sábado, 1 de outubro de 2016

HOMO HOMINI LUPUS (O HOMEM É O LOBO DO HOMEM)

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Esse provérbio latino explica muito bem como a maldade humana se volta contra o próprio homem. O lobo é um animal esperto e perspicaz que, geralmente, ataca em bandos, com as chamadas alcateias, estraçalhando suas vítimas, principalmente quando está com fome.


A maldade humana se manifesta de maneiras diferentes ao longo da história. Na Bíblia, um dos castigos mais comuns era o apedrejamento, principalmente das mulheres adúlteras, livrando os homens do referido castigo.

Os romanos desenvolveram seus próprios métodos de tortura e morte. Eram as lutas de gladiadores, quando o derrotado geralmente era trucidado ou, então, quando os ditos inimigos eram jogados às feras, para deleite do populacho, como fez Nero com os cristãos. Mas, alguns imperadores tinha seus próprios métodos de tortura para aniquilar seus inimigos. Calígula mandava serrar seus desafetos ou mandava um legionário mutilá-los, lentamente, cortando-lhe os membros, enquanto ele assistia, se banqueteando, acompanhado de suas concubinas. Muitos nobres romanos eram encerrados em jaulas e exibidos à execração pública.

Tibério, outro imperador romano, mandava prender a uretra dos condenados, com um torniquete, e  os obrigava a ingerir grandes quantidades de vinho até estourar-lhes a bexiga, impossibilitados de urinar.

Mas, a crucificação era o método preferido dos romanos para punir os condenados, que ficavam horas a fio padecendo ao relento, sendo atacados por aves de rapina, que lhe arrancavam os olhos e as entranhas. Depois de muitas horas de sofrimento, tinham as pernas quebradas, quando então exalavam o último suspiro. Milhares de escravos da revolta de Spartacus foram crucificados ao longo da via Ápia, onde permaneceram por diversos dias, servindo de exemplo para outros escravos.

Júlio César se gabava de ter mandado matar mais de um milhão de inimigos durante seu governo.

Outros grandes adeptos da tortura foram os cartagineses. Crucificavam seus inimigos ou os empalavam, método pelo qual introduziam uma estaca de madeira através do ânus, mantendo-os vivos por longos períodos, através de um sofrimento atroz. Se a estaca era maior, atingia o coração da vítima e causava-lhe morte instantânea, mas, se era de tamanho menor, o suplício poderia durar horas e até dias. Costumavam também estripá-los, deixando-os presos a postes, com as entranhas à mostra, para que os animais viessem devorá-los.

Os babilônios e assírios também tinham seus métodos próprios de tortura, cortando os membros dos condenados em pedacinhos, enquanto se deliciavam com seus sofrimentos, além do esfolamento de seus corpos.

                                                     
A Idade Média e os tempos que lhe sucederam também foram pródigos em métodos de tortura. Na Inglaterra de Henrique VIII, o método mais comum de execução era a decapitação, sendo depois  o corpo da vítima exposto em praça pública, para exemplos dos demais. Mais tarde, os franceses inventaram a guilhotina.

Na Idade Média havia também o chamado juízo  de Deus. Se houvesse dúvida sobre a culpabilidade de uma pessoa, a mesma tinha mãos e pés amarrados e, em seguida, atirada às águas de um rio. Se conseguisse se livrar das amarras, era considerada inocente, caso contrário morria, condenada pela justiça divina.

No Brasil colônia, dependendo do tipo de crime, os condenados eram enforcados e depois  esquartejados, sendo seus membros expostos em praça pública, como foi feito com Tiradentes.

Mas, quem se esmerou nos métodos de tortura foi a “Santa” Inquisição, pelos quais os suspeitos de heresia eram submetidos a incríveis torturas em seus calabouços. Entre os métodos utilizados pela inquisição, destacam-se o empalamento e o caixão da tortura, quando o condenado era colocado numa jaula de ferro e suspenso a determinada altura, onde ficava por dias a fio, exposto à execração pública. Também tinham uma máquina à qual prendiam mãos e pés do condenado, através da qual eram estirados até arrebentarem, num suplício indescritível. Para punir as chamadas bruxas, arrancavam-lhes os seios com garras incandescentes. Na roda da tortura, os condenados eram colocados sobre a mesma e, enquanto ela girava, o carrasco os espancava com pedaços de metal. Se, com todos esses métodos, os inquisidores não conseguissem a confissão dos acusados, restava-lhes uma última solução: a fogueira, como fizeram com Joana D´Arc. E existia também um método muito usado na Espanha que era o garrote, pelo qual o condenado ficava sentado numa cadeira com uma corda ao pescoço e, através de um dispositivo colocado atrás, o carrasco ia apertando-o, lentamente, até impedir por completo a respiração da vítima

No velho oeste americano, o principal método de execução era o enforcamento e, modernamente, a cadeira elétrica, substituída por um injeção leal, por motivos humanitários.

E o homem moderno, que repudia os métodos antigos de morte e tortura, optou por sistema de execução em massa. Foram os campos de concentração do nazismo, os expurgos de Stalin e Mao Tsé-Tung, os bombardeios de Saddam Hussein contra os kurdos, feitos com gases tóxicos, matando mais de 100.000 pessoas. Isso tudo, sem falar da bomba de Hirochima e Nagazaqui. Hoje, assistimos aos acontecimentos mais incríveis, como as sessões de degola do estado islâmico, os bombardeios da Síria a áreas residenciais e hospitais, matando mulheres e crianças aos milhares, sem falar de centenas de guerras e combates em diversas partes do mundo. Afinal, o homem continua a ser o lobo do homem: Homo homini lupus.

