terça-feira, 9 de novembro de 2021

O LIVRO, O FILHO DE ANITA, É UMA EXTRAORDINÁRIA HISTÓRIA DE MISTÉRIO E SUSPENSE






O livro O FILHO DE ANITA de R.H. Souza, autor do blog scripta e virtual é uma história de suspense e mistério, com personagens marcantes e momentos de grande dramaticidade, segundo opinião de especialistas. Publicamos o capítulo 18 do livro para o leitor avaliar a opinião dos especialistas mencionados. É uma narrativa que tem como cenário uma região do Sul do Brasil, numa época conturbada (anos 20 e 30) quando seus habitantes foram vítimas da chamada Guerra do Contestado, que fez mais de 20 mil vítimas. Essa guerra foi o resultado do descaso das autoridades do país, com políticas excludentes, que mergulharam suas poluções na mais absoluta miséria, propiciando o surgimento de líderes fanáticos, imbuídos de um falso messianismo, criando um ambiente de crendice e elevado misticismo.

 
 
A seguir, o capítulo 18 de O Filho de Anita.

"Os dias de Anita na Toca do Diabo transcorriam com relativa tranquilidade, mas as noites eram tempestuosas. Ela tinha horríveis pesadelos, sonhava que Firmino Constantino a violentava, que Nefasta a encarava com aquele olhar frio e cortante, acompanhado de sonoras gargalhadas. Soldante rosnava próximo de seu rosto e ela caía do  cavalo,  só  que  a  queda era num abismo profundo. Em seus pesadelos via os peões da fazenda, como zumbis, parados à volta de seu leito, observando-a. Quando acordava de manhã, estava suada e cansada, com os pensamentos embaralhados. Nesses momentos, não se lembrava bem da mãe e do irmão, de Ricardo, seu noivo, cujo assassinato ela desconhecia, nem de Frei Gaspar e dos empregados da Fazenda Santa Bárbara. Seus pensamentos se alternavam entre lucidez momentânea e períodos de grande confusão e perda de memória.

       Mais ou menos uma semana depois do sequestro, próximo da hora do jantar, Nefasta entrou no quarto de Anita e disse:

       – Hoje, o Poderoso te convida para jantar com ele, convite que naturalmente não podes recusar. Primeiro, tomas o teu banho e depois irás vestir as mais lindas roupas que estão ali naquele armário. Podes ficar tranquila que eu irei te ajudar. Em primeiro lugar, vou preparar a água do banho.

       – Por que esse convite, repentinamente?

       – Ele não convida qualquer um para jantar e este é um jantar importante, porque hoje é o dia do seu aniversário e serás a convidada de honra.

         – Aniversário? Eu não sabia.

       – Ele mandou preparar algo muito especial, porque, além do aniversário, ele gosta muito de ti, Anita. Por favor, não o decepcione. Hoje, ele está muito feliz e tu fazes parte dessa alegria.

       Nefasta se retirou e mandou as empregadas trazerem a água para o banho da sua princesa. Depois que a grande banheira estava cheia, a Governanta colocou sais perfumados e espalhou pétalas de flores sobre a água e disse para Anita iniciar o banho, enquanto ela escolhia no armário o traje para o jantar.

         Quando terminou de banhar-se, Anita entrou no quarto com uma toalha lhe envolvendo o corpo. Sobre a cama já estavam arrumadas as  vestes  que  deveria  usar  para  o  misterioso  jantar.  Nefasta iniciou, então, um verdadeiro tratamento de beleza, executado por mãos hábeis, demonstrando grande conhecimento no desem-penho da tarefa. Começou pelos cabelos, que foram escovados e depois friccionados com óleos especiais. Para amaciar a pele, usou cremes perfumados, além de cosméticos apropriados para os olhos, os lábios e as faces. Eram produtos importados e Anita, que aprendera francês com a freiras em Lages, viu nas embalagens que se tratava de produtos procedentes de Paris, das mais famosas marcas. Só não entendia como eles tinham chegado até a Toca do Diabo.

