quinta-feira, 15 de março de 2012

AS ORGIAS DO IMPERADOR TIBÉRIO


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                                                         Busto do imperador Tibério

Suetônio escreveu o livro A Vida dos Doze Césares  no qual relata aspectos biográficos e detalhes  da vida íntima de doze dos mais importantes imperadores romanos. São eles, pela ordem: Caio Júlio César, o fundador do império, Otávio César Augusto, Tibério Nero César, Caio César Calígula, Tibério Cláudio Druso, Nero Cláudio César, Sérvio Suplício Galba, Marco Sálvio Óton,  Aulo Vitélio, Tito Flávio Vespasiano, Tito Vespasiano Augusto e Tito Flávio Domiciano.

O imperador Tibério (16 de novembro de 42 a.C – 16 de março de 37 d.C) foi o sucessor de Otávio Augusto. Já na velhice, resolveu afastar-se do governo e  usufruir das delícias da Ilha de Capri, mas antes criou um cargo novo, a Administração dos Prazeres, cofiado a um cavaleiro romano de nome Tiro Cesônio Prisco. Citamos aqui apenas algumas passagens da vida do imperador naquele refúgio paradisíaco, segundo a narrativa de Suetônio.

“ No seu retiro da Capri mandou preparar, até, um teatro para seus desbragamentos secretos. Ali reuniu, trazidos de toda parte, raparigas, favoritos e inventores de complexos monstruosos a que ele chamava spinthrias, para que, enlaçados numa tríplice cadeia, se prostituíssem mutuamente diante dele, e, deste modo, com esses espetáculos, seus apetites adormecidos, pudessem reanimar-se.

... Cobriu-se de outra infâmia maior ainda e mais ignóbil, na qual custa a crer-se. Tibério, ao que parece, ensinava crianças de tenra idade, as quais costumava denominar “seus peixinhos”, a brincar entre suas coxas, enquanto nadava, e a pegar seu órgão genital com a língua e os dentes. Ensinava também a crianças já fortes, mas não ainda desmamadas, a lhe sugar o pênis tal como fariam com o seio de sua ama ao leite, gênero de perversão a que o inclinava, sem dúvida, sua natureza e sua idade...

... Recorda-se, da mesma forma, que ao oferecer em certo dia, um sacrifício, seduzido pela beleza daquele que lhe apresentava o incenso, não pôde se conter e logo que a cerimônia terminou, mandou colocá-lo de lado e o desonrou imediatamente, assim como ao seu irmão, que tocava flauta. Em seguida, mandou quebrar as pernas dos dois, porque ambos lhe censuraram a afronta.

Divertiu-se de maneira ruidosa também com a vida das mulheres, mesmo ilustres, o que se confirmou com a morte duma certa Malônia: mandou buscá-la e como ela se recusasse com absoluta firmeza a servir de instrumento à sua luxúria, Tibério entregou-a aos delatores e não cessou, durante a acusação, de lhe perguntar “se não estava arrependida”. Ao deixar a audiência, porém, Malônia correu para casa e atravessou o corpo com um gládio, depois de ter acusado em altas  vozes, de obscena a boca “daquele velho pelado e repugnante”. Nos jogos que se realizaram em seguida, foram acolhidos com vivos aplausos os seguintes versos de autoria de um atelano: “O velho bode lambe a vulva da cabra”.

Tibério reinou durante 23 anos e foi um bom administrador das finanças do império. Morreu de causas naturais e teve como  sucessor Caio César Calígula. Dizem alguns historiadores que Suetônio exagerou ao falar das luxúrias do imperador, mas o fato é que o escritor  teve acesso aos arquivos imperiais e a relatos de outros historiadores, seus contemporâneos.

Foi durante o reinado de Tibério que Jesus de Nazaré foi crucificado na Palestina, sob o governo de Pôncio Pilatos.

(A Vida dos Doze Césares – Prestígio Editorial – 4ª. Edição)


             




       

Um comentário:

  1. João 3: 19 E o julgamento é este: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. 20Pois todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam expostas.

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