sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O PRESENTE DE NATAL, INUSITADO, QUE O ESCRITOR PAULO SETÚBAL DEU PARA SUA FILHA

 


Paulo Setúbal é um escritor curioso de nossa literatura, tendo em sua vida duas fases distintas. A primeira dominada pela incredulidade. A segunda de fé e espírito cristão. Seu livro Confiteor é a história de suas lutas espirituais, até chegar ao caminho da verdade. O seguinte episódio é narrado por ele, neste livro.
"A felicidade veio com suas leves asas de seda, tecer, silenciosamente, o seu ninho fofo, renovado, mas humilde. E aí vive. Mas que felicidade diferente da felicidade que o mundo sonha. É uma felicidade estranha. Felicidade que os homens, correndo atrás de delícias e voluptuosidades, nem sequer suspeitam que existe."
Exatamente, por essa época, o escritor tinha um livro pronto para publicação, um livro que não primava pelo conteúdo moral. A filhinha do escritor estava doente e falou:
- "Não sei porque, papai. Não sei. Mas olhe: há uma coisa aqui dentro, aqui bem dentro (e a menina punha mão com força no coração) que me diz desde ontem que papai não deve publicar aquele livro."
E a criança fez a seguinte proposta ao pai, pois era a festa de Natal.
- Papai, você poderia me dar como presente de Natal a destruição do livro...
- " Você ganhou o presente de Natal. Papai  vai rasgar o romance".
Eis a confissão do escritor: "Custou-me fazer aquele gesto. Custou-me rudíssimo combate, mas eu, afinal, o fiz e venci a mim mesmo. Triunfei. Aquela pouca cinza portanto, aquilo que foi, filha, seu desenxabido presente de Natal, não significava o resto inútil de um romancezinho sem valor. Significava muito mais. Significava, isto sim, que o homem velho, aquele afrontoso homem que havia dentro de mim, tão custoso de arrancar, morrera na labareda que devorara o meu livro. Morrera, filha. O homem novo vencera-o. E havia renascido em espírito".



Maria Teresa, a filha de Paulo Setúbal, que o convenceu a queimar um livro. Ela 
faleceu aos 14 anos, com fama de santidade.

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sábado, 10 de dezembro de 2022

UMA SINFONIA DE BEETHOVEN DEDICADA A NAPOLEÃO. EXISTE?

 


Quando Beethoven compôs sua 3a. sinfonia, ele pensou em dedicá-la a Napoleão.  Por quê? Porque ele admirava os ideais da revolução francesa, expressos no slogan: Liberdade, igualdade e fraternidade. Muito bonito, aliás. Mas quando Napoleão deu o golpe e se autonomeou primeiro cônsul e, depois imperador, o compositor alemão mudou de ideia e chamou a sua bela sinfonia de HERÓICA, nome pelo qual ela é conhecida até hoje.

Um fato curioso aconteceu durante a coroação do imperador francês. Napoleão convidara o Papa Pio VII para vir a Paris e presidir a cerimônia de sua coroação. Na cerimônia tradicional, o indivíduo a ser coroado, ajoelhava-se diante da autoridade religiosa, que colocava a coroa em sua cabeça, simbolizando a subordinação do poder temporal ao poder espiritual, representado por um membro da Igreja. Mas, para espanto do papa e do público presente, Napoleão arrancou a sua coroa das mãos do pontífice e a colocou na própria cabeça. Minutos antes, ele própria coroava a imperatriz Josefina, sua esposa. Com esse comportamento, ele queria dizer: conquistei o poder e sou o dono do próprio nariz. Era o dia 2 de dezembro do ano de 1804.



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LIVROS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER 

 O FILHO DE ANITA, VENDER É PRECISO, OPERAÇÃO KAABA, AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES E  MENINO TROPEIRO
Para comprar estes livros, consulte: vsom01@yahoo.com.br

                                                                       

 

             
         

domingo, 27 de novembro de 2022

POR QUÊ SANTA CLARA FOI DECLARADA PADROEIRA DA TELEVISÃO?

