quarta-feira, 17 de agosto de 2022

POR QUE O AGRONEGÓCIO É O SETOR MAIS IMPORTANTE DA ECONOMIA BRASILEIRA?

                                                 


                                      

Em tempos passados, quando a agricultura brasileira alcançou  a cifra de 50 milhões de toneladas de sua produção anual, o país comemorou, a imprensa deu destaque, as autoridades ficaram eufóricas. Hoje, o quadro é outro. A nossa produção agrícola é de 265,9 milhões de toneladas, uma das maiores do planeta.
As projeções são de uma produção de 333 milhões de toneladas até 2030. 

O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do planeta. Seus produtos chegam  a 190 países. Somos grandes produtores de soja, milho, café, algodão, amendoim, frutas e de dezenas de outros produtos.





Brasil é dono do maior rebanho bovino do planeta, com 215 milhões de cabeças e as exportações de carne chegam a dezenas de países. Mais de 15 raças de bovinos encontram condições de desenvolvimento no Brasil, tanto na pecuária de corte, quanto na produção leiteira




 O nosso rebanho de suínos também tem grande importância na economia do país, com 41 milhões de cabeças, com exportações para 190 países. Os Estados do Sul do país se destacam como os maiores produtores.



O que o que dizer da produção avícola do Brasil? Ela é extraordinária. Calcula-se que a produção de ovos, atualmente, seja de 56 bilhões de unidades por ano, sendo que cada brasileiro consome 251 unidades no mesmo período. Ovos e carne de frango tem sido a salvação da população mais pobre do país, em épocas de grandes dificuldades econômicas. O Brasil é o segundo produtor e o maior exportador de carne de frango do mundo.

O Brasil possui infindáveis recursos naturais, como terras próprias para a agricultura, com vastas áreas planas, que facilitam a mecanização. Temos, também, a maior reserva de água doce do planeta. O país  dispõe de alta tecnologia, com destaque para o trabalho da Embrapa, que tem uma equipe de técnicos da mais alta relevância para o agronegócio.

O Presidente da República disse, recentemente, que o Brasil tem capacidade de alimentar 1 bilhão de pessoas em todo o planeta. A pergunta que se faz é a seguinte. Com tanta riqueza, porque ainda temos 33 milhões de pessoas que passam fome em nosso país? A conferir!!!






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domingo, 7 de agosto de 2022

HISTÓRIAS QUE MARCARAM A INFÂNCIA DO MENINO TROPEIRO




Os colonos italianos e suas tradições

A seguir, estou publicando um capítulo de meu livro Menino Tropeiro, com lembranças e recordações de outros tempos, que marcaram a minha infância, tempos que não voltam mais.

"A população de Cerro Negro quando para lá nos mudamos naquele ano de 1935 era constituída de pequenos e grandes proprietários de terra de origem brasileira, mas também tinha muitos italianos, dedicados ao comércio, à agricultura e à criação de suínos e de pequenos animais.

No início do ano de 1936, começaram as aulas na escola estadual e meu pai me matriculou no primeiro ano do primário. Uns cinquenta alunos faziam parte das quatro turmas do primeiro ao quarto ano e eles tinham aulas simultaneamente com um único professor. Ele se desdobrava para ensinar coisas diferentes para alunos de níveis diversos. Assim, enquanto alfabetizava o primeiro ano, passava lições para as outras séries. Algumas matérias, como história do Brasil, eram ministradas simultaneamente a todas as turmas.

Cada aluno recebeu o livro da respectiva série e também uma lousa, onde deveria escrever as lições e fazer os exercícios, pois naqueles tempos quase não se fazia uso de cadernos. Papel era um luxo para as pequenas escolas do interior. Cada aluno carregava, preso à lousa, um vidrinho  com  água e  um pano, que  molhava, e com  o qual apagava as lições anteriores. Mas, se acabasse a água, uma cusparada também resolvia o problema desde que, naturalmente, o ato não fosse presenciado pelo mestre.

Com tão grande número de alunos, a disciplina se fazia imperiosa, razão para o uso da palmatória, depois abolida de todas as escolas do país. De acordo com a gravidade da falta, o aluno recebia um determinado número de bolos como eram chamadas as batidas cadenciadas sobre a palmas de suas mãos.

Os alunos que frequentavam a escola estadual vinham do povoado e da periferia. Alguns moravam em sítios e fazendas e faziam um longo percurso até a escola, usando as próprias pernas ou, então, vinham a cavalo. O povo da região valorizava o ensino dos filhos e não media  sacrifícios para que  estudassem,  embora muitos deles ajudassem nas tarefas do campo ou nos cuidados com o gado nas fazendas. À época das colheitas, muitos alunos faltavam às aulas, pois precisavam ajudar os pais para os produtos não se perderem nas lavouras.

