sábado, 24 de fevereiro de 2024

ISABEL, A PIEDOSA PRINCESA QUE LIBERTOU OS ESCRAVOS NO BRASIL


                   
 
 O nome de batismo da princesa Isabel era: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga. Era a herdeira do trono imperial de D. Pedro II e sua filha mais velha, pois dois filhos do imperador morreram ainda na infância.

Isabel, na juventude, se dedicava ardorosamente aos estudos, chegando a estudar durante grande parte do dia. Na ausência do pai, ficava responsável pelo governo, pois o imperador gostava muito de viajar. E foi   numa dessas ausências do imperador que Isabel enviou ao parlamento brasileiro a Lei Áurea, que libertou os escravos brasileiros, atendendo aos anseios de uma grande parte da população, pois o Brasil era um dos últimos países a acabar com a escravidão. Entretanto, uma parte da população, formada principalmente por senhores de terras, era contra, pois a agricultura brasileira dependia integralmente do trabalho escravo.

Ao ser aprovada a lei no congresso, o barão de Cotegipe falou para a princesa:" Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu um trono". E foi o que aconteceu. Entretanto, personalidades do mundo inteiro aplaudiram o ato da princesa, destacando-se o papa Leão XIII, um grande defensor do fim da escravidão em diversos países, que lhe enviou a rosa de ouro, uma premiação do Vaticano para pessoas que se destacaram em prol dos direitos humanos. Junto com a rosa, enviou uma carta, exaltando o ato da princesa que, anteriormente, criara a Lei do Ventre Livre, libertando os filhos de escravos que deveriam nascer livres.

Isabel era conhecida pela sua religiosidade, sendo uma grande devota de Nossa Senhora Aparecida, chegando, em certa ocasião se dirigir à cidade de Aparecida, pegar uma vassoura e varrer o templo da santa. E existe uma mensagem que ela dirigiu a Mãe de  Jesus, em outra oportunidade,  dizendo o seguinte: “eu diante de vós, sou uma princesa da terra e me curvo, pois és rainha do céu, e te dou tão pobre presente que é uma coroa que seria igual a minha e se eu não me sentar no trono do Brasil, rogo que a senhora se sente ..." 

                     

Junto com a mensagem estava uma réplica de sua coroa, toda de ouro e incrustada com diamantes e rubis (foto). Com a coroa, ela também entregou um manto para a imagem de Nossa Senhora. Essa coroa é usada pela imagem até nossos dias, como vemos na foto que segue.

 

                                   

 A fama de Isabel junto ao povo brasileiro era tão grande que chegaram a pleitear junto à Igreja Católica que ela fosse canonizada, fato que não aconteceu, embora ela tivesse recebido por parte de muitos prelados dessa mesma igreja apoio para a libertação dos escravos.

 Isabel seguiu para o exílio junto aos outros membros da família imperial, nunca regressando ao país. Foi residir na França com sua família. Faleceu com idade de 75 anos no ano de1921. Seu corpo hoje jaz no mausoléu da catedral de Petrópolis, junto aos corpos de outros membros da família imperial, como D. Pedro II e sua mulher Tereza Cristina e o  marido de Isabel, o Conde D´Eu 

               
Missa  campal no Rio de Janeiro celebrando a aprovação da Lei Áurea que libertou os escravos.


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

DOM PEDRO II E A TENTATIVA DE ACABAR COM AS ORDENS RELIGIOSAS NO BRASIL



  • "Na época do Segundo Império, em 19 de maio de 1855, D. Pedro II decidiu golpear as Ordens Religiosas caçando as licenças concedidas para a entrada de noviços na ordem dos franciscanos. Foi uma ação da política religiosa do Segundo Império, para fustigar a Santa Sé e dar fim ao problema da concordata que o governo imperial iria propor. Apesar da afronta temos a paciência de compreender não ter tido D. Pedro II uma infância feliz e, talvez isso seja um reflexo de sua carência de infância que acabou refletindo na sua idade avançada. Ficou órfão de mãe com 1 ano de idade e criado sem a presença do pai desde os cinco anos. D. Pedro I, libidinoso, não foi um pai presente ocupado com outros prazeres da vida, apesar de ter tido como tutor frei Arrábida.
  • Pedro II, foi educado por um tutor culto, José Bonifácio, mas não tão religioso. Desde os 14 anos, assumiu o trono com a abolição da regência, sofrendo ainda a saudade permanente do pai, amenizada com o toque de suas mãos na mecha de cabelo de seu genitor enviada de Lisboa para aliviar a lembrança a pedido do filho.
  • Foi um golpe nas Ordens Religiosas e uma injustiça pois o Governo Imperial nunca entrou em acordo com a Santa Sé, nem tentou semelhante ato. Desde que se estabeleceram nas províncias do Sul os franciscanos jamais negaram sua colaboração ao governo e ao povo. Percorreram o interior e o litoral das províncias do Sul, levando com fadigas a assistência religiosa e a catequese dos índios. No fim do século XVII seus missionários eram em maior número, quando comparado às demais Ordens Religiosas juntas. O ensino primário estava presente em todos os conventos, sem falar no apoio do ensino superior. Serviram na paz e na guerra, já que o governo recorria aos franciscanos ceder capelães para as fortalezas e navios. Serviram nos hospitais, leprosários, na assistência aos condenados à forca, nas aldeias e até em fazendas, após a expulsão dos jesuítas. Aliás, o próprio D. João VI teve um capelão franciscano durante vários anos na fazenda de Santa Cruz.
  • Incomodado com a situação que perdurava, o benemérito Frei Fidelis d’Avola aproveitou a cerimônia de beija-mão para inquirir o imperador D. Pedro II pelo desafeto a Deus. Afinal, Deus recomendou e a própria Igreja solenemente aprovou.Majestade, rogo que seja franqueado de novo o noviciado. O imperador responde
  • -Qual o quê? A época dos frades já passou.
  • O frade retorquiu:
  • – Majestade, não diga assim, porque por aí também andam a dizer que já passou o tempo das cabeças coroadas.
  • Pedro II não gostou. Mas o frade foi profeta e o imperador foi destituído quando da implantação da Republica."
  • Colaboração: Ubirajara de Carvalho (Membro do Apostolado da Oração).


