quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

D. PEDRO II JÁ SE PREOCUPAVA COM AS ENCHENTES DE PETRÓPOLIS



D. Pedro II era um homem inteligente, que acreditava na ciência. Ele passava cinco meses por ano na cidade de Petrópolis, fugindo do calor inclemente do Rio de Janeiro, mas a cidade serrana já sofria, naquela época, das catástrofes causadas pelas enchentes, de acordo com relato do próprio imperador:

“Ontem de noite houve grande enchente. Subiu três palmos acima da parte da Rua do Imperador do lado da Renânia; acordou o Câmara (sic), e um homem caiu no canal, devendo a vida a saber nadar e aos socorros que lhe prestaram. Conversei hoje com o engenheiro do distrito; pouco se fez do ano passado para cá. Os estragos que fez a enchente levaram dois meses a reparar, segundo me disse o engenheiro. (…)

O imperador sabia que o desmatamento das encostas era um grande problema da cidade imperial, tanto é que destinava uma parcela de seus rendimentos para o reflorestamento dos morros da cidade. Se ele hoje voltasse à cidade de seus sonhos, ficaria impressionado com o que fizeram seus governantes com a cidade imperial: a completa favelização das encostas. 

O resultado dessa política atual é a perda de vidas humanas, além dos prejuízos materiais, que são incalculáveis. 



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

QUEM DIRIA: RUY BARBOSA, O FAMOSO INTELECTUAL BRASILEIRO, TAMBÉM ERA COTRA A VACINA

 


" A 31 de outubro de 1904, por iniciativa de Oswaldo Cruz, o congresso aprovou a lei que tornava obrigatória a vacina contra a varíola. Aplicada com êxito na Europa, a vacina era desconhecida do povo brasileiro e encarada com desconfiança. A imprensa atiçava os ânimos, fazendo correr boatos de que a vacina, em vez de imunizar, provocaria a varíola. E as Brigadas Sanitárias, acompanhadas de policiais, entravam nas casas e vacinavam seus ocupantes a força.


No dia 10 de novembro, o descontentamento popular explodiu numa revolução. Por mais de uma semana, as ruas centrais da capital federal encheram-se de barricadas. Bondes foram incendiados, lojas foram depredadas e saqueadas, e postes de iluminação foram destruídos. A Escola Militar da Praia Vermelha aliou-se ao povo, comandados por altos escalões do exército. Os alunos saíram armados à rua, enquanto o prédio era bombardeado por navios fiéis ao Governo. Morreram centenas de pessoas.

 Os políticos abriram o verbo,  combatendo a obrigatoriedade no uso da vacina. Vejam como um deles, dos mais famosos, se pronunciou a respeito. Quem era ele? Era Ruy Barbosa, em discurso no senado. Eis os seu pronunciamento:

“A lei da vacina obrigatória é uma lei morta.(...)
 Assim como o direito veda ao poder humano invadir-nos a consciência, assim lhe veda transpor-nos a epiderme. (...) Logo não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania, a que ele se aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução, no meu sangue, de um vírus, em cuja influência existem os mais fundados receios de que seja condutor da moléstia, ou da morte”.




Foto da depredação ocorrida no Rio de Janeiro, durante a revolta da Vacina

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