 

Santa Clara (1193-1253) foi contemporânea de São Francisco de Assis,  quem ela conheceu, muito jovem, entusiasmando-se pelas ideias do Poverello. Ela era filha de uma família muito rica, na cidade de Assis, família essa, dona de palácios e até de um castelo. Aos 18 anos, a família se preparava para arrumar-lhe um casamento, para o qual não lhe faltavam pretendentes, pois Clara era um jovem de extrema beleza. Foi, então que ela tomou a decisão que mudaria para sempre a sua vida. Acompanha da uma amiga, Bona Di Guelfuccio, fugiu para a pequena igrejinha da Porciuncola, onde Francisco e seus irmãos tinha concentrado suas atividades. Ali, Francisco a recebeu e iniciou uma cerimônia, na qual  lhe cortou os lindos cabelos e a revestiu com uma tosca túnica. Iniciava-se, assim, o trabalho das irmãs clarissas, que passou a espalhar-se pela Itália e, depois para todo o mundo cristão.

O filme de Fabrizio Costa, lançado em 2007,  nos conta esta bela história de Clara e Francisco, dois jovens que mudaram o mundo de seu tempo e de tempos futuros. 

Mas, por quê Clara é a padroeira  da televisão, título que lhe foi dado pela papa Pio  XII em 1958. A história é a seguinte. Com idade avançada, Clara se encontrava em seu leito, acometida por grave enfermidade e estava entristecida por não poder assistir à missa de natal que estava sendo celebrada na igreja de São Francisco. Fez uma oração a Jesus e, por um milagre, o som e a imagem da missa surgiram em seu quarto.

Eis como ela própria narra o episódio:

Escutei, por graça do Senhor toda a solenidade celebrada esta noite na igreja de São Francisco e lá estive presente, recebendo até a santa comunhão. Agradecei comigo a Nosso Senhor Jesus".

 

Cartaz do filme Clara e Francisco  

                             



quarta-feira, 5 de outubro de 2022

HELENA, A SANTA QUE FOI MÃE DE UM IMPERADOR E SE TORNOU IMPERATRIZ







Santa Helena (255-329) era de uma família plebeia e pagã. Ela nasceu na cidade de Bitínia, no Golfo da Nicomédia (hoje Turquia), cidade que, mais tarde recebeu o nome de Helenópolis pelo imperador Constantino, seu filho. Casou-se com um oficial romano, de nome  Constâncio Cloro. Converteu-se ao cristianismo, tornando-se uma fervorosa adepta da nova religião que, agora, se tornara a religião oficial do império romano, sob o comando de seu filho, o imperador Constantino que, na luta pela conquista do poder, teve um sonho, no qual via uma cruz com um texto: in hoc signo, vincis (por este sinal, vencerás). Na verdade, na batalha que se seguiu, ele venceu seus  adversários, Magêncio e Licínio, tornando-se imperador. Fundou o império romano do Oriente, cuja capital passou a chamar-se Constantinopla, nome dado à cidade em sua homenagem. Esse império durou até o ano de 1453, quando Constantinopla foi conquistada pelos muçulmanos.

Mas o fato que tornou Helena tão famosa foi a viagem que ela fez a Palestina, onde pesquisou os fatos referentes à vida de Jesus Cristo, mandando construir duas basílicas, a da Natividade em Belém e a da Ascenção, no Monte das Oliveiras. Seguindo o exemplo da mãe, Constantino mandou construir a Basílica da Ressurreição.

 Foi apresentada a Santa Helena, uma cruz com os cravos,  e lhe  diziam ser a cruz em que Cristo foi crucificado. Helena ficou na dúvida e mandou que colocassem sobre o madeiro o corpo de uma pessoa que tinha falecido. E, então, aconteceu o milagre: o homem ressuscitou, diante de Helena, fato que a deixou marcada para o resto de sua existência.

Os três cravos, que perfuraram o Corpo de Jesus, foram doados por Santa Helena para Constantino: um foi encastrado na Coroa de Ferro, conservado na Catedral de Monza, como lembrar que não existe soberano que não deve sucumbir à vontade de Deus. As preciosas relíquias estão guardadas, hoje, na Basílica romana de Santa Cruz de Jerusalém.

Santa Helena morreu aos 80 anos, em 329.




                         Imperador Constantino



 

 

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

POR QUE O AGRONEGÓCIO É O SETOR MAIS IMPORTANTE DA ECONOMIA BRASILEIRA?

                                                                                     

Em tempos passados, quando a agricultura brasileira alcançou  a cifra de 50 milhões de toneladas de sua produção anual, o país comemorou, a imprensa deu destaque, as autoridades ficaram eufóricas. Hoje, o quadro é outro. A nossa produção agrícola é de 265,9 milhões de toneladas, uma das maiores do planeta.
As projeções são de uma produção de 333 milhões de toneladas até 2030. 