  • Com o decreto do imperador, a situação dos franciscanos no Brasil se tornou insustentável, pois seus membros foram morrendo e quando o último frade desaparecesse, o governo se apropriaria de todas as suas propriedades no Brasil. Eram igrejas, conventos, escolas, hospitais,  terras por todo o país. A província da Imaculada Conceição com diretoria no convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro (foto) ficou reduzida a um único frade, de nome frei João do Amor Divino Costa (foto). Embora esse convento, fundado em 1608  tenha desempenhado um papel importante, nos movimentos da independência do Brasil, pois era ali que D. Pedro I se reunia com os conspiradores, agora era um imenso prédio vazio.

  • Com o fim da  proibição de D. Pedro II  com relação a admissão de noviços nas ordens religiosas,  os superiores franciscanos entraram em contato com a Santa Sé e uma província franciscana da Saxônia, na Alemanha, resolveu mandar ao Brasil, quatro frades, que chegaram aqui em julho de 1891e deram início à reestruturação da província da Imaculada Conceição, hoje presente em vários estados brasileiros.







quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

PREVISÃO DE GRANDE CATÁSTROPE PARA O PLANETA E AS SEMENTES DO FIM DO MUNDO QUE ESTÃO NO COFRE DO APOCALIPSE

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  •  A possibilidade de uma terceira guerra mundial é um fato incontestável. Nostradamus e outros videntes, como Baba Vanga, já o previram. E aí estão os acontecimento diários que confirmam essa tese. Os países investem fortunas incríveis na fabricação de armas. Os arsenais atômicos crescem a cada dia. Um cientista afirmou que as bombas atômicas de hoje, se comparadas com aquelas de Hiroshima e Nagasaki, as primeiras seriam meros fogos de artifícios frente ao potencial das atuais, presentes nos arsenais atômicos das diversas potências. Quem garante que um governante insano (e temos diversos deles em muitos países) não aperte o botão atômico e desencadeie um conflito nuclear.
Uma explosão nuclear causaria a morte de milhões, com prejuízos incríveis ao meio ambiente, inclusive à produção agrícola, sendo responsável pela fome em escalas jamais vistas. Além disso, outras calamidades naturais, também podem acontecer, extirpando milhões de hectares de terras agricultáveis. Diante dessa possibilidade aterrorizante, diversos países revolveram construir o cofre das sementes do fim do mundo. Ele foi construído na Noruega, financiado integralmente por aquele país. Ele fica numa ilha, em região com temperaturas permanentes abaixo de 30 graus, o que garante a conservação das sementes por tempo indeterminado.



O cofre do fim do mundo, também conhecido como cofre do apocalipse, foi criado em 2008 e  guarda mais de um milhão de sementes, enviadas por diversos países, inclusive o Brasil e já foi a salvação de um região da Síria, na cidade de Alepo que, durante a revolução naquele país, transferiu para o banco ds Noruega milhares de sementes produzidas na região, com perigo de destruição das mesmas.

O acesso ao  cofre é restrito e só pessoas credenciadas podem nele entrar. Além do mais, a região localizada no ártico é de acesso muito difícil, o que permite maior segurança para o mesmo.












terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

CADA TERRA COM SEU USO, CADA ROCA COM SEU FUSO *




O texto que segue foi extraído do livro Menino Tropeiro, de autoria do autor deste blog e mostra as  discrepâncias alimentares entre o campo e a cidade, na década de trinta, no Planalto catarinense. Para ler O MENINO TROPEIRO, acesse amazon.com.br

"Ainda com relação a carnes, meu pai foi protagonista de outra história curiosa. Ele estava numa fazenda próxima, onde o fazendeiro e alguns peões carneavam um boi, como se falava na região. Ao término da tarefa, pegaram o fígado do animal, cortaram-no em pedaços e deram tudo para os cachorros. Meu pai, um homem da cidade, não entendeu a razão daquela extravagância e falou para o fazendeiro:

– Por que deram o fígado do boi para os cachorros, seu Libório? De onde eu vim, dele se fazem bons bifes.

– Professor, aqui, nós só comemos a carne do boi. Ninguém come fígado...ele só serve mesmo para os cachorros.

Algum tempo depois, minha mãe estendia roupas no varal, no quintal da casa, quando uma pequena carreta parou no portão e o homem da boleia gritou para ela:

– O professor Heitor está?

– Está sim. Quem quer falar com ele?

– Eu trouxe um presente para ele, lá da fazenda do seu Libório.

Minha mãe entrou em casa e chamou meu pai, que veio falar com o visitante. O homem desceu da carreta  e  arriou  dela  um  saco manchado de sangue. Era o fígado inteiro de um boi, pesando alguns quilos e dava para se fazer dele uma centena de bifes. Comentando com minha mãe o episódio, seu Heitor resumiu o assunto com o provérbio: “Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso."      

         

 
*Fuso é um instrumento de fiar, roliço e pontiagudo, em que se enrola o fio torcido à mão, até formar a maçaroca. O fuso é usado junto com a roca, e esta é uma espécie de vara onde se enrola uma substância  fiada, como vemos com a mulher da foto.