Na década de 20, padres franciscanos alemães fundaram um grande seminário no município de Rio Negro, no Estado do Paraná. Esse seminário, cujo nome era Seminário Seráfico São Luiz de Tolosa, abrigava estudantes brasileiros, mas também estudantes alemães, que vinham estudar no Brasil.
Nos primeiros anos de vida do educandário, uma caravana de alunos, vindos da Alemanha, chegou ao Brasil. Eles desceram na estação ferroviária de Rio Negro e tinham que andar três quilômetros, a pé, até chegar ao topo do morro, onde fora construído o seminário. Eles carregavam suas bagagens, portando máquinas fotográficas, binóculos, relógios e outros apetrechos, que os seminaristas brasileiros não possuíam.
Cansados e sofrendo com o calor (pois era o mês de dezembro), o grupo avançava, lentamente, até chegar a uma pequena ponte sobre o Rio Passa Três, ao sopé do morro do seminário. Nesse momento, foram surpreendidos por um grande alarido e um grupo de índios, com rostos pintados com as cores de guerra, saiu da mata e do terreno sob a ponte, avançando contra os apavorados viajantes, que correram em direção ao aluno que viera buscá-los na estação ferroviária.
– Fiquem calmos e não reajam – disse o guia. – Entreguem tudo o que eles quiserem. Isso sempre acontece por aqui.
Vestidos de tangas e cocares, os selvagens avançaram com os arcos retesados em direção aos apavorados alemães e os foram despojando de tudo o que traziam.
Em seguida, os índios se embrenharam na mata, enquanto os viajantes seguiam desolados em direção ao seminário, caminhando pela estrada, de subida íngreme, que ia dar ao São Luís de Tolosa.
Quando lá chegaram, foram recebidos no salão de festas pelos alunos e professores e, para surpresa deles, no local estavam também os índios, que entregaram aos recém-chegados os objetos roubados na estrada.
Na verdade, a pretensa tribo era formada por um grupo de alunos do seminário, que resolveu fazer uma recepção diferente aos estudantes alemães, que acreditaram piamente que estavam diante de um ataque de ferozes índios brasileiros.
Na mata, existia uma trilha que também levava ao seminário e, através dela, conseguiram chegar bem antes dos viajantes. Depois do grande susto, houve a confraternização.
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