sábado, 16 de março de 2024

AVE, CAESAR, MORITURI TE SALUTANT (SALVE, CÉSAR, OS QUE VÃO MORRER TE SAUDAM)

 


Era  com a frase acima que os gladiadores da Roma antiga iniciavam a luta mortal, para alegria de uma multidão insana que os assistia. Um dos contendores, perderia a vida, se o imperador botasse o dedo polegar para baixo. A luta de gladiadores era uma maneira de o imperador dominar a população da cidade, que sempre reclamava  por panem et circenses (pão e circo), pois os imperadores distribuíam de graça trigo para o  pão, trigo esse que vinha das províncias, principalmente  do Egito, famoso pela fertilidade de seu solo às margens do Rio Nilo. E o circo era uma maneira de ocupar a mente de sua população e assim, dominá-la com facilidade. Os jogos, muitas vezes, se prolongavam por largos períodos, para satisfação do populacho.


Os gladiadores lutavam homem com homem, ou homem com animais. E, em determinados casos, havia até mulheres, que também lutavam. Dois imperadores chegaram a participar dessas lutas: Cômodo e Calígula, mas os espetáculos eram preparados de maneira que fossem eles os vencedores. Cômodo foi até acusado de fornecer a seu contedor uma espada sem fio.

Os gladiarores ficavam em ambientes especiais, onde eram treinados e tinham até uma alimentação especial e participavam de lutas ao menos três vezes por ano. E os imperadores também investiam em grandes estádios para reunir multidões, como o Coliseu de Roma, cujas ruinas ainda estão de pé.


O combatentes eram escolhidos entre os escravos ou eram prisioneiros de guerra. Quando um gladiador vencia numerosas lutas, ele se tornava famoso, como hoje os jogadores de futebol.  Podiam se aposentar depois de anos de fama e até receber um estipêndio do estado.

Os romanos não foram o criadores das lutas de gladiadores, mas os etruscos, primeiros habitantes de península itálica. Mas até quando perduraram as lutas de gladiadores? Quem primeiro os proibiu foi o imperador Costantino no ano de 399, mas elas continuaram na clandestinidade até a chegada do papa Inocêncio I, em 401, que acabou com os mesmos em definitivo, pois isso era uma demanda do cristianismo e de filósofos de diversas correntes durante séculos, como os estóicos.


Um dos gladiadores mais famosos de Roma, foi Espártaco, cuja rebleião deu muita dor de cabeça aos romanos, pois ele conseguiu formar um exército de 40 mil ex-escravos e infrigiu numerosas derrotas às legiões do império. Foi, finalmente, derrotado por Crasso
em batalha em que ele também deve ter perecido, mas seu corpo nunca foi encontrado pelo general romano. Crasso quis dar uma lição a possíveis novas revoltas e mandou crucificar 6 mil escravos aprisionados e exibi-los ao longo da via Ápia, uma das principais estradas da antiga Roma. Espetáculo sem similar na história da humanidade.





Nenhum comentário:

Postar um comentário