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quinta-feira, 28 de julho de 2016

ISABEL, A DUQUESA QUE FOI EXPULSA DE SEU CASTELO


                                 

Ela é hoje conhecida como Santa Isabel da Turíngia. Viveu no século XIII ( 1207-1231), descendente de uma linhagem nobre por parte de pai e mãe. A Turíngia era um território pertencente ao reino da Hungria.Sua  vida se iniciou como um belo conto de fadas, transformando-se depois num drama de dores e sofrimentos.

Num dia do mês de agosto de 1211, a menina Isabel foi levada pelas estradas de Eisenach, capital da Turíngia, até o  castelo de Wartburgo, onde mais tarde se casaria com  o duque Luís, príncipe herdeiro da Turíngia.  A menina ali cresceu em beleza e sabedoria e o casal viveu dias felizes e de muito amor, com o nascimento de três filhos.

Nesse período, Isabel iniciou um trabalho de assistência aos mais necessitados, distribuindo alimentos aos pobres que se aproximavam dos portões de seu castelo. Tal fato gerou a lenda, segundo a qual, um dia, a duquesa encheu o seu manto de pães e os levava a um grupo de mendigos, quando veio a seu encontro o duque Luís e lhe perguntou o que trazia sob as vestes e ela de pronto respondeu: “Ora, são flores, meu senhor”. E, abrindo o manto, apareceu um belo buquê de rosas orvalhadas, para espanto do marido. A tradição narra o fato como verdadeiro.

Mas o século XIII era um período socialmente muito agitado,  pois milhares de cavaleiros atravessavam a Europa de Norte a Sul, em direção ao Oriente. Era a época das cruzadas. O imperador Frederico II, à frente de milhares de cruzados, se dirigia à Palestina para libertar os lugares santos das mãos dos muçulmanos. O duque Luís não podia se recusar a participar do grande acontecimento. Reuniu seus melhores cavaleiros  e seguiu os passos do imperador, deixando o governo de seu ducado nas mãos de Isabel. Era o ano de 1227.

Depois de devastadoras batalhas na terra santa, O duque Luís foi atingido pela peste, vindo a falecer. Tal fato encheu de dor e sofrimento o coração de Isabel, mas alegrou um grupo de nobres corruptos, todos eles parentes de Luís, que viviam no castelo. Eles, então, organizaram um complô para tirá-la do poder, pois não apoiavam o seu trabalho junto aos pobres e necessitados, fato que a tornara muito querida de todos os seus súditos. Isabel não tinha a quem recorrer, pois os fiéis cavaleiros de seu marido haviam partido com ele para a Palestina e o povo que a amava não dispunha de condições de lutar em sua defesa. 

Confirmada a morte do duque Luís,  os conspiradores acharam que Isabel estava totalmente indefesa e, simplesmente, decretaram a sua expulsão do castelo, juntamente com seus  filhos e damas de companhia.  Do dia para noite, a jovem duquesa se viu jogada ao relento, totalmente desamparada, com a proibição a seus súditos de lhe darem acolhida. Assim, os conspiradores esperavam que ela viesse a sucumbir juntamente com os filhos e damas de companhia. Isabel sofreu com resignação os sofrimentos que lhe foram impostos, mas, finalmente, sob intervenção de seu tio, Otto, bispo de Bamberg, foi recebida pelas irmãs de um mosteiro perto da localidade de Bodestein, cuja abadessa era sua tia.

 Mas, a Divina Providência veio em socorro da duquesa. Muitos dos cavaleiros que acompanharam o marido à terra santa, retornaram, trazendo os ossos  de seu marido para serem sepultados no ducado de Wartburgo e ficaram estarrecidos ao tomarem conhecimento dos fatos que aconteceram em sua ausência. Os conspiradores foram derrotados e Isabel retornou a seu castelo, para alegria de seus numerosos súditos. Então, ela tomou uma decisão drástica, abdicando  do poder e delegando a nobres de sua confiança a gestão dos negócios de estado até a maioridade de seu filho mais velho, de nome Hermann e  resolveu dedicar sua vida inteiramente aos necessitados, tornando-se uma lenda viva entre os povos da região. Com recursos deixados pelo marido, construiu um hospital e desenvolveu um intenso trabalho em prol dos mais necessitados, vivendo ela própria na mais extrema pobreza, morando numa humilde choupana, longe do fausto de seu antigo castelo, Tempos depois de seu exílio e sofrimento, ingressou na Ordem Terceira Franciscana, seguindo o exemplo de São  Francisco de Assis, sendo hoje patrona dos membros dessa irmandade. Isabel faleceu com a idade de apenas 24 anos.

A atuação de Santa Isabel,  à época,  pode ser comparada a de nossos dias, com aquela desenvolvida pela Madre Tereza de Calcutá, face à dedicação da jovem duquesa  aos pobres, doentes e necessitados, razão pela qual foi canonizada pelo papa Gregório IX em 27 de maio de 1235, ou seja, apenas 4 anos após a sua morte.

Em tempo: No ano de 1954, o autor deste blog escreveu uma peça teatral intitulada: A Canção dos Indigentes, peça essa sobre a vida de Santa Isabel da Turíngia e que foi encenada nas cidades de Curitiba e Petrópolis sob o patrocínio dos membros da Ordem Terceira Franciscana das respectivas cidades. Na cidade de Petrópolis, a peça foi encenada pelo grupo Teatro Experimental Petropolitano (TEP), que fez 10 apresentações, sempre com casa cheia.

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