quinta-feira, 19 de novembro de 2020

FUI COLEGA DE FACULDADE DO BICHEIRO CASTOR DE ANDRADE




Em 1965, eu estudava direito na Faculdade Nacional de Direito, situada no Largo do Caco, próxima à Praça da República, no Rio de Janeiro. Foi um ano muito tumultuado face à situação política da época, gerada pelos governos  militares e agitação nos meios estudantis.

Eu estudava na turma da noite e entre meus colegas havia um jovem bem apessoado, vestindo ternos requintados, da última moda. Chegava à faculdade num belo carro, trazido por um motorista particular, que ali o aguardava até o final das aulas. Em determinadas ocasiões, mandava o referido motorista levar professores até suas residências, gentileza que, certamente, o favorecia no curriculum acadêmico. 

Era um jovem simpático e bem falante, que  se relacionava bem com os colegas, aos quais costumava exibir um belo revólver, com cabo de madrepérola, arma que sempre o acompanhava. O nome do colega: Castor de Andrade, filho de Eusébio da Andrade, famoso bicheiro do Rio de Janeiro. 

Castor de Andrade não se envolvia nos movimentos estudantis da época, pois seus olhos estavam voltados para as atividades do pai, o jogo do bicho. Com a morte do pai, ele se tornou herdeiro de um grande império, tornando-se um dos homens mais ricos do Brasil, patrocinando escolas de samba, futebol e outras ações voltadas para as comunidades que o cercavam. Morreu de infarto, com a idade de 71 anos, deixando para seus herdeiros uma trágica herança, com numerosos atentados, chegando a 50 o número de mortes pelo controle das atividades criminosas da família. Seu filho, Paulinho  de Andrade, foi assassinado em 1998, a mando do próprio primo, Rogério de Andrade. 

 


A figura da capa deste livro é de Hermes, deus da mitologia grega (Mercúrio para os romanos). Ele é o protetor de vendedores e compradores, carregando na mão o bastão da riqueza e da prosperidade. Este  livro está na amazon.com.br e para comprá-lo e ler no seu computador ou tablet, basta clicar no link, onde tem um resumo completo do mesmo. 



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URBANO VIII, O PAPA DA PROPAGANDA

 


O termo propaganda foi empregado pela primeira vez pelo Papa Urbano VIII, em 1633, quando criou a Congregação de Propagação da Fé, um órgão que tinha por objetivo difundir a fé católica em todo o mundo. 

O termo propaganda vem do latim - propagare - que significa difundir. Propaganda (publicity, em inglês) tem originalmente o sentido de propagação de ideias, enquanto que publicidade (advertising, em inglês) significa a atividade de difundir conceitos com o objetivo de vender alguma coisa. Em nosso país os dois termos são usados como sinônimos, sempre com o sentido de vender alguma coisa ou propagar uma ideia.

 A publicidade nasceu na era industrial com o objetivo de fazer uma ponte entre o fabricante e o mercado, para comunicar aos compradores em potencial as características e a qualidade de seus produtos, induzindo-os a adotarem uma posição favorável aos mesmos. 

Nos mercados dos povos antigos, a publicidade era feita oralmente, face a face. Nas ruas de Atenas e de Roma, os pregoeiros procuravam chamar a atenção dos compradores, conduzindo-os até as tendas onde estavam expostas suas mercadorias. A revista Advertising Age publicou um texto que teria sido escrito por um fabricante ateniense de cosméticos, em período anterior a Cristo, e que dizia o seguinte: “Se queres olhos que brilham, uma cútis sem par, encanto de moça, para sempre ficar, a preços em conta, vá logo comprar os produtos de beleza na Aeschlyptoe”.  

Com o surgimento da imprensa, surgiram os primeiros anúncios. O primeiro anúncio de que se tem notícia teria aparecido no Mercurius Britanicus, em 1625, na Inglaterra, divulgando a publicação de um livro. Já outros historiadores dizem que o primeiro anúncio foi publicado em 1650, no Several Proceedings in Parliament, editado em Londres, oferecendo uma recompensa a quem devolvesse 12 cavalos roubados. Nos Estados Unidos, o primeiro anúncio foi publicado na Gazette, jornal editado por Benjamin Franklin, em 1729, cuja primeira edição trazia um anúncio de sabonete.

