quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O RIO DE JANEIRO E A IMPLACÁVEL ROLETA DO TEMPO









Em 1956, quando cheguei ao Rio de Janeiro, a cidade ainda era a capital da república e tinha uma intensa atividade econômica e cultural. Naqueles dias, o presidente da república era Nereu Ramos,  um conterrâneo meu, da cidade de Lages. Assumiu a presidência, sob estado de sítio, depois do suicídio de Getúlio Vargas, e nela permaneceu de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, quando Juscelino Kubitschek assumiu o poder, sob os auspícios do General Teixeira Lott que garantiu a posse dos eleitos.

Com a mudança da capital federal para Brasília, aliado a outros fatores, o Rio de Janeiro sofreu prejuízos irreparáveis. Só na área da mídia, grandes foram as perdas ao longo dos anos. Vejamos os nomes de alguns órgãos de imprensa e comunicação que desapareceram. Jornais: Correio da Manhã, O Jornal, Diário de Notícias, Jornal do Brasil, Jornal do Comércio, O Jornal, Última Hora, Luta Democrática. Revistas: O Cruzeiro, Cruzeiro Internacional, Manchete, Fatos e Fotos, Mundo Ilustrado, Revista do Rádio e outras de menor circulação. Emissoras de televisão: TV Tupi, TV Continental, TV  Excelsior, TV Manchete, TV Rio.
Hoje, os meios de comunicação do Rio de Janeiro se concentram praticamente nas Organizações Globo, um gigantesco conglomerado, mas a cidade perdeu em definitivo sua diversidade cultural na área da informação.
Na área do comércio, as perdas também foram significativas. Sumiram do mapa importantes empresas comerciais, como Mesbla, uma gigantesca organização que tinha até uma foto de todos os prédios da empresa no Brasil que eles chamavam orgulhosamente de A Cidade Mesbla. Já tinham desaparecido a famosa Casa Canadá, o Grupo Ducal, O Rei da Voz, Lojas do Charque, Os Supermercados Disco, pioneiro na área de auto serviço, Casa José Silva, Casas Tavares. Depois, desapareceu o grupo Casas da Banha, com lojas que, do Rio de Janeiro, se espalharam por diversos estados. Com a mudança da capital para Brasília, muitas empresas multinacionais que aqui tinham suas diretorias, mudaram-se para São Paulo.
Mas, como dizia o comercial de uma transportadora: O mundo gira e a Lusitana roda.


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