       Depois que a princesa vestiu a lingerie  íntima, Nefasta colocou sobre seu corpo um longo vestido de seda vermelho,  de  finíssimo acabamento, envolvendo-lhe a cintura com um cinto  bordado a ouro. Calçou-lhe as meias de seda e nos pés lhe colocou finos sapatos de salto alto, última moda em Paris, de acordo com suas palavras. Para adornar o colo, Anita recebeu um colar de faiscantes diamantes.

       A governanta se afastou um pouco para ter uma visão de corpo inteiro de sua pupila. Voltou ao armário e trouxe uma luxuosa pele de chinchila que colocou sobre os ombros da jovem e nos cabelos lhe assentou um delicado diadema de ouro. Finalmente, trouxe um pequenino frasco de perfume francês e aplicou-lhe algumas gotículas nos braços e pescoço. Só então proclamou:

       – Agora, estás uma princesa de verdade, digna do nosso Todo Poderoso, porque estás verdadeiramente linda, minha querida. Olha no espelho e terás certeza do que eu digo.

         Anita, vendo-se no grande  espelho que ficava a um canto do quarto, ficou fascinada pela própria beleza e dissipou-se a nuvem de ansiedade que lhe toldava o espírito diante do inusitado convite para o jantar. Mas um pensamento de repente aflorou do subconsciente: ”De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma?”. Sua alma poderia estar em perigo diante de tanto luxo e vaidade. E foi a governanta quem a trouxe de volta à realidade:

       – Está na hora, princesa. Vamos entrar que o Poderoso te espera com muita ansiedade.

       Nefasta abriu a porta do quarto e Anita entrou pelo pequeno corredor e foi em direção à sala de jantar, feericamente iluminada. A grande mesa estava posta, coberta por uma linda toalha de linho branco, a baixela era de prata reluzente, os pratos da mais fina porcelana. Os copos, de cristal finíssimo, rebrilhavam à luz das velas e os talheres eram de ouro. As cabeceiras da mesa estavam preparadas para receber apenas dois comensais. Anita ficou aturdida com tanto luxo e suntuosidade. Foi então que um vulto saiu do quarto de hóspedes e bateu palmas entusiásticas. Era Firmino Osório Constantino, o Poderoso.

       – Parabéns, minha querida! Como estás linda e maravilhosa  nessas roupas  que eu  mandei buscar em Paris, especialmente para ti, no dia de hoje.

         Firmino vestia calças de veludo escuro, com uma linda camisa branca de cambraia, sobre a qual ostentava um colete também de veludo. Do pescoço lhe pendia um pesado cordão de ouro. Calçava finos sapatos de cromo alemão, com polainas de pele de castor. Aproximou-se de Anita e a conduziu pelo braço até uma das cabeceiras da mesa, acomodando-a na cadeira, enquanto falava:

       – Hoje, minha querida, estou feliz, porque é um grande dia para todos nós.

       – Meus parabéns pelo seu aniversário.

       – Obrigado, minha querida, muito obrigado, mas estamos festejando muito mais do que o meu aniversário.

       –  Mais o quê?

       – Por enquanto é segredo. Logo, logo saberás de tudo. O importante agora é este jantar festivo. Mandei preparar um cardápio digno dos maiores maitres, acom-panhado também de um bom vinho francês.

       – Por que tudo aqui é ligado à França? – perguntou Anita. – São francesas as roupas que visto, franceses são os perfumes, agora até a comida e o vinho...

       – Porque a França, minha querida, particularmente Paris, é a terra da arte, da beleza, das mulheres bonitas e, principalmente, minha cara, é a terra do prazer e do pecado.

       Ao pronunciar as últimas palavras, o Poderoso sorriu maliciosamente, enquanto se dirigia para o seu lugar, na outra cabeceira da mesa. Fez então sinal para que Nefasta e as criadas começassem a servir o jantar, na verdade um suntuoso jantar com iguarias raras que Anita nunca imaginara que pudessem ser preparadas naquele fim de mundo. Quando foi servido o vinho, Firmino ergueu um brinde à saúde de Anita e à sua própria saúde, pois, afinal, o aniversariante era ele.