Pouco a pouco meu pai estabeleceu relações com o povo do lugar e as pessoas o procuravam para resolver diversos problemas. Passou a ser convidado a visitar residências e fazendas, onde lhe dispensavam acolhida respeitosa. Mantinha também boas relações com a comunidade italiana local, que tinha algumas tradições curiosas, como a passarinhada e a batida surpresa.

A passarinhada se realizava em determinado dia e consistia num grande almoço, cujo prato principal era uma macarronada, acompanhada da carne de pequenos pássaros. Dias antes, os garotos saíam pelos matos atrás de todo tipo de passarinho, que abatiam com suas fundas certeiras. Caçavam centenas de pássaros, depois depenados e cozidos, servidos com macarrão, acompanhados de vinho. A primeira vez que minha família participou desse almoço, senti repugnância e não comi. Certamente, hoje, tal costume seria abominado pelos ecologistas, mas os tempos eram outros.

A batida surpresa era outro curioso costume dos italianos e que consistia  no seguinte: quando um membro da comunidade, de poder aquisitivo razoável, fazia aniversário e deixava a data passar em brancas nuvens, sem convidar os amigos para um almoço ou jantar ou mesmo para umas canecas de vinho, o pessoal aguardava a chegada da noite, quando ele e a família já estivessem dormindo. Aproximavam-se em silêncio da residência, momento em que alguém batia à porta, enquanto rojões estouravam no céu e as sanfonas tocavam músicas típicas italianas. Todos gritavam o nome do aniversariante e lhe davam os parabéns.

Enquanto se fazia grande algazarra em frente à casa da vítima, um grupo de homens invadia os fundos da residência, atrás de galinhas, patos ou perus, que eram levados até a cozinha, onde as melhores cozinheiras do povoado os preparavam para o grande jantar em honra do homenageado. Corriam também até as adegas e traziam garrafas ou pequenos barris de vinho, enquanto o povo, dentro da casa, dançava animadamente. O ponto alto da comemoração era o jantar, durante o qual se faziam discursos e se levantavam brindes em honra do dono da casa que, na maioria das vezes, ainda em trajes de dormir, assistia a tudo atordoado, acompanhado de seus familiares.

Entre a gente nativa da região existia também um costume singular. Uma noite, dormíamos tranquilamente em nossa casa, quando fomos acordados por orações e cânticos, acompanhados do ruído de matracas à porta da escola. Minha mãe acordou assustada e perguntou a meu pai o que aquilo significava e ele respondeu:

– Fiquem todos quietos, porque se trata de uma cerimônia de encomendação das almas.

– Mas o que isso significa?

– Em noites da quaresma, o povo  se  reúne no cemi-tério e dali partem grupos de homens, mulheres e crianças. Visitam as casas e cantam e rezam pelas almas. As pessoas da casa devem ficar em silêncio e só abrir as portas depois do fim da cerimônia. Aí, sim, podem receber os visitantes e lhes oferecer um café ou coisa parecida.

E assim, aconteceu lá em casa. Dona Lina correu para a cozinha, fez um café, cortou fatias de pão e levou tudo até a escola, onde os visitantes noturnos aguardavam em silêncio. Depois que terminaram de comer, se retiraram e foram atrás de outras residências do povoado, repetindo o mesmo cerimonial de cânticos e orações pelas almas sofredoras. Confesso, aquela cerimônia noturna tinha qualquer coisa de misterioso e impressionava as pessoas visitadas.

Minha mãe, uma mulher muito religiosa, se comoveu com a cerimônia e comentou o assunto com meu pai. Ele, então, observou que o ritual das almas se repetia em outras povoações da região e também em outras localidades do país. Trata-se, completou, de uma tradição oriunda na religiosidade portuguesa e é celebrada durante a quaresma e também no dia de finados.



O livro Menino Tropeiro, de autoria do autor deste blog, foi aprovado pela Lei Rouanet, mas, infelizmente,  o autor não teve condições de procurar patrocinadores para a publicação da obra, em razão de uma grave doença de sua esposa, que veio a falecer, tendo se esgotado o prazo para a conquista de patrocinadores. Isso, entretanto, não impede que você leia o livro, uma vibrante narrativa que se passa nos anos 30 e 40, no Planalto catarinense, considerada muito especial, por especialistas. Pela lei Rouant, a edição do livro era para ser distribuída em escolas, mostrando aos jovens de hoje como era o ensino da época, em que os alunos do interior, não tinham cadernos, mas uma lousa, onde faziam as lições, não tinham  condução, nem alimentação nas escolas. Se cometiam uma falta, eram submetidos à tortura da palmatória, depois abolida pelo governo de Getúlio Vargas. Estudavam na parte da manhã e à tarde pegavam uma enxada e iam para a roça, para ajudar os pais no cultivo da terra. Eram outros tempos, com a grave crise proporcionada pela guerra. 

