Vista da curva do Cadeado, quadro de Alfredo Andersen, c. 1920, no trecho de serra da ferrovia, com o Conjunto Marumbi ao fundo.
Construção do viaduto do Conselheiro Sinimbu, Km. 64,292, foto de Marc Ferrez, 1879.

História

Túnel e viaduto vistos do trem turístico
A linha férrea cortando a Serra do Mar, como vista do trem
A ponte São João, vista da linha férrea

Antes da ferrovia, por mais de 200 anos a única ligação entre o litoral e o planalto paranaense era a Estrada da Graciosa, inicialmente uma trilha aberta pelos indígenas, sendo posteriormente calçada.[2]:65-66

No ano de 1870 Antônio Pereira Rebouças Filho em sociedade com Francisco Antônio Monteiro Tourinho e Maurício Schwartz, solicitam uma Concessão Imperial para a construção da Estrada de Ferro Antonina a Curitiba, porém não conseguem constituir empresa para a construção dentro do prazo de dois anos.

Devido a dificuldades financeiras em 1872, Rebouças e seus sócios cedem seus direitos ao Barão de Mauá também com dificuldades perde os direitos de construção. Somente uma nova Concessão Imperial para construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba no ano de 1879 e concedida para a francesa Compagnie Génerale des Chemins de Fer Brésiliens, da Societé Anonyme de Travaux Dyle Bacalan.[3]:2-4

Compagnie Génerale, sob direção de Antônio Ferrucci, italiano que participou da construção do Canal de Suez, inicia a construção em 1880 com cerimônia em que participou Dom Pedro II. Participaram da construção nove mil trabalhadores, em condições de trabalho desafiadoras - a área era pantanosa e sujeita a alagamentos, e não havia estrada para facilitar o transporte. A estrada foi construída com pontes e viadutos de aço produzidos na Bélgica, pela Dyleet Bacalan e trazido de navio ao Brasil. Em 1882, Ferrucci deixa o cargo com a estrada parcialmente concluída, e assume João Teixeira Soares. Em 1883 o trecho Paranguá-Morretes é inaugurado em cerimônia com a Princesa Isabel.[2]:68-70

Ferrucci teria deixado o cargo devido ao risco ser muito elevado, um trecho de túnel em curva no local conhecido como Rochedinho desabou, e para que as obras não atrasassem foi necessário terceirizar a construção de uma ponte no local do desabamento, esta nova ponte passou a se chamar Viaduto Presidente Carvalho, homenagem ao governante do Estado do Paraná na época[4][3]:4-5 A construção é feita sem o uso de mão de obra escrava, apesar da escravidão ainda ser vigente na época.[3]:6

À época foi uma das mais ousadas obras de engenharia mundial, em 1884 sob a direção de Soares é concluído o trecho da Serra do Mar, com viadutos de 500 toneladas de ferro construídos sem o uso de máquinas e sob chuvas constantes. A estrada completa sendo inaugurada em 02 de fevereiro de 1885, menos de cinco anos após o início das obras.[3]:6[2]:70-71 A inauguração se deu sob protestos de carroceiros e trabalhadores ligados ao transporte de cargas via tração animal.[2]:70-71

Esta ferrovia é a única ligação ferroviária entre o Porto de Paranaguá e as regiões produtoras do Paraná e do Centro-Oeste do Brasil, e faz parte da malha da empresa de logística Rumo Logística, com trens de carga circulando diariamente. Atualmente não existem mais linhas de transporte de passageiros no trecho Curitiba e Paranaguá, a não ser uma linha turística mantida pela empresa Serra Verde Express[5][6].

A estrada compreende 110 quilômetros de trilho, 14 túneis (restam 13), o maior com 457 metros de extensão, dez estações, [2]:73 e trinta pontes ou viadutos.[3]:7

(Texto extraído da wikipedia - a enciclopédia livre)