sexta-feira, 12 de agosto de 2011

AS MALDADES DO IMPERADOR CALÍGULA



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                                            Busto de Calígula - Museu do Louvre - Paris
O historiador Suetônio, em seu famoso livro, A Vida dos Doze Césares, nos traz um relato sobre a vida dos principais imperadores de Roma, narrando seus feitos, suas conquistas e também suas maldades. Nesse quadro se destaca a figura de Caio César Calígula (12 d.C – 41 d.C)  que, certamente, ganharia o primeiro lugar num concurso de barbaridades. Ele era o filho caçula de Germânico, um importante general do império e recebeu dos legionários de seu pai,  o carinhoso apelido de Calígula (o sandalinha), por andar pelos acampamentos vestido de legionário, calçando sandálias militares. Ele governou o império de 16 de março de 37 até seu assassinato pela guarda pretoriana em 24 de janeiro de 41, com apenas 29 anos.
Calígula se destacou pelas excentricidades, como nomear senador seu cavalo Incitatus, que tinha 18 criados para servi-lo,  e pela vida devassa, tendo praticado incesto com suas irmãs, obrigando-as a se prostituírem, mas, principalmente, pelas suas maldades.
A seguir, vamos transcrever algumas  dessas maldades,  que constam do livro, A Vida dos Doze Césares, de Suetônio, editado pela Editora Prestígio, em 4ª. edição, com prefácio de Carlos Heitor Cony. 
 * “ A ferocidade de sua natureza ficou evidenciada nos seguintes traços: como o gado com que se alimentavam as feras custava muito caro, designou, entre os criminosos, os que deviam ser devorados. Com esse intuito, revistou as prisões, sem examinar nenhum registro carcerário, limitando-se a, de pé, no meio da galeria, fazê-los conduzir ao suplício, do primeiro ao último.”
* “ Condenou ao trabalho das minas, das estradas e também às feras, uma multidão de cidadãos honrados, depois de afrontados com estigmas vergonhosos, ou, de outro modo, depois de encerrados em jaulas onde eram obrigados a se conservarem de quatro pés como animais. A outros, mandava cortá-los pelo meio do corpo. Nada disso se verificava em virtude de motivos graves, mas por se descontentar-se em algum espetáculo ou porque não tivessem querido jurar pelo seu gênio. Forçou os pais a assistir ao suplício dos próprios filhos...”
* “ Queimou em meio à arena o autor de um verso humorístico que se prestava a trocadilho. Como um cavaleiro romano, exposto às feras, gritasse que era inocente, cortou-lhe a lingua e devolveu-o à arena”.
* “Perguntou, em certa oportunidade, a um cidadão que voltava de longo exílio, o que costumava fazer lá. Este, para adulá-lo, respondeu:”Pedia sempre aos deuses que matassem Tibério (o que se realizou) e te entregassem o Império”. Desta maneira persuadiu-se de que todos os que haviam sido proscritos desejavam também a sua morte e enviou soldados, de ilha em ilha, para degolá-los”.
* “Como quisesse reduzir um senador a pedaços, aliciou gente para acusá-lo como inimigo público, logo à sua entrada na cúria, atirar-se contra ele, feri-lo com seus estiletes e entregá-lo à população para que o estraçalhasse. Não se deu por satisfeito enquanto não viu com os próprios olhos os membros e as entranhas do homem arrastados pelas ruas e amontoados aos seus pés”.
* “Matava suas vítimas a pequenos e repetidos golpes e era-lhes bem conhecida a opinião, que não cessava de emitir:”Bate-lhe, mas de maneira que ele se sinta morrer”... Constantemente lhe vinha à boca este verso duma tragédia:”Podem me odiar, contanto que me temam”... “Irritado contra a massa, cujos aplausos contrariavam as suas preferências, exclamou:”Quem me dera que o povo romano tivesse apenas um pescoço!”.
* “Quando se divertia e se dedicava aos jogos e aos festins, a mesma crueldade impregnava suas palavras e seus atos. Muitas vezes, enquanto comia ou realizava uma orgia, as torturas eram aplicadas ali mesmo, sob seus olhos. Um soldado, hábil em decapitações, cortava indiferentemente a cabeça de todos os prisioneiros”.
* “Em Puzoles, quando da consagração da ponte que ele imaginara, como já dissemos, convidou para junto de si numerosas pessoas que se achavam pelas margens e, repentinamente, precipitou-as todas ao mar. Alguns apegaram-se ao leme da embarcação. Ele as afogou a golpes de varas e remos”.
Suetônio escreveu páginas e páginas sobre as maldades de Calígula.
Para conhecê-las  melhor, só lendo o livro.





 

            

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