Busto do imperador Tibério
Suetônio escreveu o livro A Vida dos Doze Césares no qual relata aspectos biográficos e
detalhes da vida íntima de doze dos mais
importantes imperadores romanos. São eles, pela ordem: Caio Júlio César, o
fundador do império, Otávio César Augusto, Tibério Nero César, Caio César
Calígula, Tibério Cláudio Druso, Nero Cláudio César, Sérvio Suplício Galba,
Marco Sálvio Óton, Aulo Vitélio, Tito
Flávio Vespasiano, Tito Vespasiano Augusto e Tito Flávio Domiciano.
O imperador Tibério (16 de novembro de
42 a.C – 16 de março de 37 d.C) foi o sucessor de Otávio Augusto. Já na
velhice, resolveu afastar-se do governo e
usufruir das delícias da Ilha de Capri, mas antes criou um cargo novo, a
Administração dos Prazeres, cofiado a
um cavaleiro romano de nome Tiro Cesônio Prisco. Citamos aqui apenas algumas
passagens da vida do imperador naquele refúgio paradisíaco, segundo a narrativa
de Suetônio.
“ No seu retiro da Capri mandou
preparar, até, um teatro para seus desbragamentos secretos. Ali reuniu,
trazidos de toda parte, raparigas, favoritos e inventores de complexos monstruosos
a que ele chamava spinthrias, para
que, enlaçados numa tríplice cadeia, se prostituíssem mutuamente diante dele,
e, deste modo, com esses espetáculos, seus apetites adormecidos, pudessem
reanimar-se.
... Cobriu-se de outra infâmia maior
ainda e mais ignóbil, na qual custa a crer-se. Tibério, ao que parece, ensinava
crianças de tenra idade, as quais costumava denominar “seus peixinhos”, a
brincar entre suas coxas, enquanto nadava, e a pegar seu órgão genital com a
língua e os dentes. Ensinava também a crianças já fortes, mas não ainda
desmamadas, a lhe sugar o pênis tal como fariam com o seio de sua ama ao leite,
gênero de perversão a que o inclinava, sem dúvida, sua natureza e sua idade...
... Recorda-se, da mesma forma, que ao
oferecer em certo dia, um sacrifício, seduzido pela beleza daquele que lhe
apresentava o incenso, não pôde se conter e logo que a cerimônia terminou,
mandou colocá-lo de lado e o desonrou imediatamente, assim como ao seu irmão,
que tocava flauta. Em seguida, mandou quebrar as pernas dos dois, porque ambos
lhe censuraram a afronta.
Divertiu-se de maneira ruidosa também
com a vida das mulheres, mesmo ilustres, o que se confirmou com a morte duma
certa Malônia: mandou buscá-la e como ela se recusasse com absoluta firmeza a
servir de instrumento à sua luxúria, Tibério entregou-a aos delatores e não
cessou, durante a acusação, de lhe perguntar “se não estava arrependida”. Ao
deixar a audiência, porém, Malônia correu para casa e atravessou o corpo com um
gládio, depois de ter acusado em altas
vozes, de obscena a boca “daquele velho pelado e repugnante”. Nos jogos
que se realizaram em seguida, foram acolhidos com vivos aplausos os seguintes
versos de autoria de um atelano: “O velho bode lambe a vulva da cabra”.
Tibério reinou durante 23 anos e foi um bom administrador das finanças do império. Morreu
de causas naturais e teve como sucessor
Caio César Calígula. Dizem alguns historiadores que Suetônio exagerou ao falar
das luxúrias do imperador, mas o fato é que o escritor teve acesso aos arquivos imperiais e a
relatos de outros historiadores, seus contemporâneos.
Foi durante o reinado de Tibério que
Jesus de Nazaré foi crucificado na Palestina, sob o governo de Pôncio Pilatos.
(A
Vida dos Doze Césares – Prestígio Editorial – 4ª. Edição)
João 3: 19 E o julgamento é este: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. 20Pois todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam expostas.
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