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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

IRMÃO CARMELO, UM DOS 25 PERSONAGENS INTERPRETADOS POR JÔ SOARES NO PROGRAMA VIVA O GORDO

 

Irmão Carmelo era um curioso vigário, numa paróquia sui generis, na qual ele tinha Batista como seu principal auxiliar. "Cala a boca, Batista" era um constante refrão no convívio dos dois personagens. Era Batista, inclusive, quem marcava os casamentos, mas a reposta do irmão Carmelo era negar aos nubentes o direito de se casarem na referida paróquia, porque ele alegava: casa, descasa, casa, descasa. E, então, eu não caso!

Num determinado domingo, irmão Carmelo fez um contundente sermão sobre os jogos de azar, que tantos prejuízos causavam às famílias e aos praticantes do diabólico vício. Falou dos estragos causados aos cidadãos e ao país, com a destruição dos lares e perda de renda para todos, inclusive para a sua paróquia.

No final do sermão, com voz embargada pela emoção, ele convidava os paroquianos a participarem da TÔMBOLA (1)  que se realizaria, a seguir,  no salão paroquial, cuja renda se destinava às obras sociais da paróquia.


  1. Tômbola é jogo de azar que consiste num tabuleiro com várias cavidades de cores diferentes e que se pratica acionando um dispositivo que impele uma esfera de marfim para uma dessas cavidades; ganha o jogador que previamente escolheu a cor da cavidade onde a esfera se deteve.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

A FASCINANTE HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE, NO MÉXICO

 


A Virgem de Guadalupe aparece na colina de Tepeyac em 1531 para um indígena que passava por aquela área. O índio Juan Diego ouviu o chamado no canto dos pássaros e se aproximou para ver quem o chamava. Dias atrás, ele tinha sido batizado e era tanta sua dedicação a Deus que a Virgem o escolheu para lhe dar uma missão. O pedido da Virgem era simples, ela queria que um templo para a adoração de Deus fosse erguido naquele lugar. Juan Diego não teve problemas em cumprir a ordem de Maria, então ele foi à paróquia falar com o bispo.

Em duas ocasiões, ele só encontrou negativos por parte do bispo. Sendo necessária a intervenção da Virgem, dando três milagres como prova.

O primeiro foi a cura do tio de Juan Diego.

O segundo milagre foi cultivar flores na época do inverno. Porém, o mais peculiar é que elas eram únicas em sua espécie e não cresciam naquela região. A virgem ordenou que Juan Diego as cortasse e levasse ao bispo.

Ao mostrar as flores, Juan Diego as deixou cair e em seu manto apareceu a imagem da Virgem. Este último milagre ocorreu em 12 de dezembro d1531, desde então é a data em que se comemora a aparição da Virgem de Guadalupe.

Devoção à Virgem de Guadalupe

A devoção à Virgem de Guadalupe começa no mesmo dia em que se manifestou na túnica de Juan Diego, em 12 de dezembro de 1531. O bispo, ao observar que todas as histórias do índio sobre a colina de Tepeyac eram verdadeiras, não hesitou em ser o primeiro a venerar a Virgem.

No início era uma pequena capela bem próxima à colina. E ao longo dos anos, a Basílica da Virgem de Guadalupe foi construída ao lado do local das aparições.

Uma pequena cabana foi construída na colina de Tepeyac, que funcionava como uma capela para a adoração da Virgem. Durante o percurso alguém disparou uma flecha, ferindo gravemente um homem. Ele foi colocado na frente da imagem e imediatamente curado diante dos olhos de todos.

Outro grande milagre ocorreu durante a peste de 1554, que matou mais de 12 mil pessoas. Mais uma vez os fiéis imploraram à Virgem Morena e a peste desapareceu. Em 1633 veio a coqueluche, uma nova epidemia que devastou o México.

Mas as súplicas do povo devoto levaram a colocá-la em procissão pelas ruas mais afetadas. No mesmo dia, a epidemia acabou.

Algo muito semelhante aconteceu em 1737, quando a febre tifoide estava matando pessoas em massa. Devido à angústia, em 23 de maio ela foi nomeada como padroeira da nação e a partir disto não houve mais mortes.

Finalmente, o milagre que o povo mexicano mais se lembra foi o de 1921. Dentro da Basílica, uma bomba foi colocada no lugar onde a imagem estava. A explosão destruiu parte da Basílica, mas a imagem não sofreu nenhum dano.

A Virgem de Guadalupe foi nomeada pelo Vaticano como Padroeira e Rainha das Américas, dada a sua crescente disseminação de fé para diferentes países do continente.

Por outro lado, como um presente adicional pela graça de Deus, em 12 de dezembro de 2002, o Papa João Paulo II reafirmou sua divina aparição na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, no México. Para então elevar Juan Diego Cuauhtlatoatzin a condição de Santo.

(texto extraído da Internet)



                     O manto do milagre está exposto  na basílica de Guadalupe, a segunda mais visitada no mundo, sendo a primeira, a Basílica de São Pedro, no Vaticano, em Roma.