quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

O NATAL DE OUTROS TEMPOS, SEM A FIGURA DO PAPAI NOEL








Na minha infância, lá se vão os tempos, não se conhecia a figura do papai noel. As crianças eram orientadas  pelos pais a colocarem na porta da casa, antes de dormirem, um pratinho com milho ou capim. Era para o burrinho do Menino Jesus, pois era ele, o pequenino do Natal,  quem trazia os presentes. Ele vinha, montado em seu burrinho, deixava os presentes, o pequeno animal comia o milho ou capim e iam adiante. Ao acordar, a criançada corria em direção aos pratinhos e ali estava um presentinho bem simples, mas que fazia a alegria da garotada. Eram bolas, petecas, apitos, peças de roupa, gaitas de boca, bonecas de pano para as meninas. Eram presentes bem simples, porque a população da região era pobre. Fora isso, não havia mais nada no natal. Presépios nem árvores de natal eram montados. Também não havia missa do galo, porque o padre só vinha ao lugar, duas ou três vezes por ano.

Essa era uma tradição portuguesa, originária das Ilhas dos Açores, pois meu pai era descendente desse povo, que colonizou o litoral de Santa Catarina e trouxe consigo costumes e tradições daquelas longínquas ilhas. Ele era um professor primário, que dava aulas na região do Planalto catarinense, num povoado chamado Serro Negro, cuja população era formada, em sua maioria, por colonos italianos que viviam do cultivo da terra e da criação de pequenos animais. 




**************************************                     


Nenhum comentário:

Postar um comentário