       Já no final do jantar, Anita tinha bebido duas taças de vinho e Nefasta  lhe  serviu  mais uma. Neste  momento,  Firmino olhava para a jovem, fixamente,  e ela começou a ficar perturbada, pois se sentia hipnotizada por aqueles olhos penetrantes. Ela caiu numa espécie de torpor, enquanto seu corpo era tomado de intenso prazer e bem-estar, como nunca antes acontecera.

       De repente, a jovem começou a ouvir uma música em ritmo alucinante, ao mesmo tempo em que entravam no recinto numerosas figuras de mulheres  semidespidas,  muito formosas, que lembravam as ninfas da mitologia e começaram a dançar ao ritmo frenético da música.  Depois, entraram  sátiros,  seres lascivos, com corpo humano e pernas e pés de bode, que também aderiram ao ritmo diabólico. Na regência daquele baile infernal, estava Firmino, o Poderoso, que dava gargalhadas e servia taças e mais taças de vinho a todos,  enquanto ele mesmo rodopiava em meio ao turbilhão de prazer e orgia. As ninfas se aproximavam de Anita e lhe exibiam os corpos seminus, de seios desnudos e Nefasta gritava: “Mais vinho, toma mais vinho, princesa!”, enquanto enchia sua taça até o líquido transbordar e escorrer pela toalha da mesa. Era uma dança  sensual, lasciva e libidinosa.

       Anita não tinha mais noção de tempo e espaço, enquanto prosseguia a dança alucinante.  Firmino se aproximou dela e puxou-a pelo braço, obrigando-a a participar do ritmo frenético e ela começou a dançar, dançar, volutear, enquanto os sátiros agarravam as ninfas e as arrastavam brutalmente para os cantos da sala e as possuíam ali, à vista da platéia, que aplaudia. Depois, todos voltavam ao centro da sala e bailavam, bebendo novas taças de vinho que Firmino lhes oferecia, enquanto bradava: “Viva o prazer, viva o sexo, viva a lascívia, viva o pecado!”. E eles, em coro, respondiam: “Viva o prazer, viva o sexo, viva a lascívia, viva o pecado e viva o nosso Senhor Todo Poderoso, a quem rendemos honra e glória”.

       Anita foi despertada daquele pesadelo pela voz de Nefasta:

       – Minha princesa, está na hora de dormir, pois estás muito cansada. Já preparei tua cama e podes te recolher.

       A jovem olhou à volta e a sala estava como no início  do  jantar. Firmino continuava em seu lugar, enquanto bebia lentamente mais uma taça de vinho. Anita perguntou:

       – E aquela gente toda que estava aqui?

       – A que gente te referes? – perguntou Nefasta, enquanto o Poderoso sorria satisfeito.

       – Tinha muita gente aqui: mulheres, seres esquisitos, sátiros, ninfas. Todos bebiam, dançavam e praticavam atos pecaminosos.

       – É o vinho, minha querida – acrescentou Firmino. – Bebeste um pouco além da tua resistência.

       Anita se despediu  de  Firmino  e  se  retirou  para o quarto, acompanhada de Nefasta, que a ajudou a trocar os trajes de festa por roupas de dormir. Colocou-lhe sobre o corpo uma camisola muito sensual que lhe deixava os seios praticamente à mostra. Depois, falando baixinho, completou:

       – Tenho certeza de que desta, ele vai gostar.

       Anita não chegou a prestar atenção às últimas palavras de Nefasta. Deitou-se e caiu logo em sono profundo, pois o vinho que bebera parecia funcionar como forte narcótico. Quando acordou, na manhã seguinte,  a jovem  viu Firmino Constantino saindo   do quarto de banho, vestindo as roupas que costumava usar na fazenda. Teve a sensação de que alguém dormira na cama com ela, pois o travesseiro e as cobertas estavam revirados e ela estava nua sob as cobertas. Sua camisola jazia aos pés da cama. Muito nervosa, perguntou:

       – O que fazes aqui? Por que estou sem a minha roupa de dormir?

