sábado, 28 de julho de 2012

NAIR DE TEFFÉ, UMA MULHER ADIANTE DE SEU TEMPO



                      
                        

Seu nome completo era Nair de Teffé von Hoonholtz. Nasceu em 10 de junho de 1886 na cidade de Petrópolis e faleceu em 10  de junho de 1981, no Rio de Janeiro, com 95 anos de idade. Era o dia de seu aniversário. Foi pintora, cantora, atriz e pianista. De 1913 a 1914, foi a primeira-dama do Brasil, casada com o presidente  Marechal Hermes da Fonseca. A publicação Nosso Século da Editora Abril, assim resumiu a  biografia dessa extraordinária mulher brasileira.

“ Nair de Teffé foi uma pioneira. Filha do Almirante Antônio Luís Hoonholtz, Barão de Teffé, estudou na França, como toda a boa moça de elite. Desde adolescente, sua inteligência e sua personalidade independente a levaram a quebrar os tabus da época. Falando vários idiomas, era apaixonada pelo teatro (revelando-se atriz de talento) e pela música popular (gostava de tocar violão, instrumento considerado pela elite como “coisa de populacho”). Para escândalo da “boa sociedade”, a jovem Nair costumava frequentar o bar do Jeremias, reduto da intelectualidade boêmia do Rio. Revelou-se também brilhante na caricatura – gênero em que se iniciou ainda menina, quando estudou num colégio de freiras em Paris e fazia “retratos” humorísticos de suas professoras. Aos 24 anos, já era famosa na imprensa colaborando em publicações como Gazeta de Notícias, Careta, Fon-Fon!, O Malho,  Le Rire, Fantasio, Excelsior (estas três últimas francesas). Primeira mulher a fazer caricaturas na imprensa brasileira, Nair de Teffé tornou-se conhecida em Paris e Londres pelo seu traço moderno, captando com argúcia e ironia o lado cômico da vida.

Em 1913, aos 27 anos, Nair se tornaria a primeira dama do Brasil. Ela própria conta seu namoro com o presidente Hermes da Fonseca: ”Papai avisou-me: ´Nair, hoje o Marechal Hermes vai chegar naquele trem que você batizou de trem dos maridos. Vamos à estação espera-lo´. (...)

[A cena se passa em Petrópolis, RJ, onde a elite passava o verão.] Quando o Marechal desembarcou, achei-o abatido, triste (...) [Quando me viu,] notei que seus olhos ficaram diferentes. Apertou minha mão e olhou-me com viva ternura. No dia 18, o Presidente telefonou, marcando um passeio para o dia 20, dia de São Sebastião. Veio acompanhado de seu filho Euclides, do Ajudante de Ordens e do cocheiro Luís. Saímos a passeio em companhia de papai, em direção ao Bairro Caxambu, onde meu selim virou e eu caí em pé. Estava em frente do grupo, distanciada de todos. O Presidente acelerou o seu cavalo, veio em meu socorro e perguntou-se gentilmente:´Machucou-se mademoiselle?´´Não!´ Antes que cheguem os outros, eu quero lhe falar uma coisa depressa. Tive um sonho, mas acho quase impossível a sua realização. Não devo dizer-lhe´. Emparelhamos os nossos cavalos e insisti para contar-me o sonho (...) E ele, encabulado, olhando para o chão, falou-me: “Estou encantado com a beleza de mademoiselle. Queria fazê-la minha esposa".

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