quarta-feira, 14 de agosto de 2024

COMO ESCAPEI DA MORTE NO VÔO DA VASP SÃO PAULO-RIO EM 28 DE SETEMBRO DE 1959


                 
                              Modelo do mesmo tipo de avião da Vasp 
                              que caiu em São Paulo. É um SAAB SCANDIA PP SPV

Era uma viagem de negócios. Nesse ano, eu trabalhava, como redator de uma
revista no Rio de Janeiro e me dirigi a São Paulo para tratar de negócios com uma pessoa que pretendia ser o representante da referida revista, na cidade.
Embarquei num avião da NAB e, ao chegar ao aeroporto de Congonhas, me dirigi ao balcão da VASP, marcando o meu retorno ao Rio de Janeiro, para o mesmo dia. O horário do voo seria para as 18 horas, se não me falha a memória.

Dirigi-me ao endereço marcado pelo candidato à representante da revista e passamos grande parte do tempo discutindo detalhes da tarefa a que ele se propunha. Quando terminamos de conversar já eram 4 horas da tarde e fui convidado por ele  a comer uma pizza, uma vez que não tínhamos almoçado. Lembrei-lhe o horário do meu voo, mas ele ponderou que havia tempo suficiente. Podíamos comer com calma, que não haveria problema. Quando terminamos do comer, o relógio marcava alguns minutos para as cinco horas. Tomei um táxi e pedi ao motorista que me levasse rapidamente ao aeroporto de Congonhas, mas ele me alertou para um grande engarrafamento que se formara no caminho naquele direção. Fiquei nervoso, mas nada podia ser feito. 

Ao chegar ao Congonhas, corri para o balcão da Vasp, mas não encontrei ninguém para me atender e observei que havia um grande agitação nas dependências do aeroporto. Dirigi-me a um senhor que estava próximo e ele me informou que estavam falando de um grave acidente de avião, nas proximidades. Nesse momento, uma funcionária da VASP, chegou ao balcão, muito nervosa e informou que o avião da companhia para o Rio de Janeiro caíra, e todos os participantes do voo tinham morrido. Fiquei paralisado. Corri ao telefone e falei com o meu entrevistado, dando-lhe a notícia e lhe pedindo, caso minha mulher ligasse do Rio de Janeiro, a informasse do milagroso acontecimento relacionado à minha humilde pessoa, salvo por um engarrafamento no caminho do aeroporto. Na minha casa no Rio de Janeiro, não tinha telefone, uma raridade na cidade, naquela época.

Para retornar ao Rio de Janeiro, o Vasp me colocou num avião da Varig, um convair, avião de grande porte. Quantos passageiros estavam no referido? Apenas 3: o signatário e  um casal muito nervoso. Cáspite, como diria um italiano.

Quando cheguei ao Rio de Janeiro, já tarde da noite, encontrei minha mulher muito nervosa, por causa do adiantado de hora, mas ela ainda não tinha conhecimento do desastre da Vasp. Ligamos a televisão e os repórteres de um dos canais estavam fazendo uma reportagem no bairro do Jabaquara em São Paulo, mostrando os destroços do avião, com informações sobre as vítimas:  4 tripulantes e 16 passageiros.



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