do Oriente Médio. O papa Pedro Paulo I é um brasileiro e foge para o Brasil, refugiando-se no Mosteiro dos Novos Templários, na Serra da Mantiqueira, em São Paulo. A NAU envia ao Brasil 4 terroristas para sequestrar o papa, pois querem usá-lo como moeda de troca para encerrar a guerra. Auxiliados por uma seita de fanáticos no Brasil e pelas Milícias de Alá, eles conseguem seu intento. Sequestram o papa e o levam para uma fazenda na fronteira do Paraguai. O governo brasileiro ataca a fazenda, tentando libertar o pontífice, mas os terroristas conseguem fugir com ele para um abrigo no interior do Paraguai, de onde o enviam para a Arábia, para ser julgado. Nesse tumultuado julgamento, o pontífice será conde-nado ou absolvido? O livro tem um desfecho sensacional. Para ler o livro, acesse vsom01@yahoo.com.br
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