Isaac Lichtenstein foi um rabino respeitado na Hungria. O antissemitismo em seu país o impulsionou a examinar o Novo Testamento. Ele ficou fascinado por aquilo que leu e encontrou o verdadeiro judaísmo. Ele decidiu permanecer entre seu próprio povo e ensinar-lhes que Jesus é o Messias.

Como você se atreve?

Antes de fazer vinte anos de idade, Isaac Lichtenstein já era rabino. Após um ministério de vários anos e em vários municípios no Norte da Hungria, ele se mudou para Tapiószele. Lá, ele serviu à comunidade judaica local continuamente por cerca de 40 anos.
Um dia, no início de sua carreira, um professor de uma escola judaica mostrou, casualmente, ao Rabino Lichtenstein uma Bíblia em alemão. Enquanto o rabino virava as páginas, o seu olhar recaiu sobre o nome de “Jesus Cristo”. Furioso, ele jogou a Bíblia ao outro lado da sala, onde ela caiu por trás de uma pilha de outros livros. “Como você se atreve a ter semelhante livro?!”, acusou Isaac ao professor, que não estava ciente de mal nenhum. Surpreendentemente, a Bíblia permaneceu trinta anos no mesmo lugar, esquecida sob uma espessa camada de poeira.

Antissemitismo e o Novo Testamento

Muito tempo depois, durante uma feroz onda de antissemitismo na cidade de Tiszaezlár, na ribeira do rio Tisza, treze judeus foram jogados na prisão. Eles foram acusados de ter matado uma menina cristã e de usar seu sangue para fins rituais. Como sempre, esta acusação satânica era falsa e infundada.
No entanto, este incidente levou o rabino Lichtenstein a desconfiar de que deveria haver algo nos ensinamentos do Novo Testamento, que alimentasse a inimizade contra os judeus. Enquanto ele procurava entre os seus livros, ele encontrou a Bíblia alemã, que ele, fazia 30 anos, a tinha jogado longe furiosamente. Ele pegou o livro. Todo tipo de lembranças passaram como um flash através de sua cabeça, experiências amargas e angústia que, desde sua infância, tinha sofrido nas mãos de pessoas que se dizem cristãs.
Não foi à toa, então, que o rabino Lichtenstein chegou à conclusão de que o próprio Cristo deva ter sido a praga e a maldição que atingiu os judeus. É notável, portanto, que o crime contra os judeus em Tiszaezlár, onde muitos abusaram do nome de Cristo como uma cobertura para as suas práticas, tenha motivado o rabino a ler pela primeira vez o Novo Testamento.

Novo, porém familiar

Hesitando, Isaac Lichtenstein abriu o livro, virou as páginas e o leu. “Fiquei imediatamente cativado pelo poder e riqueza do que estava escrito em um livro que antes esteve “selado” para mim. Tudo parecia tão novo, porém tão familiar também. Era como se um bom amigo tivesse tirado as roupas de viagem desgastadas e aparecesse em trajes de festa, como um noivo em seu terno de casamento”. Lichtenstein só pôde chegar a uma conclusão: “Jesus é o Messias!”
Durante alguns anos o rabino Lichtenstein manteve a sua descoberta escondida em seu coração. No entanto, após algum tempo, em sua sinagoga ele começou a pregar coisas novas, as que não apenas interessaram à sua audiência, mas que também a surpreenderam. Com o tempo, o rabino já não podia se conter. Um sábado ele pregou a respeito dos sepulcros caiados, e admitiu abertamente que ele tinha tomado o seu tema do Novo Testamento. Em seguida, ele falou livremente acerca de Jesus como o Messias, o Salvador de Israel.
Pouco tempo depois, o rabino Lichtenstein compartilhou suas ideias contidas em três publicações que causaram grande preocupação entre os judeus, não só na Hungria, mas em toda a Europa. E não foi à toa! Ali estava um ancião e respeitável rabino, ainda exercendo as suas funções, mas, ao mesmo tempo, chamando as pessoas a se reunirem sob a bandeira de Jesus de Nazaré.

O verdadeiro judaísmo

Como esperado, desencadeou-se sobre ele uma tempestade de protestos. Lichtenstein, que era considerado como um dos mais respeitados líderes e professores, passou a ser descrito como “uma desgraça”, um apóstata que se vendeu aos missionários. Ele teve de comparecer perante o rabinato em Budapeste. Lichtenstein continuou firme. Ele explicou ter encontrado no Novo Testamento o verdadeiro judaísmo, e por isso decidiu ficar com sua congregação. Apesar da calúnia e perseguição, que foram desencadeadas sobre ele, o rabino não parou de ensinar e pregar a partir do Novo Testamento. Às organizações cristãs que procuraram seus serviços, ele respondeu: “Eu vou ficar entre o meu próprio povo. Eu amo o Messias, acredito no Novo Testamento; mas não me sinto atraído pelo cristianismo.” Ele permaneceu entre os seus irmãos, para apresentar-lhes a Jesus como o verdadeiro Messias de Israel. Por mais de vinte anos, Lichtenstein testemunhou em muitas partes da Europa a verdade no Messias.

Permanecendo na brecha

Perto do fim de sua vida, os anos de incompreensão e hostilidade deixaram marcas profundas em sua vida. No entanto, o seu espírito continuava forte e jovem. “Meus irmãos judeus amados”, escreveu ele, “eu atingi a idade de oitenta anos. Enquanto os outros da minha idade colhem com alegria o fruto do seu trabalho, eu estou sozinho, porque levantei minha voz em exortação. Tornei-me alvo dos escarnecedores, que me apontam com o dedo. Mas enquanto eu viver eu ficarei na brecha, mesmo caso eu ficar ali sozinho. Vou continuar a ouvir a Palavra de Deus e a esperar com ansiedade o Seu retorno em Sião. Israel vai encher o mundo com o seu grito de alegria: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”




Papa Francisco visitando uma Sinagoga judaica



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