O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do planeta. Seus produtos chegam  a 190 países. Somos grandes produtores de soja, milho, café, algodão, amendoim, frutas e de dezenas de outros produtos.





Brasil é dono do maior rebanho bovino do planeta, com 215 milhões de cabeças e as exportações de carne chegam a dezenas de países. Mais de 15 raças de bovinos encontram condições de desenvolvimento no Brasil, tanto na pecuária de corte, quanto na produção leiteira




 O nosso rebanho de suínos também tem grande importância na economia do país, com 41 milhões de cabeças, com exportações para 190 países. Os Estados do Sul do país se destacam como os maiores produtores.



O que o que dizer da produção avícola do Brasil? Ela é extraordinária. Calcula-se que a produção de ovos, atualmente, seja de 56 bilhões de unidades por ano, sendo que cada brasileiro consome 251 unidades no mesmo período. Ovos e carne de frango tem sido a salvação da população mais pobre do país, em épocas de grandes dificuldades econômicas. O Brasil é o segundo produtor e o maior exportador de carne de frango do mundo.

O Brasil possui infindáveis recursos naturais, como terras próprias para a agricultura, com vastas áreas planas, que facilitam a mecanização. Temos, também, a maior reserva de água doce do planeta. O país  dispõe de alta tecnologia, com destaque para o trabalho da Embrapa, que tem uma equipe de técnicos da mais alta relevância para o agronegócio.

Segundo notícias recentes, a inteligência artificial está chegando às lavouras nacionais, com robôs comandando as diversas operações, com redução de custos na aplicação de inseticidas e adubos, além de outras operações. Uma grande fazenda já estaria usando o trabalho de 10 robôs.

O ex-presidente da República, num pronun-ciamento,  disse que o Brasil tem capacidade de alimentar 1 bilhão de pessoas em todo o planeta. A pergunta que se faz é a seguinte. Com tanta riqueza, porque ainda temos 33 milhões de pessoas que passam fome em nosso país? A conferir!!!





 que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os  alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos.

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LIVROS EXTRAORDINÁRIOS PARA SEUS MOMENTOS DE LAZER. LEITURA IMPERDÍVEL !!!

                     

O FILHO DE ANITA - Uma história que beira o fantástico. Um rico fazendeiro que incorpora o Malvado, desenvolve um intenso trabalho para seduzir uma bela jovem, Anita, criando situações inusitadas. A história reúne frades, médicos, vaqueiros, mulheres inteligentes e o povo simples dos vilarejos. E tem um final surpreendente. Só lendo, para crer. Mas, se você é impressionável, compre o livro, mas não leia, para não perder o sono. Deixe que outros o leiam.

VENDER É PRECISO- Um livro para treinamento de vendedores e empresários, mostrando as melhores técnicas de vendas, desenvolvidas no país e no exterior. Agora, em segunda edição. Um professor de vendas sobre Vender é Preciso, disse o seguinte:” Este livro deveria estar no porta-luvas do carro de todo vendedor, pois também Ler é Preciso”.

 OPERAÇÃO KAABA - Uma história extraordinária, que se passa no ano de 2035, num conflito internacional de graves consequências e o sequestro de um papa por terroristas islâmicos. O livro fala do surgimento de uma nova ordem religiosa - os Novos Templários, em cujos votos está, agora incluído, o voto de Preservação, com o objetivo de minorar os graves problemas ambientais que surgirão no futuro. A história envolve terroristas, jornalistas, políticos, fanáticos religiosos, personagens do clero e a figura de um papa - Pedro Paulo I, além de uma bela jovem que dá um colorido especial à narrativa. 

 AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES- livro dividido em duas partes. A primeira se passa num seminário, com a narrativa de fatos vivenciados pelo autor em sua juventude, mostrando como se desenvolvia a vida de um jovem, baseada no estudo, no trabalho e na oração, além das atividades esportivas. A segunda parte é vivida pelo herói da narrativa, na fazenda de seu pai, onde impera a corrupção, a violência e a lei da Winchester. 

 MENINO TROPEIRO - é a biografia da infância do autor, filho de um professor primário, que dava aulas em povoados do Planalto Catarinense. Aulas para 4 turmas, simultaneamente, com a maioria dos alunos vindos das propriedades agrícolas. Eles não tinham condução, como os alunos atuais. Vinham a pé, na escola não havia refeições e, à tarde voltavam para casa e pegavam uma enxada para ajudar os pais no trabalho das lavouras. Eram outros tempos. 