       – Nefasta me disse que o vinho te subiu a cabeça e tiveste uma noite agitada e chegaste a arrancar as roupas do corpo. Isso é muito comum em pessoas não acostu-madas com umas taças de vinho. E ontem, tiveste até alucinações, lembras-te?  Prometo nunca mais te oferecer vinho. Sinto-me culpado.

       – E o que fazes aqui no meu quarto?

       – Ora, Anita, estes são os meus aposentos. Eu lavava o rosto aqui no quarto de banho, quando acordaste. Não fiques preocupada, pois não vou te causar nenhum mal.

       A essa altura da conversa Nefasta entrou nos aposentos e confirmou para a jovem as turbulências da noite, quando ela se livrou das roupas e procurou convencê-la de que tudo não passara de um sonho agitado, provocado pelo vinho e acrescentou:

       – Deixei-a dormir, assim, à vontade, para não acordares.

       – Chega de conversa – completou Firmino. – Sai logo dessa cama, Anita, pois hoje quero tomar o café da manhã contigo. Já pedi a Nefasta para preparar uma suculenta refeição matinal.

       Anita não se atreveu recusar o convite do Poderoso, pois era mais uma ordem do que um convite. Levantou-se, procurou uma das luxuosas  roupas  no  armário e,  momentos  depois,  surgiu  na  sala  de refeições onde Firmino a aguardava com uma farta mesa para o café da manhã.

       – Sabes, Anita, estás linda como sempre. Com esses trajes, pareces uma dama francesa a desfilar pelos cafés de Paris. Sei que não conheces Paris, mas não perdes nada para suas belas mulheres.

       – Eu não conheço Paris, mas o sr. a conhece?

       – Eu conheço o mundo todo, minha menina, mas senta-te aqui bem próximo de mim, que Nefasta vai te servir. E, por favor, não me chames de senhor.

       Terminado o café, Firmino ordenou a Anita que trocasse os trajes luxuosos por sua roupa de montaria, pois iriam dar um passeio a cavalo, para que ela conhecesse a fazenda e as riquezas que ela abrigava. Firmino mandou selar os cavalos, sendo que o de Anita era um garboso cavalo branco, enquanto Firmino montava seu corcel negro, um soberbo animal, irrequieto e perigoso.

       Os cavaleiros saíram pela porteira dos fundos da casa da fazenda e percorreram alguns metros até o alto de uma  colina, de  onde se descortinava um belo panorama. Eram campos e mais campos, ao longo do rio, até se perderem no horizonte, com verdes pastagens por onde circulava o gado. Eram animais bem tratados, de raças europeias, sob os cuidados de vaqueiros zelosos. Uns davam-lhes sal, em cochos colocados em locais estratégicos, outros, próximo a um braseiro, faziam a marcação das reses mais novas, com ferro em brasa, sempre com as inicias FC do todo poderoso Firmino Constantino. Alguns vaqueiros galopavam atrás de novilhos arredios que se separavam do grupo. Depois de um prolongado silêncio, Firmino falou:

       – Vê, Anita, isso tudo não é maravilhoso? Vê as pastagens exuberantes, observa  como  são  saudáveis e numerosos os animais e como são diligentes os meus vaqueiros. Foram todos escolhidos a dedo, por mim, pessoalmente.

         – Na verdade, eu nunca tinha visto uma fazenda como esta. Acho que não existe nada igual nesta região. Só não entendo como eu nunca tenha ouvido falar dela, sendo tão próxima da fazenda da minha família.

       – O segredo é a alma do negócio. Sabes, Anita, tudo isso que  vês poderá um dia te pertencer.

       – Mas a que preço?

       – Bem, tudo tem seu preço. E o preço do que vês, saberás no momento apropriado.

         Em seguida, esporeou o cavalo e, seguido de Anita, desceu a colina em direção a um rebanho de ovelhas que um daqueles vaqueiros esquisitos apascentava. Eles não falavam, nem olhavam para as pessoas. Ao ver alguns cordeiros que saltitavam à volta das mães, Firmino falou para o empregado:

       – Aqueles dois ali, tu reservas para mim...

       – Reservar para quê? – perguntou Anita.