 No Brasil, no século XIX, o Diário de Pernambuco publicava os primeiros anúncios sobre escravos foragidos.

Hoje, todos sabemos que a publicidade é a grande alavanca de vendas, seja qual for o produto a ser vendido, porque ninguém compra o que não conhece. Os Publicitários fazem uma antiga comparação entre o ovo da pata e o ovo da galinha O primeiro é maior, mais nutritivo, mas a pata o põe em silêncio. Já o mesmo não acontece com a galinha que, logo que põe o ovo, faz um grande estardalhaço. É por isso que todos nós comemos ovo de galinha e ignoramos o ovo da pata. 

A tarefa de criar a mensagem publicitária e levá-la ao público é executada por empresas especializadas, as agências de propaganda, que são assim definidas pela lei nº 4.680 de 18 de junho de 1965, que regulamentou a atividade no Brasil. “Agência de Propaganda, segundo essa lei, é a pessoa jurídica especializada nos métodos, nas artes e nas técnicas publicitárias, que, através de profissionais a seu serviço, estuda, concebe, executa e distribui propaganda aos veículos de divulgação por ordem e conta de clientes anunciantes, com o objetivo de promover a venda de mercadorias, produtos e serviços, difundir ideias ou informar o público a respeito de organizações ou instituições a que servem”. 


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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

UM FEROZ ATAQUE DE ÍNDIOS A UM GRUPO DE ESTUDANTES ALEMÃES QUE CHEGAVAM AO BRASIL



Na década de 20, padres franciscanos alemães fundaram um grande seminário no município de Rio Negro, no Estado do Paraná. Esse seminário, cujo nome era Seminário Seráfico São Luiz de Tolosa, abrigava estudantes  brasileiros, mas também estudantes alemães, que vinham estudar no Brasil.   

Nos primeiros anos de vida do educandário, uma caravana de alunos, vindos da Alemanha, chegou ao Brasil. Eles desceram na estação ferroviária de Rio Negro e tinham que andar três quilômetros, a pé, até chegar ao topo do morro, onde fora construído o seminário. Eles carregavam suas bagagens, portando máquinas fotográficas, binóculos, relógios e outros apetrechos, que os seminaristas brasileiros não possuíam. 

Cansados e sofrendo com o calor (pois era o mês de dezembro), o grupo avançava, lentamente, até chegar a uma pequena ponte sobre o Rio Passa Três, ao sopé do morro do seminário. Nesse momento, foram surpreendidos por um grande alarido e um grupo de índios, com rostos pintados com as cores de guerra, saiu da mata e do terreno sob a ponte, avançando contra os apavorados viajantes, que correram em direção ao aluno que viera buscá-los na estação ferroviária. 

– Fiquem calmos e não reajam – disse o guia. – Entreguem tudo o que eles quiserem. Isso sempre acontece por aqui.

Vestidos de tangas e cocares, os selvagens avançaram com os arcos retesados em direção aos apavorados alemães e os foram despojando de tudo o que traziam. 

Em seguida, os índios se embrenharam na mata, enquanto os viajantes seguiam desolados em direção ao seminário, caminhando pela estrada, de subida íngreme, que ia dar ao São Luís de Tolosa.

 Quando lá chegaram, foram recebidos no salão de festas pelos alunos e professores e, para surpresa deles, no local estavam também os índios, que entregaram aos recém-chegados os objetos roubados na estrada. 

Na verdade, a pretensa tribo era formada por um grupo de alunos do seminário, que resolveu fazer uma recepção diferente aos estudantes alemães, que acreditaram piamente que estavam diante de um ataque de ferozes índios brasileiros.

 Na mata, existia uma trilha que também levava ao seminário e, através dela, conseguiram chegar  bem antes dos viajantes. Depois do grande susto, houve a confraternização.




Prédio majestoso do antigo Seminário Seráfico 
São  Luis de Tolosa, onde hoje funciona a  Prefeitura
e numerosas secretarias do Município de Rio Negro, Paraná.
O prédio é cercado por um magnífico parque florestal, herança deixada pelos frades franciscanos, seguindo os passos de São Francisco de Assis, hoje patrono da ecologia.




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