 Para comprar, acesse: Atendimento@clubedeautores.com.br

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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

IRMÃO CARMELO, UM DOS 25 PERSONAGENS INTERPRETADOS POR JÔ SOARES NO PROGRAMA VIVA O GORDO

 

Irmão Carmelo era um curioso vigário, numa paróquia sui generis, na qual ele tinha Batista como seu principal auxiliar. "Cala a boca, Batista" era um constante refrão no convívio dos dois personagens. Era Batista, inclusive, quem marcava os casamentos, mas a reposta do irmão Carmelo era negar aos nubentes o direito de se casarem na referida paróquia, porque ele alegava: casa, descasa, casa, descasa. E, então, eu não caso!

Num determinado domingo, irmão Carmelo fez um contundente sermão sobre os jogos de azar, que tantos prejuízos causavam às famílias e aos praticantes do diabólico vício. Falou dos estragos causados aos cidadãos e ao país, com a destruição dos lares e perda de renda para todos, inclusive para a sua paróquia.

No final do sermão, com voz embargada pela emoção, ele convidava os paroquianos a participarem da TÔMBOLA (1)  que se realizaria, a seguir,  no salão paroquial, cuja renda se destinava às obras sociais da paróquia.


  1. Tômbola é jogo de azar que consiste num tabuleiro com várias cavidades de cores diferentes e que se pratica acionando um dispositivo que impele uma esfera de marfim para uma dessas cavidades; ganha o jogador que previamente escolheu a cor da cavidade onde a esfera se deteve.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

A FASCINANTE HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE, NO MÉXICO

 


A Virgem de Guadalupe aparece na colina de Tepeyac em 1531 para um indígena que passava por aquela área. O índio Juan Diego ouviu o chamado no canto dos pássaros e se aproximou para ver quem o chamava. Dias atrás, ele tinha sido batizado e era tanta sua dedicação a Deus que a Virgem o escolheu para lhe dar uma missão. O pedido da Virgem era simples, ela queria que um templo para a adoração de Deus fosse erguido naquele lugar. Juan Diego não teve problemas em cumprir a ordem de Maria, então ele foi à paróquia falar com o bispo.

Em duas ocasiões, ele só encontrou negativos por parte do bispo. Sendo necessária a intervenção da Virgem, dando três milagres como prova.

O primeiro foi a cura do tio de Juan Diego.

O segundo milagre foi cultivar flores na época do inverno. Porém, o mais peculiar é que elas eram únicas em sua espécie e não cresciam naquela região. A virgem ordenou que Juan Diego as cortasse e levasse ao bispo.

Ao mostrar as flores, Juan Diego as deixou cair e em seu manto apareceu a imagem da Virgem. Este último milagre ocorreu em 12 de dezembro d1531, desde então é a data em que se comemora a aparição da Virgem de Guadalupe.

Devoção à Virgem de Guadalupe

A devoção à Virgem de Guadalupe começa no mesmo dia em que se manifestou na túnica de Juan Diego, em 12 de dezembro de 1531. O bispo, ao observar que todas as histórias do índio sobre a colina de Tepeyac eram verdadeiras, não hesitou em ser o primeiro a venerar a Virgem.

No início era uma pequena capela bem próxima à colina. E ao longo dos anos, a Basílica da Virgem de Guadalupe foi construída ao lado do local das aparições.

Uma pequena cabana foi construída na colina de Tepeyac, que funcionava como uma capela para a adoração da Virgem. Durante o percurso alguém disparou uma flecha, ferindo gravemente um homem. Ele foi colocado na frente da imagem e imediatamente curado diante dos olhos de todos.

Outro grande milagre ocorreu durante a peste de 1554, que matou mais de 12 mil pessoas. Mais uma vez os fiéis imploraram à Virgem Morena e a peste desapareceu. Em 1633 veio a coqueluche, uma nova epidemia que devastou o México.

Mas as súplicas do povo devoto levaram a colocá-la em procissão pelas ruas mais afetadas. No mesmo dia, a epidemia acabou.

Algo muito semelhante aconteceu em 1737, quando a febre tifoide estava matando pessoas em massa. Devido à angústia, em 23 de maio ela foi nomeada como padroeira da nação e a partir disto não houve mais mortes.

