sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O PRESENTE DE NATAL, INUSITADO, QUE O ESCRITOR PAULO SETÚBAL DEU PARA SUA FILHA

 


Paulo Setúbal é um escritor curioso de nossa literatura, tendo em sua vida duas fases distintas. A primeira dominada pela incredulidade. A segunda de fé e espírito cristão. Seu livro Confiteor é a história de suas lutas espirituais, até chegar ao caminho da verdade. O seguinte episódio é narrado por ele, neste livro.
"A felicidade veio com suas leves asas de seda, tecer, silenciosamente, o seu ninho fofo, renovado, mas humilde. E aí vive. Mas que felicidade diferente da felicidade que o mundo sonha. É uma felicidade estranha. Felicidade que os homens, correndo atrás de delícias e voluptuosidades, nem sequer suspeitam que existe."
Exatamente, por essa época, o escritor tinha um livro pronto para publicação, um livro que não primava pelo conteúdo moral. A filhinha do escritor estava doente e falou:
- "Não sei porque, papai. Não sei. Mas olhe: há uma coisa aqui dentro, aqui bem dentro (e a menina punha mão com força no coração) que me diz desde ontem que papai não deve publicar aquele livro."
E a criança fez a seguinte proposta ao pai, pois era a festa de Natal.
- Papai, você poderia me dar como presente de Natal a destruição do livro...
- " Você ganhou o presente de Natal. Papai  vai rasgar o romance".
Eis a confissão do escritor: "Custou-me fazer aquele gesto. Custou-me rudíssimo combate, mas eu, afinal, o fiz e venci a mim mesmo. Triunfei. Aquela pouca cinza portanto, aquilo que foi, filha, seu desenxabido presente de Natal, não significava o resto inútil de um romancezinho sem valor. Significava muito mais. Significava, isto sim, que o homem velho, aquele afrontoso homem que havia dentro de mim, tão custoso de arrancar, morrera na labareda que devorara o meu livro. Morrera, filha. O homem novo vencera-o. E havia renascido em espírito".



Maria Teresa, a filha de Paulo Setúbal, que o convenceu a queimar um livro. Ela 
faleceu aos 14 anos, com fama de santidade.

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sábado, 10 de dezembro de 2022

UMA SINFONIA DE BEETHOVEN CHAMADA NAPOLEÃO. EXISTE?

 


Quando Beethoven compôs sua 3a. sinfonia, ele pensou em dar a ela o titulo de SINFONIA NAPOLEÃO. Por quê? Porque ele admirava os ideais da revolução francesa, expressos no slogan: Liberdade, igualdade e fraternidade. Muito bonito, aliás. Mas quando Napoleão deu o golpe e se autonomeou primeiro cônsul e, depois imperador, o compositor alemão mudou de ideia e chamou a sua bela sinfonia de HERÓICA, nome pelo qual ela é conhecida até hoje.

Um fato curioso aconteceu durante a coroação do imperador francês. Napoleão convidara o Papa Pio VII para vir a Paris e presidir a cerimônia de sua coroação. Na cerimônia tradicional, o indivíduo a ser coroado, ajoelhava-se diante da autoridade religiosa, que colocava a coroa em sua cabeça, simbolizando a subordinação do poder temporal ao poder espiritual, representado por um membro da Igreja. Mas, para espanto do papa e do público presente, Napoleão arrancou a sua coroa das mãos do pontífice e a colocou na própria cabeça. Minutos antes, ele própria coroava a imperatriz Josefina, sua esposa. Com esse comportamento, ele queria dizer: conquistei o poder e sou o dono do próprio nariz. Era o dia 2 de dezembro do ano de 1804.



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