sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

QUEM DIRIA: RUY BARBOSA, O FAMOSO INTELECTUAL BRASILEIRO, TAMBÉM ERA COTRA A VACINA

 


" A 31 de outubro de 1904, por iniciativa de Oswaldo Cruz, o congresso aprovou a lei que tornava obrigatória a vacina contra a varíola. Aplicada com êxito na Europa, a vacina era desconhecida do povo brasileiro e encarada com desconfiança. A imprensa atiçava os ânimos, fazendo correr boatos de que a vacina, em vez de imunizar, provocaria a varíola. E as Brigadas Sanitárias, acompanhadas de policiais, entravam nas casas e vacinavam seus ocupantes a força.


No dia 10 de novembro, o descontentamento popular explodiu numa revolução. Por mais de uma semana, as ruas centrais da capital federal encheram-se de barricadas. Bondes foram incendiados, lojas foram depredadas e saqueadas, e postes de iluminação foram destruídos. A Escola Militar da Praia Vermelha aliou-se ao povo, comandados por altos escalões do exército. Os alunos saíram armados à rua, enquanto o prédio era bombardeado por navios fiéis ao Governo. Morreram centenas de pessoas.

 Os políticos abriram o verbo,  combatendo a obrigatoriedade no uso da vacina. Vejam como um deles, dos mais famosos, se pronunciou a respeito. Quem era ele? Era Ruy Barbosa, em discurso no senado. Eis os seu pronunciamento:

“A lei da vacina obrigatória é uma lei morta.(...)
 Assim como o direito veda ao poder humano invadir-nos a consciência, assim lhe veda transpor-nos a epiderme. (...) Logo não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania, a que ele se aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução, no meu sangue, de um vírus, em cuja influência existem os mais fundados receios de que seja condutor da moléstia, ou da morte”.




Foto da depredação ocorrida no Rio de Janeiro, durante a revolta da Vacina

****************************************************

Nenhum comentário:

Postar um comentário