Finalmente, o milagre que o povo mexicano mais se lembra foi o de 1921. Dentro da Basílica, uma bomba foi colocada no lugar onde a imagem estava. A explosão destruiu parte da Basílica, mas a imagem não sofreu nenhum dano.

A Virgem de Guadalupe foi nomeada pelo Vaticano como Padroeira e Rainha das Américas, dada a sua crescente disseminação de fé para diferentes países do continente.

Por outro lado, como um presente adicional pela graça de Deus, em 12 de dezembro de 2002, o Papa João Paulo II reafirmou sua divina aparição na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, no México. Para então elevar Juan Diego Cuauhtlatoatzin a condição de Santo.

(texto extraído da Internet)



                     O manto do milagre está exposto  na basílica de Guadalupe, a segunda mais visitada no mundo, sendo a primeira, a Basílica de São Pedro, no Vaticano, em Roma. 
Cientistas de várias categorias tentaram descobrir como foi gravada a imagem da Virgem Maria nas vestes de Juan Diego, mas até agora não conseguiram nenhum resultado, assim como outros também não desvendaram o mistério do Sudário de Turim, com a gravação do corpo de Cristo.


segunda-feira, 18 de julho de 2022

COMO ERA FEITA A DERRUBADA DOS PINHEIROS EM CERTAS REGIÕES DO SUL DO BRASIL, NOS ANOS DE 30 E 40





Para o leitor ter uma ideia de como era feita a derrubada dos pinheirais no Planalto Catarinense, nos anos de trinta e quarenta, vou publicar aqui um capítulo do meu livro, As Torres das Três Virtudes. É uma obra de ficção, mas os fatos narrados são reais, pois as coisas aconteciam aos olhos da autoridades, sem que fossem tomadas medidas para preservação dessa extraordinária riqueza nacional. (R.H. Souza)

"Clarice estava àquela tarde, no escritório com o Professor Virgílio, onde faziam o levantamento das contas a pagar e a receber da fazenda, quando Isabel veio avisá-la que tinha na entrada da propriedade um  homem que queria falar com os proprietários da Fazenda Pedras Negras.

– Receba-o na sala de visitas, Isabel, que já irei encontrá-lo – disse. – Será que é mais um comprador de gado?

– É bem possível! – completou Virgílio.

Quando foi ao encontro do inesperado visitante, Clarice percebeu que se tratava de um indivíduo de baixa estatura, gordo, uns 45 anos de idade. Ao vê-la entrar na sala, ele se levantou e, sorridente, foi ao seu encontro. Falava com um forte sotaque italiano.

– Permita que eu me apresente, senhora. Meu nome é Victório... Victório Parri. Moro no Rio Grande do Sul e percorro as fazendas da região para fazer o levantamento dos pinheirais existentes...

– Para que esse levantamento, sr... Victório?

– Acontece que...mas como é mesmo seu nome, senhora?

– Clarice! Clarice Weber.

– Sim, dona Clarice, porque vou instalar aqui no Município de Campos Novos uma serraria movida a vapor, a última palavra em tecnologia, e estou propondo aos fazendeiros, que têm pinheirais nas suas terras um excelente negócio. Eu derrubo os pinheiros, arrasto eles até a serraria, serro as tábuas, vendo tudo e dou uma parti-cipação pra eles..

– Participação de quanto, sr. Vitório?

– Geralmente, de 20%, livre de qualquer despesa, pois o capital e o trabalho são de minha inteira responsabilidade.

– Aqui em Pedras Negras temos poucos pinheirais.

– Tem madeira de primeira, dona Clarice. Já observei, andando por aí.

– Os pinheiros que temos só são derrubados para uso da madeira na própria fazenda. Com eles, construímos casas para os empregados, fazemos cercas e currais. E, no lugar de um pinheiro derrubado, plantamos outro.

– A sra. é a proprietária da fazenda?

– Sim...eu e meu marido, mas quem administra sou eu. O que eu resolvo, ele assina em baixo.

– Posso lhe garantir, d. Clarice, que quase todos os fazendeiros do Município participam do nosso plano.