       – Eles proporcionam um bom assado – respondeu Firmino, e seguiu adiante.

       O sol já estava a pino quando retornaram à fazenda. Deixaram os animais nas cavalariças e se dirigiram à sede da propriedade, passando antes pelo grande galpão, que ficava aos fundos da casa. Ali se encontrava Nefasta com algumas criadas, que varriam o chão, limpavam os móveis, como se preparassem o ambiente para uma grande festa. Num canto do galpão, estava  montado um estrado de madeira, coberto com tapete  vermelho  e  sobre  o  qual  fora  colocada  uma  grande cadeira, toda trabalhada em madeira de lei. Alguns metros à frente do estrado era preparada uma mesa que mais lembrava um altar.

       – Vão dar uma festa, aqui? – perguntou Anita a Firmino.

       – Não é uma festa, mas uma reunião que costumo fazer mensalmente com todos os  empregados  para  comemorar  os   bons resultados comerciais da proprie-dade. É uma reunião exclusiva, para a qual não convidamos estranhos. Na verdade, não passa de uma grande confraternização entre todos aqui da fazenda, que faremos amanhã à noite.

         Anita achou tudo  muito  estranho  e  imaginou  que algo muito grave estava por acontecer naquele galpão e foi tomada de intenso temor. Dirigiu-se a seus aposentos para se preparar para o almoço com Firmino, cujo convite não tinha coragem de recusar. Ela percebeu que aquele homem era perverso e a dominava por completo, assim como dominava a todos que o cercavam. Precisava cortar as amarras e se livrar dele. Não lhe saíam da mente as imagens da festa de aniversário de Firmino, nem aquele ritmo diabólico. Aquilo não fora um sonho, mas algo real, preparado por uma mente poderosa e doentia.

         Quando a noite chegou, Anita resolveu se recolher mais cedo. Logo dormiu e teve um sonho que ela interpretou como um aviso. Ela viu um grande foco de luz e no meio dele lhe apareceu a  figura humilde de Frei Gaspar, que dela se aproximou, colocou a mão sobre sua cabeça e lhe disse:

       – Anita, é preciso que saibas que Firmino Constantino é a reencarnação do Demônio. Ele já te causou grandes males e planeja coisas piores para teu corpo e para tua alma. Precisas te livrar dele, o quanto antes. Amanhã à noite, ele vai realizar uma cerimônia maldita em  companhia de seus asseclas. Quando eles estiverem no auge da cerimônia, por volta da meia-noite, todos estarão ocupados. Segue até à beira do rio, desce pela ribanceira e encontrarás uma canoa amarrada num galho de árvore. Deves entrar na canoa e remar a favor da correnteza, até estares bem longe daqui. Deus a guiará pelo caminho.

         Anita acordou sobressaltada e não viu mais a figura de Frei Gaspar. O sonho reforçou ainda mais a sua vontade de evadir-se daquele lugar. Mas teria que agir com cautela, pois sabia que era vigiada  constantemente  por  Nefasta  e pelo  temido Soldante. E ela ainda tinha bem claras em sua mente as palavras da governanta, no dia em que chegou à fazenda: “Qualquer traição é punida com muito rigor”.

       A jovem costumava passear, todos os dias, num gramado ao lado da sala de jantar para apanhar sol, pois Nefasta  lhe dera essa permissão. Depois do sonho que tivera, durante o passeio, naquela manhã, ela se aproximou um pouco mais do rio que margeava a propriedade e chegou bem perto da ribanceira, que ficava a uns 100 metros da casa. Olhando lá de cima, pôde constatar que existia, sim, lá em baixo, uma canoa, presa a um galho de árvore, conforme ouvira da boca de Frei Gaspar, durante o sonho. O fato veio reforçar ainda mais a sua decisão de fugir da Toca do Diabo, pois sentia que estava em grande perigo, mas amparada por uma grande força espiritual."


                                              

O FILHO DE ANITA – uma narrativa repleta de mistério e suspense. Impróprio para pessoas impressionáveis. Veja o resumo do livro, acessando: amazon.com.br

 


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