sábado, 6 de maio de 2023

A HISTÓRIA DA TRÍPLICE TIARA USADA PELOS PAPAS AO LONGO DO TEMPO


O uso da tríplice tiara, usada pelos papas remonta ao século XIV e o seu significado simbolizava o poder papal, acima de príncipes e reis. O poder dos pontífices era tal que podia tirar os monarcas do trono, como  foi feito ao longo de história. Na Idade Média e tempos posteriores, os súditos de um monarca estavam ligados a ele pelo juramento de fidelidade e somente o papa podia libertá-los desse compromisso, causando a perda do poder por parte dos soberanos.

Existe um episódio famoso,  relatado pela História, (ano 1077), quando o imperador Henrique IV,  do sacro império romano germânico (foto) , foi excomungado e deposto pelo papa Gregório VII. Sua Majestade compareceu, em vestes de penitente, ao Castelo de Canossa, onde o papa se encontrava, com o objetivo de lhe pedir perdão. Mas isso só aconteceu,  depois que o imperador  passou  três dias e três noites, de joelhos,  às portas do castelo, sob intenso frio, sendo, então, perdoado pelo pontífice. 
Oh tempora! oh mores! (Oh tempos, oh costumes) como teria dito o tribuno romano, Marco Túlio Cícero. Transferindo o tempo, essa história, hoje, seria como se o papa Francisco tirasse Wladimir Putin do governo da Rússia, com um simples decreto de excomunhão.


              O imperador germânico, às portas do 
                      castelo de Canossa

Pio XII foi o último papa  a usar e tríplice coroa (foto), abolida pelo papa Paulo VI, que a doou aos pobres da África, arrematada que foi pelos católicos americanos. A seguir também foram encerrados alguns costumes esdrúxulos, como a chamada sede gestatória (foto), um trono no qual o pontífice era carregado nos ombros de seus auxiliares, durante as cerimônias religiosas. Também aboliram um longo manto que era usado pelos cardeais ao serem empossados, manto de púrpura, que se estendia por longos metros pela nave da basílica de São Pedro.

O papa Pio XII, com a tríplice tiara, sendo carregado pela sede gestatória e coberto pelo magnífico manto, abolido pelo papa Francisco

O papa Pio XII era tão cioso de seus poderes, quase imperiais que, segundo alguns autores, na limusine na qual sua santidade viajava, o banco do passageiro fora substituído por uma pequeno trono. 

O papa Francisco, seguindo os princípios do poverello de Assis, tomou atitudes drásticas. Dispensou o sapatinho vermelho usado pelos seus antecessores e, quando um auxiliar foi lhe colocar sobre os  ombros, por ocasião de sua posse, o luxuoso manto, cravejado de pedras preciosas,  ele foi taxativo: "não... o carnaval acabou". Também dispensou o luxuoso apartamento dos papas e foi morar na casa de Marta, uma espécie de hotel para cardeais e bispos, em visita ao vaticano. Ali, ele ocupa um pequeno apartamento, sem nenhum luxo.

Mas, por falar em  coroas, é bom lembrar que Jesus Cristo também usou uma... só que era de.... espinhos.

  

A foto que mostramos é uma relíquia sagrada, guardada há séculos na catedral de Notre- Dame, em Paris, considerada a verdadeira coroa de espinhos que os soldados romanos colocaram na cabeça de Jesus, durante o bárbaro ato da flagelação, a mando de Pôncio Pilatos.