– Eu soube que muitos industriais vieram do Rio Grande do Sul para levar os nossos pinheirais. Do jeito que vão as coisas, em pouco tempo não restará mais nada. Aqui no Sul, há muitos anos atrás, pelo que sei, uma empresa estrangeira derrubou milhares de hectares de florestas de pinheiros e imbuias  ao longo da estrada   de  ferro  São Paulo-Rio Grande do Sul, como parte do pagamento pela construção da referida estrada. Devastaram uma faixa de 15 km de cada lado da ferrovia e tudo virou um grande deserto, com milhões de árvores abatidas, enviadas aos Estados Unidos, para construção de casas para os americanos,

– Nós não queremos fazer um deserto da sua fazenda, d. Clarice. Só vamos tirar uns pinheirinhos aqui e outros acolá.

– Agradeço muito o seu interesse, sr. Victório, mas não estamos interessados na sua proposta. Preferimos preservar as nossas áreas de florestas, principalmente os exemplares de araucária.

Clarice acabou de falar e se levantou, para indicar o fim da entrevista. Victório Parri se despediu meio sem graça e saiu pela porta da frente, onde um carro com motorista o esperava.

Ao comentar com Virgílio a visita do italiano, ouviu dele que há muito tempo se iniciara o cerco aos pinheirais das fazendas próximas e que serrarias eram  montadas  na região, com a concordância dos fazendeiros que, assim, ganhavam um dinheiro fácil sem pensar nas consequências futuras.

– Eles derrubam os pinheiros – acrescentou o professor – e depois mandam as tábuas para o litoral. Um comprador de gado me contou que, na estrada que vai de Lages para Florianópolis, existem filas de caminhões, descendo a serra, carregados de madeira, que descarregam nos portos catarinenses, de onde vão para diversas cidades brasileiras e até para o exterior.

– E o nosso governo não acorda para a situação. Temo que, no futuro, nossos filhos e netos só conheçam um pinheiro através de fotografia.

– Podes crer, minha cara, que isso acontecerá, pois a ganância fala mais alto.

Na hora do jantar, Clarice falou com o marido sobre a proposta do italiano e ele concordou plenamente com sua decisão.

– No seminário – disse ele – fui educado dentro de uma filosofia preservacionista, que mantenho até hoje. Todo progresso às custas da natureza deixa feridas profundas, que jamais cicatrizam. Os frades lá falavam muito de São Francisco, o fundador da Ordem, um homem que tinha profundo amor à natureza, amor esse expresso no famoso Cântico do Irmão Sol,  que tem uma estrofe que diz assim: “Louvado sejas tu pela terra, Senhor; Pois ela nos sustenta e produz fruto e flor; Flor dum fino matiz com que nós Te adoramos, fruto diverso e bom com que nos sustentamos”.

– Isso é maravilho! – disse Clarice. – Arranja-me uma cópia do Cântico do Irmão Sol, meu querido, que vou colocar num quadro lá no escritório

– O santo – prosseguiu o advogado– fala do sol, da lua, das estrelas, da água...

– Como ele fala da água?

 Júlio César fez uma pausa, depois declamou: “Louvado sejais sempre ó divino Senhor, Pela água, nossa irmã, a qual, com seu frescor, Pura como o cristal, fecundante e preciosa, Nos suaviza a sede e faz florir a rosa”.

Ela faz florir a rosa – continuou Clarice –, os pomares, faz crescer o trigo que alimenta o homem, as pastagens que nutrem os animais, as matas que alimentam e abrigam os pássaros.

– É isso aí, minha querida – concluiu o ex-seminarista–. Encontramos mais uma entusiasta do Poverello de Assis.

E o casal avançou pela noite, conversando sobre a preservação da natureza e como, na prática, deveriam atuar na fazenda para que a necessidade do lucro não prejudicasse o meio ambiente, face à sua importância no desenvolvimento dos seres vivos, coisas esquecidas por muitos proprietários de terras."




 

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domingo, 3 de julho de 2022

RETRATO DA VIRGEM MARIA, A MÃE DE JESUS, REVELADO A CHICO XAVIER PELO ESPÍRITO DE EMMANUEL

 


Segundo Chico Xavier, este retrato falado de Maria, Mãe de Jesus,  teria sido relevado através dele, pelo Espirito de Emmanuel, ao fotógrafo Vicente Avela, que, durante muito tempo fez retoques sucessivos até chegar à imagem atual. O acontecimento se deu na noite de primeiro de dezembro de 1984 no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais.

Segundo declarações de Chico Xavier,  a fisionomia de Maria assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e perturbadas da crosta terrestre; como por exemplo, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas descrita detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvonne A. Pereira.



