O fato me fez lembrar de um episódio referente à chamada imprensa marrom, que teve grande repercussão no país, na década de 50. Existia no Rio de Janeiro uma revista (cujo nome não me lembro), que tinha por objetivo chantagear as pessoas em troca de dinheiro. Eles pesquisavam a vida de determinados indivíduos e, quando encontravam algo errado em seu comportamento, escreviam uma alentada matéria, que era apresentada à vítima, propondo um pagamento para a não publicação da mesma. Se não pagasse, a reportagem saía na íntegra. Faturaram bem durante algum tempo, até que deram com a cara na parede. Descobriam fatos desabonadores na vida de um determinado senhor, mas ele não teve condições de pagar o preço exigido pelos chantagistas e se suicidou. Resultado: o governo foi obrigado a fechar a referida publicação.
Em São Paulo, os proprietários de um escola foram acusados injustamente de pedofilia e a imprensa deu grande destaque ao episódio. A escola foi fechada, mas nenhum jornal se retratou.
Liberdade de imprensa está correto, mas sem imprensa marrom, pois sabemos que ela existe e muitas vezes defende interesses escusos. Assis Chateaubriand construiu um império de comunicação nem sempre usando métodos ortodoxos para alcançar seus objetivos. Sobre o Jornal, matutino de sua propriedade, ele dizia ser a sua gazua, com a qual ele abria as portas de seu interesse, nem sempre as mais honestas.
Existe uma máxima jornalística que diz: Se o cachorro morde o homem não é noticia, mas se o homem morde o cachorro, é. Acontece muitas vezes que erram quanto ao cachorro.
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