                                                
.Chico Xavier com o retrato de Maria

quarta-feira, 29 de junho de 2022

JUS PRIMAE NOCTIS - O DIREITO À PRIMEIRA NOITE *

 


No livro as AS TORRES DAS TRÊS VIRTUDES, o autor deste blog narra um episódio um tanto inusitado referente ao provérbio latino Jus primae noctis, adotado por um fazendeiro, fato,que dizem as lendas, teria acontecido numa fazenda no Planalto Catarinense, na década de trinta.

*  O jus primae noctis teria sido um costume medieval que dava ao senhor feudal o direito de dormir com a noiva na primeira noite das núpcias, desde que os noivos fossem súditos do referido senhor. 


Leia o texto que segue do referido livro.

"Virgílio Monteiro acompanhava e contabilizava os lucros do patrão. E ele chegou também à conclusão, que estava na hora de mudar um pouco de rumo e constituir família. Já tinha amealhado um bom dinheiro ao longo dos anos e podia montar uma casa para nela acolher a amada de seu coração, e já tinha uma candidata. Era Sofia, a jovem auxiliar de Isabel na administração da casa da fazenda. Virgílio sabia que era correspondido e, embora, o seu namoro com a jovem fosse meio às escondidas, tinha convicção que seu pedido não seria rejeitado. Quando fez a proposta a Sofia, ela fez uma observação:

– Sim, eu concordo em me casar contigo, Virgílio, pois sei o quanto me amas e eu também te amo muito. Mas, casamento?... como isso será encarado pelo patrão? Sabes que nossa liberdade aqui é limitada.

– Eu falarei com ele e se não concordar, iremos embora. Tenho o suficiente para começarmos uma nova vida em qualquer lugar.

– Sabes que não é assim tão fácil. Sabemos demais para sairmos sem mais nem menos deste lugar.

– Fica tranquila, minha querida, que tudo dará certo.

Quando Virgílio expôs suas intenções a Libório Antunes, a reação do patrão foi positiva e ele falou:

– Ótima ideia, pois gosto muito que aqueles que trabalham para mim, fiquem  cada  vez  mais unidos. E  tem  mais,  eu custearei todas as despesas do casamento, vou lhe arranjar uma casa nos terrenos da fazenda e tu e tua mulher continuarão trabalhando para mim.

Virgílio foi aos saltos contar as novidades para a noiva.

            – O que está por trás de tanta bondade, Virgílio? Estou desconfiada, pois quando a esmola é muito grande... o santo desconfia.

          – Ele gosta muito da gente, minha querida, e quer que continuemos a seu serviço.

– Espero que estejas certo, Virgílio. Mas confia, desconfiando, meu querido

O casamento ficou marcado para dali a seis meses e se realizaria na própria fazenda. O juiz de paz de Campos Novos foi convidado, juntamente com o páraco da cidade, para a realização das cerimônias civil e religiosa.

          A festa de núpcias de Virgílio e Sofia foi um acontecimento na fazenda. A noiva estava lindíssima, num belo vestido de seda, comprado na cidade de Lages. Foi organizada uma grande festa, patrocinada por Libório Antunes dos Santos, com churrasco para todos os empregados, com muita comida e muita bebida. Foi organizado também um grande baile, animado por um conjunto de músicos, que veio especialmente de Abdon Batista. O baile entrou pela noite e Libório era um dos mais animados. Dançou com a noiva por diversas vezes, o que deixou Virgílio um tanto intrigado. O fazendeiro não se cansava de elogiar a beleza de Sofia e cochichava em seus ouvidos, enquanto dançava, deixando-a nervosa e constrangida. Quando voltou a dançar com Virgílio, a noiva pediu que saíssem mais cedo do baile e se retirassem para a nova casa, onde passariam a lua-de-mel. Disse não suportar mais os galanteios do patrão, que a convidava a toda hora para dançar. A coisa estava tão escancarada, que os participantes da festa comentavam entre si.

– Deves dar-lhe um desconto – disse o professor, sem convicção –, pois ele bebeu muito durante a festa e está bêbado.

– Espero que estejas certo, meu querido.

Próximo da meia-noite, os convidados começavam a se retirar e Virgílio se aprontava para conduzir a noiva ao leito nupcial, quando dele se aproximou Justino, o capataz da fazenda. Pediu que o acompanhasse até um quarto ao lado, pois tinha um assunto para lhe falar. O Professor ficou desconfiado e pediu que Sofia o aguardasse, que logo estaria de volta.

– Pedi que viesse até aqui – disse Justino, constrangido –, pois tenho para o senhor um recado do patrão.

– Que recado? – perguntou Virgílio.

– O patrão mandou avisar que a primeira noite é dele...

– Como... a primeira noite ...

– Sim, ele  diz  que  existe  um  costume antigo, que dá ao chefe, ao senhor, ao patrão, o direito de dormir a primeira noite com a noiva. Ele diz que é só a primeira noite.

– Justino, tu sabes o que estás me dizendo? – falou Virgílio, vermelho de raiva.

– Sei, perfeitamente, professor.  Será que o sr. acha que o patrão lhe preparou essa festa, lhe deu casa, mandou comprar o vestido da noiva... tudo de graça. Como paga, ele só quer uma noite com a noiva.

– Não admito – gritou Virgílio –, vou falar com ele.

– Eu, se fosse o senhor, ficava quieto e aceitava as coisas como são, porque a noiva já foi mesmo levada para o quarto dele. Ela deve ter esperneado bastante, mas acaba tendo que se conformar.

Virgílio deu um salto e se precipitou em direção à porta do cômodo em que estava  com Justino,  abriu-a  violentamente, mas  deu  de cara com dois capangas de Libório, que o aguardavam do lado de fora. Os homens o empurraram de volta ao interior do quarto e o fizeram sentar-se. Justino procurou acalmá-lo:

– Professor, procure se conformar. O sr. sabe que, quando o patrão quer uma coisa, ele sempre consegue. Não adianta ficar nervoso. Além disso, ele garante que é um direito dele.

Virgílio  baixou  a   cabeça  e   começou  a  chorar  baixinho. Estava desesperado diante da dura realidade que o atingia em cheio no dia em que pensava ser o mais feliz de sua vida. Sua noiva, sua querida Sofia, estava lá, no leito do maldito Libório Antunes, o homem que agora revelava toda a maldade de seu coração. Enquanto isso, ele estava ali, impotente, cercado por três capangas prontos a acabar com sua vida, se reagisse.

Depois de quatro horas de longa espera, quando o dia já começava a clarear, finalmente a porta do quarto de Libório se abriu e Sofia, cambaleante, se aproximou e atirou-se nos braços de Virgílio, em choro convulsivo. Justino que estava na sala, aproximou-se do casal e falou:

– Vou levar os dois para casa. Viram, tudo acabou e ninguém se machucou. É melhor assim.

Abraçado, o casal se dirigiu à porta da residência, sem dizer palavra, com Sofia amparada por Virgílio, enquanto Justino providenciava uma charrete para levá-los para o novo lar, que ficava a três quilômetros da sede da fazenda. Aquele  que,  para  o   casal,  deveria  ser  um  dia  de  muita   felicidade,  se tranformou no pior dia de suas vidas. O futuro para eles era um grande ponto de interrogação."

 

Naquela manhã, depois da noite de núpcias, Libório se levantou da cama mais tarde e se dirigiu à sala de jantar, para tomar o café da manhã. Isabel já o aguardava e foi a primeira a falar:

– Espero que o patrão tenha tido uma boa noite.

     – Dentro das circunstâncias, até que foi uma noite bem agradável.

– O patrão tem alguma recomendação especial para o dia de hoje?

– Tenho, sim. Quero que mantenhas vigilância constante sobre Sofia, a mulher de Virgílio. Acho que eles, depois do que aconteceu, pretendam fugir da propriedade e isso eu não permitirei. Ambos sabem de muitas coisas aqui da fazenda, que não devem ser conhecidas lá fora, senão perderemos o controle.

– Mas sozinha eu não posso vigiar os dois...

          – Exatamente! Cuidas de Sofia que de Virgílio, Justino e seus homens cuidarão.

Depois de proferir as últimas palavras, o fazendeiro tomou seu café, tranquilamente. Ao sair da sala de jantar, encontrou-se com Justino. O capataz lhe relatou que os recém-casados, depois que a jovem saíu do quarto do chefe, foram levados até sua nova residência, onde permaneciam até aquele momento, provavelmene dor-mindo.

– Deixa descansarem! – concluiu Libório. – Nada como um bom sono para curar as mágoas. Mais alguns dias e tudo estará esquecido, pois o tempo cicatriza todas as feridas.

Acabou de falar e montou em seu cavalo, para fazer a visita de rotina às dependências da fazenda, pois era adepto daquele ditado popular que dizia: “O que engorda o boi é o olho do dono”.